A HISTÓRIA DE MÁRIO SÉRGIO: O MESTRE NA ARTE DE TRATAR BEM A BOLA QUE INSPIROU RONALDINHO GAÚCHO
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Mário Sérgio Pontes de Paiva nasceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de setembro de 1950.
A infância dele foi diferente da vivenciada pela maioria dos jogadores de futebol que convivem com as dificuldades da pobreza. Ao contrário. Era sócio do Fluminense, um clube de elite, estudou em bons colégios, frequentava hipódromos para ver corrida de cavalos e trabalhou numa empresa de computadores.
A família não esbanjava dinheiro, mas tinha boas condições. O pai foi o primeiro vendedor de medicamentos do laboratório Fontoura. Tinha carro e era presidente de um clube de Carnaval. Mas a vida mudou. Seu pai perdeu tudo nas corridas de cavalo. Ficaram muito pobres. A família teve que vender o título do clube e ele continuou frequentando porque jogava no futsal, mas já em uma outra realidade.
Mário Sérgio sempre teve uma personalidade forte. Como jogador, era o terror de técnicos e dirigentes. Liderou complôs contra cartolas, ajudou a derrubar técnicos, brigou com muita gente.
Era reconhecido por sua grande habilidade e criatividade. Não por menos, ganhou o apelido de "Vesgo" pelo fato de olhar para um lado e dar o passe para o outro, imitado posteriormente por Ronaldinho Gaúcho.
Entre os clubes que passou, Mário colecionou a fama de indisciplinado, o que fatalmente o afastava da Seleção Brasileira.
Mesmo assim, ele quase jogou a Copa de 1982. Apesar de ter feito parte de toda a preparação da equipe para a disputa daquele torneio, ele foi cortado na última convocação, substituído por Éder, do Atlético-MG.
Quando virou técnico ou comentarista, as coisas não mudaram. A língua não tinha travas, ele peitava estrelas e queridinhos da torcida. Sempre pensando no bom futebol e usando uma visão tática que poucos no mundo possuíam.
Mário Sérgio descobriu seu talento no futsal do Fluminense, mas foi no Flamengo que ele despontou e surgiu para o futebol. Foi campeão pelos aspirantes e chamou a atenção por sua habilidade, mas a passagem durou pouco. Mário brigou com o técnico Yustrich, um forte adepto do futebol força, que não gostava dos cabelos longos do atacante.
Yustrich o chamava preconceituosamente de boneca, até o dia em que Mário Sérgio, não suportando, entrou em discussão com o técnico. O treinador falou para os dirigentes do clube que podia mandá-lo embora ou emprestar.