Exato. Comentei acima a questão da propaganda do 99. A questão racial, como nenhuma outra, não é uma questão isolada. Ela está englobada em outras questões como a exploração trabalhista. Não frisar os aspectos adjacentes à questão racial faz com que a crítica seja muito aquém do que deveria, um tanto míope e elitista.

O Feminismo Negro não nega a luta de classes. O Feminismo Negro ressalta que não há como pensar a classe sem considerar raça, gênero e orientação sexual como marcadores sociais de opressão, exclusão e marginalização. A classe social não se reduz somente a renda econômica. Classe social é formada por pessoas que compartilha um conjunto de valores, estilo de vida, cultura e comportamento. Não está se discutindo opressões individuais, mas sim opressões que estruturam a sociedade e impede o acesso a direitos e mobilidade social de determinados segmentos da sociedade como as mulheres, as populações negras, as populações indígenas e a comunidade LGBT. Dessa forma, pensar políticas públicas de promoção social para grupos subalternizados, não significa criar segregações ou divisões. As opressões de raça, classe, gênero e orientação sexual já cria segregações e desigualdades, portanto, tais grupos não tem poder estrutural, político e econômico de segregar. A feminista e filósofa negra norte-americana Angela Davis em seu livro "Mulheres, Raça e Classe" prefaciado pela a Djamila Ribeiro na edição brasileira, critica o pensamento marxista ortodoxo que não inclui a discussão racial e de gênero como opressões que estruturam a sociedade. Segundo Davis, é preciso pensar na interssecionalidade dos Movimentos Sociais, isto é, na aliança da luta feminista, luta antirracista, , luta de classes e anticapitalista para se poder construir um projeto de sociedade. Não tem como pensar em Classe, Raça, Gênero e Orientação Sexual como categorias separadas porquê geram outros tipos de vulnerabilidades socioeconômicas.

@@jacksonrj14 O próprio materialismo dialético realiza a interseção das lutas sociais no capitalismo. Saffioti já fazia isso antes de akotirene, Sueli Carneiro já fazia isso em de Lorde, Ângela Davis já fizeram essa intersecção com a própria análise material. Frantz Fanon, etc.

concordo! e acho que um agravante desse episódio foi a propaganda ter sido divulgada no dia da greve dos entregadores de aplicativo, que tem TUDO a ver com as condições precárias que também acometem os motoristas de aplicativo... ainda achei triste a reação dela com as críticas, principalmente quando chamou uma militante negra de "clarinha de turbante". faltou lembrar da Sueli Carneiro falando sobre colorismo 🤷🏽‍♀️ mas é isto, respeito muito a Djamila, apenas não apoio suas incoerências.

Penso igualmente e, até falei também sobre isso. Não se pode dizer uma coisa é agir inversamente, ou seja, "idéias que não correspondem aos fatos". Dinheiro e fama não são tudo não são tudo na vida.