Рет қаралды 16,127
Semeadura de trigo apenas com ureia na caixa de adubo. Por quê isso? nos aprendemos com o passar do tempo que é mais eficiente você adubar o sistema do que a cultura...
Aqui, nós colocamos o NPK do trigo no momento da semeadura das plantas de cobertura, e agora estamos semeando o trigo sem adubo.
É o que está acontecendo aqui... essa área é o terceiro ano que recebe anualmente 120 kg de P2O5 e K2O, e previamente já vinha recebendo uma boa adubação.. representa 6 a 7 sacas de adubo na soja mais 4 a 5 sacas no trigo. O que aconteceu? olhem a fertilidade desse solo.. vocês percebem teores de P de 0-10 cm de 41 mg, lembrem que o teor critico desse elemento é de 8-10 mg... nós temos aqui quatro vezes mais do valor considerado o valor necessário para produzir 90% do potencial produtivo.. Esse mesmo solo de 10-20 cm de profundidade tem 28 mg de P, ou seja, nesse caso eu não preciso me preocupar em jogar P porque eu tenho muito P no sistema, eu posso simplesmente fazer a semeadura do trigo sem fertilizante e não vou ter diferença nenhuma no potencial produtivo do trigo.
Porque a gente adubou o milheto ao invés de adubar o trigo? porque o milheto tem o sistema radicular mais agressivo que o trigo, consegue absorver melhor esse P que tem eficiência de uso de 15 a 20% e automaticamente produz mais biomassa área (nesse caso aqui, 10 t MS ha), e este P está ciclando no sistema.. agora, na forma orgânica, ele vai ser mais facilmente aproveitado pelo trigo que vem na sequencia.
O teor de P na matéria seca do milheto por exemplo é de 2,12 kg por Kg de MS ou o equivalente a 0,212%. Se eu considerar 10 T MS de milheto e uma concentração de P de 0,212%, eu chego a um valor de 21 kg de P que representa 48 kg de P2O5 (fator de multiplicação de 2,20 para transformar P para P2O5). Em outras palavras, considerando que uma saca de super triplo tem 20 kg de P2O5, seriam necessário aplicar 2,5 sacas de super triplo. Na verdade, bem mais que isso, porque a eficiência de uso do trigo por esse P que vai ser liberado da biomassa das plantas de cobertura é bem maior que o P oriundo do ST.
Logo, nossos solos no sul do Brasil, tem 4, 5 toneladas de P na camada de 0-20 cm, mas esse P não está disponível as plantas, porque ele fica retido na argila (oxidos e hidroxidos de ferro e Aluminio). Isso é uma poupança que esta parada rendendo pouco juro.. o que eu preciso fazer então para utilizar melhor essa minha poupança, essa reserva toda que eu construí ao longo de 15, 20, 25 anos de adubação contínua? Utilizar plantas que sejam mais eficientes na absorção desse P, na ciclagem desse P, para trazer ele para cima e deixar ele mais disponível para o sistema de produção.
Se a gente olhar o K, nós temos nesse solo 273 mg de K (4,7% da CTC desse solo). Gente, a mesma coisa que acontece com nós.. gordura em excesso resulta em uma série de problemas de saúde. Nesse solo, se eu continuar aplicar K nas taxas que vem sendo aplicadas nos últimos anos, eu agora vou começar perder K para o subssolo por lixiviação. Pega um ano como esse que a tonelada do kcl está R$ 2300, R$ 2400 reais, eu posso economizar e simplesmente não aplicar K. Nesse nosso caso aqui, se eu continuar aplicando K, eu simplismente vou estar jogando dinheiro fora, mas pior que isso, estou desperdiçando um recurso natural finito.
Ainda, nessa situação aqui.. milheto semeador pós soja na primeira quinzena de fevereiro, nós temos, mesmo em uma ano seco como esse, na média 10 t MS ha. Considerando 1,5% de K na MS, isso representa 150 kg de K ou 180 kg de K20. Ao considerarmos que uma saca de cloreto de potássio tem 30 kg de K20, logo, nós temos aqui dentro dessa biomassa, 6 sacas de KCL que na primeira chuva após dessecação, uns 85-90%, vai sair da planta e vai para o solo, isso porque o K não faz parte de compostos orgânicos ou material estrutural da planta, sendo portanto, prontamente disponível para a próxima cultura, nesse caso o trigo.
No caso do N, nós aprendemos em anos anteriores, que quando cultivamos trigo pós milheto, ou nós aumentamos o intervalo entre o período da dessecação e semeadura, ou nos aumentamos a dose de N na base. Nesse caso aqui, nos estamos fazendo as duas coisas, para evitar a imobilização de N e permitir um bom arranque inicial do trigo. Então, nós estamos plantando no nosso solo 150 kg de uréia por hectare. Isso equivale a 67,5 kg de N ha...
Com isso, nós praticamente eliminamos a perda de N da ureia via volatilização da amônia da uréia.
É isso pessoal... o que está sendo proposto é algo totalmente diferente do que ainda é feito na prática e toda a mudança de uma hábito é algo difícil de acontecer.. precisamos quebrar muitas vezes alguns paradigmas.. mas a pesquisa está ai fazendo seu papel e mostrando o caminho. Aquelas pessoas que são mais empreendedoras, que buscam maior eficiência e entrarem antes nesse sistema de adubação, terão com certeza mais lucro de forma mais rápida.