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Composição de Rafael Ferreira e Filipe Calvete Corso, fará parte do álbum “Quando saio a cavalo” que será lançado no mês de junho e conta com várias participações especias!
Agradeço imensamente a Estância Serrana e a Cabanha Maior, que tornaram possível esse projeto! Muito obrigado!
Alvorada de Saudade
(Rafael Ferreira/ Filipe Corso)
Marlus Pereira: Violão
Negrinho Martins: Baixo fretless
Daniel Zanotelli: Saxofone
Ricardo Bergha: Guitarrón e voz
Produção Áudio: Alessandro Lopes, Chalé Estúdio, Lages/SC - Brasil
Produção Vídeo: Wendel Graupner
Sopra um vento beliscando algum topete, bem copado,
Desses tantos, que balançam pelos junhos orvalhados,
Numa trança o resquício de uma crinera é colgado,
Onde as fugas e escoraços de algum lombo fez costado.
Manhaneira é a sanga escorrendo pelas pedras,
Casco sujo, de uma potra, tinge a água que ainda gela
E a quietude que afronta o canto livre dos pelinchos
Também morre na manada aos chamados em relinchos.
Alvorada de saudade treme um peito - alma tristonha -
Que soluça vendo os olhos da manhãzita risonha,
Acordando mostra ao mundo, o simplório na essência,
Onde o couro se arrepia nessa manhã de querência.
De alma gêmea e semblante tão notório, vejo as duas
Margaridas que resistem , trazem no centro a ternura
Do amarelo que ofusca junto ao sol que apadrinha
E uma abelha passageira que é serviçal de rainha.
Vejo assim, um céu azul feito um bordado de sonhos,
Quando a mirada boceja, acordando o dia no campo,
Por andarilho meu coração “silba” as dores - congeladas -
Pois tenho tudo em minha frente mesmo assim não tenho nada.
Alvorada de saudade treme um peito - alma tristonha -
Ao contraponto (inspirado) a uma rima que se exponha,
Num poema manhaneiro que me faz voltar guri,
Pelas voltas sou -povoeiro - mas recordo o que vivi.