Sou autista, nível 2 de suporte, diagnosticada com 34 anos de idade. Sou advogada e atualmente, sou concursada em uma prefeitura. Minha vida sempre muito difícil pq apesar de ser extremamente, sociável, sempre fui considerada como uma pessoa sincera demais. Durante toda a minha vida, eu precisei de suporte e sempre tive uma pessoa de suporte por onde eu passava. Esses dias, estava conversando com uma amiga do colégio e ela me lembrando de como tinha horas que eu me isolava em um canto, pra ficar sozinha mesmo. E ela respeitava pq sabia que quando eu estivesse bem de novo, eu voltaria a conviver com os nossos amigos como se nada tivesse acontecido. Então, analisei isso e percebi que em todo lugar que passei, eu tinha pessoas de suporte. Eu criava vínculos muito profundo com essas pessoas e como isso me ajudou a chegar onde estou. Sempre fiz terapia. Eu realmente, só não tinha o diagnóstico pq o tratamento, eu sempre fiz. Minha mãe sempre identificou que eu era diferente das crianças que ela teve contato a vida toda e isso nunca foi uma problema. Na minha vida profissional, sempre tive problema com gestores pq eu sempre fui considerada questionadora demais. E eles sempre entenderam que eu questionava a autoridade deles, ou seja, sempre fui considerada, insubordinada. Sempre tinham aquelas discussões entre os gestores que ficaria com a Carol, a problemática. E uma gestora que eu tive, me contou isso. Mas que ela nunca me via como problema e sim, como ela amava justamente a minha forma de ver o mundo e fazer o meu trabalho. Eu tive muita sorte pq nem sempre encontrei pessoas bacanas, mas que eu que encontrava, eram fora da curva sabe. Sou casada, meu esposo é um suporte maravilhoso. Entende minhas particulares, sempre entendeu. Estamos juntos há 10 anos e ele sempre entendeu que minhas necessidades eram diferentes das outras pessoas. Ao descobri meu diagnóstico, tive o apoio de muita gente. Família, amigos, colegas. Mas mesmo com essa base tão sólida, eu ainda enfrento muitas dificuldades. Tenho muita dificuldade de adaptação ambiental, tenho a minha habilidade social extremamente, prejudicada e isso me abala e muito. Mas com toda a construção que eu fiz durante toda a minha vida, tenho conseguido seguir e tem sido uma vida boa e feliz, pós diagnóstico. O que a Ligia falou é verdade. Temos que cuidar de tudo. Fazer terapia, fazer exercícios, buscar se alimentar bem pq a qualidade da nossa vida só aumenta. Hoje, estou me organizando pra fazer Terapia Ocupacional pra me ajudar na questão das habilidades sociais, pq elas ainda me trazem muito prejuízo. Mas o fato é que se cuidar, sendo neurodivergente é caro, é custoso e sempre precisa de outra pessoa. Mas antes de precisar de um terceiro, precisa vc ser o centro da sua vida, se entendendo, se conhecendo. Peça ajuda. Minha terapia é uma troca de prestação de serviço de uma ONG onde sou voluntária. Temos que dar um jeito de, primeiro sobreviver, pra depois começar a viver. Mas o maior conselho de todos é, não desista. Você vai sim, conseguir, pelo simples fato de vc, QUERER.

Me identifiquei com a maioria dos relatos nos comentários. A neuropsicóloga que me acompanhou durante os testes e diagnóstico disse que tenho características muito desejáveis por grandes empresas (me assustei com sua fala, porque sempre adoeci nos trabalhos que tive justamente porque minhas características não me permitiam me adaptar aos "jeitinhos" que as empresas queriam para o atendimento aos clientes). Sobre prejuízos, o maior para a mim é o da certeza de fracasso na vida, como adulta. Incontáveis transtornos psiquiátricos, afastamento de escola (na adolescência e agora, da faculdade), dois afastamentos do trabalho como acidente de trabalho por assédio que acarretou transtorno do pânico. A vontade de viver uma vida completamente isolada (sei que é impossível), o desânimo com a vida e a vontade de desviver (como disse um colega em outro comentário aqui). Incontáveis prejuízos, rompimento com algumas pessoas da família, capacidade de manter amizade razoável apenas nos locais em períodos em que a convivência é imposta (trabalho, faculdade). Hoje percebo que os prejuízos extrapolam a minha pessoa e afetam meus filhos e marido. Aos 40 anos, casada, mãe, sem profissão, desempregada, afastada da faculdade porque estou em depressão e com TAG. Pessoas neurotípicas entendem tudo isso como fraqueza, pensam que é porque não dou uma ordem de força ao meu cérebro, como ouvi: vai, seja forte, levanta, firma esse pé e segue... Como? !

Obrigada pelo vídeo. Sou mãe de uma rapaz autista atualmente com 24 anos que está lutando suas batalhas e eu torcendo para que a vida seja gentil com ele. Poderia fazer mais vídeos voltados para os pais? Precisamos muito.

Poxa... tenho formação, mas não consigo me manter trabalhando. Já tentei dar aula em casa e depois de 1 ano parei. Eu não acredito em inclusão. Eu sei q não vou conseguir trabalhar em lugar nenhum. Sou persona non grata em todo lugar q chego. Tentei o BPC e não consegui pq sou nível 1 de suporte. A assistente social disse q eu não estou no perfil e foi negado. Acho q esse aspecto econômico deve ser um grande motivo das pessoas autistas escolherem desviver.

Alguns vídeos do tiktok colocaram uma pulga atrás da minha orelha em relação a autismo e pesquisando melhor sobre isso encontrei o seu canal que me ajudou muito a identificar muitos sintomas e me fez ir atrás de investigar melhor. Recebi o diagnóstico semana passada aos 33 anos, 2 meses depois do meu filho de 4 também ter sido diagnosticado e posso dizer que o seu conteúdo foi essencial pra isso acontecer e hoje eu ter um norte de como cuidar de nós. Muito obrigada!

Pra mim o diagnostico foi libertador, mudou a minha vida, foi tardio, aos 42 anos. Comecei em uma empresa a pouco tempo, graças a Deus muito bem aceita, trabalho no arquivo e separação de notas para logistica. Em meio aos códigos 😅

Só tenho a agradecer pelos seus vídeos doutora!recebi meu diagnóstico em menos de 1 mês e estou buscando descobrir mais sobre mim e uma rede de apoio. Gratidão ❤

Tenho autismo nível 1 e tenho muita dificuldade em me manter em um emprego ou faculdade. Tenho 22 anos e tive minha primeira experiência de emprego aos 19 como atendente de telemarketing e foi muito difícil, não aguentei. Hoje vivo sustentada pelos meus pais e faço um curso com o qual não me identifico, só continuo estudando porque tenho medo de me lançar no mercado de trabalho novamente, sem perspectiva e em subempregos. Também tenho fobia social e tomo medicações porque a minha situação de vida me causa crises constantes de ansiedade. Me sinto sem futuro e muito envergonhada perante minha família, todos se encaminharam bem e eu me sinto incapaz. Como autista, consigo compreender o alto nível de suicídio.

Estou descobrindo que tenho autismo com 42 anos

Tenho autismo nível 1 trabalhei 1 ano quando tinha 20 anos e foi muito difícil, hj com 30 anos já faz 10 anos que não trabalho e vejo que nunca mais vou conseguir trabalhar.

Amo esse canal! Já me elucidou tantas coisas ❤❤❤

Minha vida melhorou 100% depois do diagnóstico, justamente por entender só agora meus limites, aprendi a não cumprir normas sociais só pra ser aceita quando aquilo me faz mal, aprendi a ficar em silêncio pra me acalmar... muito mais

Bom dia Dr Lygia! É muito desafiador não ter uma vida financeira estável. Mas Deus sabe de tudo. Obrigada por todos vídeos que nós ajuda em nosso crescimento. 🌷🌻🌈🌈🌈🌈👣🌾🧠🧠🧠🧠🤍🧡💙🎈👣

Diagnóstico recente de TEA aos 60. Eu consegui ter uma família, mas minha vida no trabalho foi caótica. Aos 60 não consegui autonomia financeira

Olá, Lygia! Considero que os seus vídeos tiveram muito avanço em qualidade, tendo, inclusive, uma abordagem mais apropriada à diversidade. Parabéns pelo trabalho!

Sua LINDA!!!!!!! É uma jornada e tanto! Não sei qual será o diagnóstico mas vc tem toda a razão: se (RE)conhecer faz toda a diferença! Como vamos tratar e semear um campo se não sabemos quais as ferramentas, sementes e fontes de irrigação com que podemos contar? 🙏🌟❤

Eu fui p concurso publico. Passei. Mas a vida social é inexistente 😢 tenho 44 diagnóstico aos 43

olá! acho o conteúdo dos seus vídeos bem informativos, o melhor q há sobre o tema espectral nesta plataforma. eu tb fui diagnosticado tardiamente como nível 1, aos 47 anos, depois de vários tratamentos equivocados (para transtorno bipolar e até mesmo evitativo, por exemplo, ou borderline, como vc mesma mostrou antes em um vídeo passado). curiosamente fui demitido de meu último trabalho regular (muito próximo a um subemprego, mesmo eu tendo me formado em Psicologia e me especializado em Neuropsicopatologia Infantil, e em Tradução Inglês/Português) logo após o diagnóstico e, como vc mesma sublinhou no vídeo, consegui me estabilizar melhor trabalhando em casa, abrindo aos poucos meu próprio negócio de venda de livros. parei com a medicação, mas por ora estou sem suporte.

O estereótipo que temos até hoje do autista é que eles são quietos e não socializam, não brincam ou dão risadas como e com as outras pessoas. Você é necessária demais. Poderia fazer um vídeo sobre isso. Pois vemos muitos autistas diagnosticados adultos que não são nada como esse estereótipo engessado.

Dra Lygia,.por favor, eh possível fazer um vídeo sobre fenotipo ampliado?

Fui diagnosticada na fase adulta e nunca me casei por ter dificuldades de lidar com os homens e com quase 40 anos continuo solteira, eu só consigo trabalhar dentro da minha casa, ñ consigo fazer novas amizades 😅 sofro desde criança e o Brasil é um país que complica nossa vida pela dificuldade de chegar e buscar profissionais da área, em Goiás está raro um psiquiatra ou neuropsicologo ou neuropsiquiatra na área de autismo, um grande obstáculo que enfrento no estado e por isso ñ posso fazer terapia ou ter apoio 😮

Santo dia!Tô tentando. Quanto ao diagnóstico,eu pensava que por conta da idade,não mudaria nada,mais estava enganado,muda sim. Obrigado pelo vídeo,sempre esclarecedor.

Olá boa noite 🩷. Eu tenho uma doença nos olhos desde os 6 anos e nunca tive diagnóstico. O motivo mais plausível é que seja auto imune. Atualmente tenho 33 anos e já perdi a visão em ambos os olhos. Também estou em uma crise de depressão e ansiedade social e não tem sido fácil… na busca de encontrar uma maneira de me entender e melhorar encontrei o autismo, e como é parecido com minhas dificuldades que tanto me atormentam. Mas com respeito a minha doença auto imune, ela poderia estar ligada ao autismo? Li algo sobre isso, mas encontrei pouca informação.