O filme é simplesmente o que acontece na mente de uma pessoa ansiosa. Tudo de ruim que pode acontecer na cabeça de uma pessoa ansiosa, acontece. Quem lida com a ansiedade entende esse filme muito bem

*Plot twist: O Beau estava o tempo todo indo pra casa do c@ralh0, literalmente.*

Pra quem tem pai ou mãe narcisista, a cena final é hilária de tão realista por mais surrealista que seja.

É impressionante a capacidade que o Ugá tem de fazer interpretações que fogem ao óbvio. Muito bom, parabéns.

Não acho que ele tenha matado ela enforcada, mas indiretamente, matou o relacionamento deles, e por fim ela mesma, aquele julgamento parece a consciência dele, e talvez um suicídio

O filme me lembrou "Mãe". Achei muito tenso, prendeu a minha atenção do começo ao fim. O protagonista passa por situações surrealistas que o colocam numa situação de perigo de morte. Acho que é sobre a relação conflituosa entre filho e mãe, esta última tão protetora que é tóxica. Adorei o filme, nem vi as três horas passarem.

Eu acho que o julgamento que q gente viu foi mais interno. Pra mim, ele tava entrando no rio e se julgando pra saber se merecia continuar vivendo depois de matar a mãe. E no final, ele cumpre a sentença auto infligida

Tenho certeza que no futuro esse filme vai ser considerado um clássico, apesar de quase ninguém ter entendido agora

Como você é maravilhoso, Otávio. Eu já tava angustiada por ter amado este filme e a crítica ficar desmerecendo um filme desses, como se fosse a raposa e as uvas verdes. Vi no domingo. Até hoje vejo flashs do filme. Para mim, este é Freud puro. O caralhão no sótão é a síntese de tudo. A jornada do Beau é do inconsciente. Ele acha caminhos pelos desvios. A mãe não era má. O que existe é uma dinâmica de culpas enraizadas, já que ambos, de certa forma, sentiam-se causadores da morte do pai. Sexo e morte. É por isso os testículos dele ficavam inchados. Daí a mãe projetou no Beau este lugar de marido, mas teve que castrar o masculino na família. Uma pitada de Étipo. Mas a vida sempre se impõe, seja pela afirmação, negação, morte, isolamento, zona de conforto, etc, não adianta fugir. O inconsciente atravessa paredes e tempos. No último ato, vi o Beau no meio de uma barriga, com líquido amniótico, sendo julgado pelo advogado (macho, o pai que moraliza e ordena a vida) e a mãe. Quando ele desaparece na água, como se fosse aspirado numa piscina do HotPark, é porque ele nasceu de novo. Prefiro pensar que ele se curou. E quantos partos temos que passar ainda?

Provavelmente o filme mais doido que eu já vi na vida, não esperava menos do Ari Aster

É até compreensível que as primeiras críticas a esse filme o definiram apenas como um filme ruim, já que provavelmente foram feitas logo que a pessoa saiu do cinema, o que definitivamente não é o recomendável no caso; eu mesma estou faz quase uma semana tentando assimilar toda a experiência, sempre consciente de que "calma, tem mais coisa aí pra você pensar" hahahahaah Nesses últimos dias finalmente tenho visto e lido críticas de pessoas que realmente se propuseram a não só ver como entender o filme, e você Otávio claramente é disparado o que melhor fez e sempre faz isso. Com poucas palavras esclareceu um monte de coisas que ainda estavam martelando na minha cabeça e agora vou dormir até mais leve 😂😂 Você é apenas perfeito. Obrigada por isso.

Eu acho que o irmão gêmeo também representa o lado do Beau que desafiava a mãe e que ela tirou dele e trancou no sotão.

o protagonista passa por situações de perigo de morte, e isso é exatamente a sensação de uma crise de ansiedade. o ansioso sempre imagina os piores cenários possíveis, pelo sentimento de medo que a ansiedade pode trazer. obs: a atuação do joaquin phoenix sempre impecável 😮❤

Na minha opinião é que após ingerir os remédios ( o dobro da indicação para um dia ) sem a água Beau teve alucinações ( sobre todos os traumas, mãe, pai, falta de relacionamentos e toda jornada que vimos) e morreu, visto que até pesquisou na internet e foi mostrado que havia mortes na quantidade que ele ingeriu, pra mim ele não saiu do apartamento.

Esperei o hype passar um pouco, assisti ontem e fiquei até hoje matutando sobre o filme. Entendi que a cabeça dele é de um ansioso e seus pensamentos intrusivos por total influência de uma mãe completamente narcisista, que colocou medo e culpa sobre absolutamente tudo para que tivesse controle sobre ele. O fato de não ter conseguido pegar o avião, provavelmente foi o inconsciente o impedido de ir, sabendo o que o esperaria (ter todos os traumas reacendidos); desde uma morte paterna fraudada por não assumir o fato de ser abandonada (não havia atinado o fato dela ter incutido a doença nele como forma dele não a "abandonar" com um relacionamento), até o reencontro com seu "lado corajoso" no "sótão" (inconsciente, subconsciente, sei lá) que por um pequeno momento o fez ver a mãe como ela realmente é e ter aquele ódio genuíno. Só que ela logo o domina novamente, que vencido pelo cansaço de uma vida de chantagem emocional, teve a grande alusão em "se afogar em culpa". Filme denso, complexo e que com certeza merece uma revisitada, mas não tão cedo 😅

Eu gosto de pensar na ideia de que Ari Aster quis criar um filme sobre como traumas emocionais se refletem em um pesadelo. Somente isso. Beau tem medo, e sonha. Ele precisa visitar a sua mãe, e isso implica em vivenciar/enfrentar esses traumas novamente. Tal fato, o faz pensar nesses assuntos, e a sua mente se encarrega de produzir um belo pesadelo - que é o filme.

Beau is Afraid é a odisseia sensitiva para o lado caótico pintada aos moldes da mente surreal de Salvador Dali e arquitetada por um cara que, sem sombras de dúvidas, tem muitos traumas com a família e principalmente com a mãe, como já vimos nos filmes passados e curtas estranhos do Ari Aster. Se você que viu o filme sentiu muita das coisas que ele te apresentou, seja um sentimento ruim ou bom, acredite esse foi o exato propósito da arte que ela quis te apresentar.

Filme bom pra ativar gatilho em crise de pânico. Não recomendo pra pessoas com transtorno de ansiedade.

"Quem tem Beau, tem medo?" Tudo isso e muito mais, agora!

Aaii Otávio, vc é o melhor crítico, queria muito uma informação lógica pra esse filme, pq todos tão falando de uma forma tão banal, e vc foi o único q eu vi q deu palavras respeitáveis, e mdss só obrigadoo!!! Não sou de comentar mais eu amo seu canal ❤

Acho que os ansiosos de plantão acabaram gostando e compreendendo mais do filme. Talvez por isso tanta gente não tenha gostado. Eu considero que para além do medo e ansiedade, o filme trata bastante de culpa. Numa das primeiras cenas, o psiquiatra anota uma única palavra no caderno: guilty/culpa. E uma das aflições do Beau é justamente o sentimento de culpa pelo "abandono da mãe", incutido por ela mesmo e textualmente colocado pelo Beau durante o filme em certo ponto. Considero o julgamento final como mais um dos medos amplificados do Beau, sendo atormentado pela culpa de pequenas atitudes que na mente dele se tornaram coisas abomináveis devido sua ansiedade e neuroses (acho que todos temos um pouco desse tipo de autojulgamento/culpa em alguns momentos da vida). Até que o filme acaba com ele sendo consumido quase que literalmente pela culpa e pelo medo (adorei o "telão do juizo final" apontando todos os "pecados" do Beau enquanto uma plateia assiste). Enfim, fui com expectativas baixas pelas críticas medonhas sobre o filme, mas adorei. Se tivesse um corte um pouco mais enxuto (sem a parte da floresta), eu teria gostado mais, mas a ideia é ótima.

Parabéns Otávio! A tua crítica foi a melhor que já vi sobre o filme. Na minha modesta opinião, tudo o que se passa após o Beau dormir (lá no início do filme) é um pesadelo, em que ele projeta toda os medos e paranóias. Isso explica uma penca de coisas que parecem absolutamente inverossímeis no filme.

Plot twist: Beau é um prequel de Coringa e demonstra o que se passa na mente do Arthur Fleck.

Eu tenho transtorno do pânico, então me identifiquei muito com o filme e chorei algumas vezes

Otavio foi tao sensível nessa crítica ❤ gostei de ver

Adoro ver essas resenhas de filmes, que eu provavelmente não vou querer ver, mas que quero saber o que acontece, só pra ver o quanto os criadores viajaram na batatinha kkkkk

Ari Aster tem sérios problemas com a mãe kkk

Vi hoje, pena nao ter visto no cinema. Amei tudo! AA e JP, são únicos no universo! AA, ou vc ama, ou vc odeia, ele pra mim não é mediano.

Ari Aster + Otávio Uga = Tudo

Uma das melhores críticas sobre Beau is Afraid. Bom demais!

Parabéns Otávio pela sensibilidade na interpretação. A cada video seu mostra o quanto o cinema é uma arte a ser explorada

É interesante como ele consegue transformar os próprios traumas em combustivel pra mostra-los de uma forma que só ele poderia mesmo. Parece uma reunião do AA(ou até mesmo aquele grupo de auto ajuda em Hereditário hehe) quem vê de fora pode não ver tanto valor assim ou até achar estranho, mas quem faz parte do grupo sabe o valor incalculável que aquilo pode ter. Sinto que a cada filme dele é como se estivéssemos nessa roda, ouvindo ele dar seu testemunho a sua maneira, enquanto nós compartilhamos o nosso aqui na internet

Otavio é o que expressa melhor o que eu sinto vendo os filmes, não seria o contrário com essa maluquice aqui do Arizão. Eu evito dizer que o filme não é pra qualquer um, mas nesse caso em específico não é mesmo, tem que tá disposto a sentir um desconforto, uma confusão, uma aceleração, uma impaciência e tantas sensações ruins, tudo isso sem respostas prontas e nem interpretações muito lógicas, nem mesmo ao fim do longa. É mais experiência que filosofia, é quase entrar na mente de um neurótico, psicótico e ter todas as crises dele e quase sem descanso e sem entendimento. Gostei, desgostei, gostei, desgostei, cansei e quero mais.

Do jeito q vc explicou o filme eu me interessei muito kkkkkkkkkk pq parece ter enigmas e mistérios para se descobrir

Pelo que entendi, o filme fala sobre a vida de uma pessoa ansiosa que tem medo de tudo e todos, não fez nada a vida dele inteira por medo e claro pela mãe controladora, e tudo que ele faz as pessoas o culpam, acontece muito com pessoas tímidas que não tem atitudes, infelizmente a vida real é assim mesmo, não tão exagerada igual o filme, mas se vc deixar as pessoas vão te pisar sem dó nem piedade...

Tudo nesse filme é um grande compilado caótico e metafórico sobre vida, traumas, complexos ... A cena final me fez recordar a frase de Freud de que "Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte" ... como se Beau não tivesse realmente saído daquela sessão com o psiquiatra, ou pelo menos não saído o mesmo. Senti que ele começou a identificar a razão dos seus traumas, das suas limitações, e passou o filme todo "desvendando e vencendo as raízes dos seus problemas", para no final "aceitar a morte" enquando indivíduo traumatizado, renascendo como um homem capaz de enfrentar a vida sem os filtros negativos que o aprisionavam. Parece aquela sensação quando "te cai a ficha" e você percebe que a ansiedade não é coisa da tua cabeça, não é bobagem, e você entende (e aceita) que precisa de ajuda. Vivi com ansiedade por toda a vida, o que me rendeu uma depressão muito acentuada em um período. A culpa e o julgamento, como se todos estivessem apontando meus erros, o sentimento de caos interno, a melancolia ... muito parecido com o que Beau viveu ao longo do filme. Quando eu estava me afogando nos meus próprios problemas e medos, quando cheguei ao fundo do poço, foi quando reconheci minha doença e busquei o tratamento. Na minha visão esse é o final de Beau. Ele chega ao fim do poço da depressão e ansiedade e deixa-se afogar, reconhecendo que precisa abandonar aquele mundo (in)cômodo para lutar contra seus traumas. Espero, dentro da minha esperança positiva, que o personagem tenha ficado bem, medicado, com a terapia em dia, adotado 2 gatos, tendo várias plantas e terminado feliz 😅

Eu ouvindo a galera no peeweecast falando desse filme, como sendo um filme ruim apenas kkkk Já o Otávio filosofa sobre ele de maneira muito interessante.

enquanto assistia o filme fiquei extremamente angustiada, se não, ansiosa até ficar sem ar. Eu interpretei o filme como a mente de uma pessoa que é filho(a) de pais narcisistas e como eles o fazem se sentir, com medo do mundo e de tudo e todos e tentando lidar com os traumas, sempre achando que a culpa é deles e que são culpados por optar pela próprias escolhas, a cena que ele descobre que a mãe o vigiava o tempo inteiro diz muito sobre pais narcisistas terem todo o controle dos filhos, simplesmente genial.

Esse filme é uma obra prima. É difícil vermos um filme que passa uma gama de sentimentos tao grande. Pura ansiedade, nada óbvio, que faz a gente questionar sobre o que é real ou nao so tendo certeza dos traumas. É raro encontrar algo desse tipo no cinema. É arte pura. A meu ver melhor trabalho de ari aster, e difícil ver algo tao bom no cinema, com tantos filmes rasos ultimamente feitos pra somente para agradar o público

Não tem como explicar minha cara de horror e perplexidade diante desse filme doido ao extremo. Um surto é o mínimo. Simplesmente surreal. Fantástica a atuação do Joaquin Phoenix.

Que primor de análise! De longe, a melhor feita! 🖤

Socorro que eu fiz exatamente isso: ri de nervoso e fiquei com medo do povo da sala do cinema me achar um maluco kkkkkkklk

Tem uma cena onde uma música toca no fundo e fala sobre estar "preso em um labirinto". Beau é uma daquelas pessoas que nunca teve às rédeas da própria vida, até mesmo sua mãe o condicionou a isso, o "castrou", como uma pessoa narcisista faz. Diante disso, ele nunca mais foi capaz ser o protagonista, o mestre da própria vida, pois outras pessoas roubavam esse papel. A peça de teatro na floresta cita isso: "Não sou o mestre da minha própria vida...!" O filme é bem freudiano, mas sinto que também tem muito Nietzsche nele. O filme é sobre a vontade de poder também.

O Beau vivia praticamente em um "O Show de Truman". A pessoa que o atropelou trabalhava pra mãe, o médico, o terapeuta, ate o cara que corre atras dele no começo e depois está morto na porta do apartamento dele. E quando ele esta descendo as escadas da casa da mãe, olhando várias fotos da vida dele, tem uma dele no próprio apartamento com a mesma roupa do começo do filme, a mãe o vigiava dentro da própria casa. Acho que ate a importunação do vizinho de madrugada e o sumiço das chaves e a mala pode ter o dedo da mãe.

Pensa numa pessoa que ficou ansioso a semana toda por esse vídeo, sim eu mesmo

Fui convidado pra ir ao cinema assistir e não fui porque sabia que não ia gostar. Obrigado pelo vídeo, Otávio. Me garantiu que fiz a escolha correta.

Voce é fantástico, assistir um comentário de 16 minutos sem se cansar, é só pra quem é gênio mesmo capaz de os prender. Voce fala coisa com coisa. Sua narrativa é fundamentada. Parabéns. Ps gostei do filme. Ele ajuda a entender alguns dos transtornos psiquicos.

fala de uma mãe narcisista...E a mente de um adulto estragado vítima dessa mãe! no final é julgado e condenado por ele mesmo por culpa! 😢 Eu gostei muito do filme!❤

Eu vi o filme como um conto dos efeitos de uma mãe narcisista. Do jeito que eu entendi, o irmão no porão seria de fato um irmão do Beau que, por não obedecer a mãe, é deixado de lado, como o filme mostra. Isso porque os pais narcistas têm um filho preferido, que eles mimam e agradam, e um filho que é sempre culpado por tudo de mal que acontece (como seria o caso desse irmão. Se ela literalmente tranca a criança no porão, ou se é uma alegoria para o abando em geral, não sei). E o pai pirocão também não era pra mim um pai ausente que abandonou o filho, mas sim a mãe que, como narcisista, queria ter filhos apenas para ter mais alguém que a idolatrasse e obedecesse, não queria de fato uma relação profunda com ele, mas sim só uma utilidade (reproduzir). O julgamento, na minha visão, foi também uma mostra de como pais narcisistas veem tudo que o filho faz de minimamente diferente como um ataque pessoal, e como isso acaba também passando pra cabeça do próprio Beau, que se culpa por não ter sido oq a mãe queria

Suas análises são tão completas que sempre penso que poderiam virar um TCC, parabéns Estou com muita vontade de assistir o filme

Muito boa sua crítica! Eu diria que o final é o que se passa na cabeça dele, é um julgamento dele por ele mesmo. Apareceram vários momentos mais íntimos da memória dele. Ele carrega esse sentimento de culpa...

Eu tenho uma relação esquisita com filmes alegóricos com essa tendência ao surrealismo. Tipo, amei Mãe!, PI (do Aronofsky), O labirinto do fauno e tantos outros, mas não gostei de filmes como Midsommar ou aqueles do Lynch.

Como alguém que sofre de ansiedade posso dizer que esse filme me deixou aflito no momento em que assisti, e, por sorte não surtei depois. Apesar dos pesares posso dizer que é uma obra reflexível e subestimada pra caramba

Melhor resenha. Texto maravilhoso.

eu dormi exatamente na cena em que o filme começa a desacelerar como vc disse hahahahaha

Otávio, ainda bem que você existe pra fazer essa crítica impecável pra gente. Sem você eu não teria aguentado nem 1h30 de filme, eu acho hahaha mas vi seu vídeo até o trecho antes dos spoilers, aí assisti o filme e vim ver o restante. E definitivamente foi uma grande experiência. Brilhante, parabéns!

A mãe dele ñ sabia ser mãe, ela traz um histórico de mães narcisistas da mãe dela e mãe da mãe dela. Tbm fiquei pensativa sobre o julgamento final mas tô mais inclinada a acreditar q ele de fato matou a mãe e a condenação foi real, porém contada de acordo com a interpretação da mente dele. ---- Obs.: o filme desde a virada do primeiro ato trata ele como um criminoso, ele aparece de tornozeleira eletrônica e a senhora q estava cuidando dele sempre dá sinais pra ele "parar de se incriminar" e ver q ele estava sendo observado como numa cela. O julgamento no final é o desfecho disso tudo por coisas q ele se sente culpado, mto por conta de uma vida inteira sob influência de uma mãe controladora e narcisista.

spoiler: Quando vi aquele pir0cã0 e depois a mãe dizendo que "agora ele entende o quão terrível foi ter ele" eu pensei que ela pudesse ter sido abus4d4. Mas ao mesmo tempo ela é narcisista, então ela pode ter criado essa ideia de "bicho papão" pra separar o pai dele. Porque naquela cena do teatro o suposto pai aparece como se quisesse contar uma versão diferente, mas "m0rre" antes de poder explicar

Otávio é o maior de todos, não tem como

Nossa Otávio, vc realmente conseguiu expressar minha opinião sobre o filme. Muito obrigado!

Filme sensacional , tem como ser compreendido como o show de Truman mas de uma forma mais lúdica onde os problemas são problemas dentro desta psicose , a forma com q o filme impõe o medo e comportamentos de um esquizofrênico onde nós vemos diretamente como se fossemos ele dando assim os sentimentos de ansiedade e angústia a cada momento q se passa , filme nota 10🎉🎉

Otávio seu lindooooo. Obrigado por essa resenha.

Filho que sofre demais com ansiedade e mãe narcisista que foi passada pra trás. Pelo menos foi o que me pareceu. E até por isso é um filme tão desgastante. Ser esse filho é uma existência desgastante demais.

O surto que eu tive na hora que falou "TÁ fumando banana?" Kkkkk só quem é fã de Imaginago entende

Amei o vídeo Otávio, parabéns. Sua análise ajuda a acomodar o turbilhão de sinapses que esse filme desperta.

Que ótima análise, Otávio! Infeluzmente, Beau não me conquistou. Achei o filme tedioso e a experiência excruciante.

Resenha muito bacana, parabéns pelo trabalho impecável 😁

Que filme. Pra quem tem ansiedade e síndrome do panico ele faz muito sentido. nas doenças psicológicas eu faço bingo, então esse filme foi muito bom, alem de realmente cansativo. 3 horas pra sentir tudo isso é muito pouco.

Excelente crítica!!

Otávio, você descreveu muito bem o que eu falei para a minha mãe na manhã seguinte a ter assistido o filme! Com palavras muito melhores também! Eu fiquei completamente dolorida fisicamente no dia seguinte a ter assistido, a ansiedade e caos que esse filme me proporcionou é inexplicável, Ari já tinha feito isso comigo nos outros dois filmes dele, mas nesse, ele me pegou pela mão e não consegui soltar, nem se eu quisesse! Eu vi muitas partes do filme como a parte que ele se vê no teatro justamente tendo uma reação que os diretores procuram, o de fazer o espectador se tornar parte do filme, se colocar nos sapatos do protagonista e sentir tudo o que ele está sentindo (isso ocorreu comigo em midsomar, eu tinha terminado um relacionamento muito parecido com o da protagonista duas semanas antes de assistir o filme). Então quando o Beau 'morre' e as luzes do cinema se acenderam, eu apenas fiquei estática, pois toda a ansiedade e dúvida e todos aqueles sentimentos que eu tive eram pois eu fazia parte daquele filme e eu, e todas as pessoas que estavam na sessão literalmente estavamos com aquelas pessoas no teatro (fazendo justamente esse link louco entre o teatro do absurdo e o show de truman)!! Estávamos saindo da sessão como eles! Amei o seu texto, amo você demais, aqui em casa assistimos sempre você! Um abraço pra vc e sua esposa e bora para um 2023 com mais filmes excelentes como esse

A culpa que a mãe o fez sentir o afogou, metaforicamente falando. Por isso ele se tornou o que é.

que crítica sensacional, Otávio. Parabéns! Elevou ainda mais minha experiência com o filme

Pq que o Bial tem medo? 🤔

Eita! Vou assistir já, já tava curiosa quando vi o trailer e com essa introdução então, fiquei ainda mais intrigada

Eu entendo o Otávio no que diz respeito a uma obra trazer sensações negativas e desconfortáveis e ser uma boa obra. Não seria boa necessariamente, mas sim uma experiência. Eu aprendi a não classificar as coisas como boas ou ruins, bonitas ou feias, harmoniosas ou desarmoniosas, certas ou erradas... São sensações, experiências! Spoiler Essa parte final me impactou muito por causa das paranóias que eu tenho, me sinto como num tribunal cercado de acusadores e com tímidas defesas a cada instante da minha vida. Há momentos que várias vozes tomam a acusação e eu fico preso nesse inferno. Foi bem forte pra mim essa cena. A parte do julgamento no final também pode ser visto com noções de perspectiva e questões morais e éticas, tipo, as ações são factíveis, mas os valores dessas ações podem ser contrários dependendo da visão de mundo de quem observa de fora ou julga. Na perspectivas perspectivas consequencialistas, o valor não está na ação propriamente, mas sim nas consequências dessa ação - se a consequência for boa, a ação é boa, e o contrário também; no utilitarismo a consequência é boa por quê alegrou o maior número de pessoas; no pragmatismo a consequência é boa quando atinge os objetivos do agente ao realizar a ação; já na deontologia, que não é consequencialista, na verdade, o que conta na ação é a intenção do agente, que segue por princípios universalizaveis. Essas teorias éticas se apresentam nessa cena como argumentos da acusação e da defesa, e também deixa claro a complexidade na tarefa de dar sentido e valor absoluto às ações humanas. Sabe, não é tão simples definir se a ação foi boa ou ruim, ela muda na perspectiva. Os exemplos do filme falam por si sós. Como quando o Beau sempre se importou tanto com a mãe no decorrer de todo o filme, e sempre deixou claro a preocupação em chegar lá na hora, seja para visitá-la, seja para o funeral, e como quando a acusação vê e procura nas ações do Beau, motivos de que ele não queria vê-la, e tantos outros julgamentos, que, misturados - nesses sistemas éticos - o atribuem de imoral e perverso, agindo mal nas consequências (dando o desprazer aos afetados pelas suas ações, pessoas próximas) e com más intenções, no caso da deontologia. Importante citar que todas essas teorias éticas têm inúmeras falhas e limites, exemplos, no utilitarismo, fazer só porque agrada o maior número, é possível, e até inevitável, que se cometa coisas terríveis, como por exemplo genocídios (se for do agrado, pode fazer), também o utilitarismo não diz o que se faz com o menor número, pois se alegrou o maior número, entristeceu o menor número; no pragmatismo, vale fazer qualquer coisa, inclusive matar, roubar... E na deontologia, ao resolver os problemas de que o agente não tem o menor controle das consequências da ação, ele pode ter boas intenções, e acabar só fazendo coisas ruins, por exemplo, mas nas intenções não tem esse problema, a pessoa é moralmente digna, nesse caso, quando age pelo princípio certo, movido pela boa vontade do valor universal, mas seus limites são ser e interagir num mundo plural e caótico e complexo nos valores, quer dizer: se o imperativo categórico for "falar a verdade" (ou seja, se todos falassem a verdade, seria um mundo melhor), mas a questão é: as pessoas não seguem o mesmo princípio, tanto é que o valor da mentira também têm a mesma importância do da verdade, ou seja, há ocasiões que dizer a verdade é melhor, e outros momentos que dizer a mentira é melhor. Esses limites também se apresentam nessa cena, nos argumentos da acusação e da defesa de Beau.

Aquele final, eu acho que ele matou a mãe mesmo e o julgamento é dentro da cabeça dele ele, os pensamentos e a culpa acusando ele, daí ele se mata.

Esse filme claramente fala sobre narcisismo materno. Quem vive e viveu isso, rapidamente consegue identificar esse padrão. Da pra perceber isso nos primeiros minutos do filme e só vai se confirmando no decorrer do filme.

Acredito que o filme provoca sinestesia, não é sobre algo a ser compreendido, mas sentido. Me parece uma obra abstrata, que tem objetivo de provocar sensações desagradáveis ou não. O mais incrível é que ele nos ajuda a ver o mundo pela ótica do protagonista, e quebra completamente a nossa forma cartesiana de ver as coisas.

Parece bom, Otávio. Gostaria que tu fizesse mais análises dele, simbolismos, interpretações, etc

Angústia, medo, culpa e necessidade de validação são os elementos de pesadelo que compõem a saga de Beau. Mona é a mãe, cuja amarga e ameaçadora onipresença reina sobre ele, desde antes do parto até um torturante (tb para o espectador) julgamento final. Já Elaine, por seu lado, é um curto mas eficaz facho de luz e ruptura, o breve momento de "epifania". Os personagens transtornados do entorno de Beau são de certa forma reflexos da sua personalidade e sinalizam a sua necessidade de reagir, ainda que tardiamente, à dominação psicológica de uma figura materna opressora e manipuladora. A invasao dos "zumbis" ao seu prédio, por um lapso involuntário seu, é metáfora para todas as falhas possíveis a uma pessoa comum, mas consideradas inadmissíveis para sua mãe (desde o parto "cuidado, não deixe ele cair, ele vai cair"). Leitura minha. Mas há/haverá muito mais a se entrever, descobrir, supor, depreender, cogitar, especular em uma obra de conteúdo psicanalítico e surrealisra tão vasto como "Beau".

Beau is Afraid pra mim, tenta trazer mais os fãs do Ari Aster que já ta mais imerso nas obras dele e ele faz questão que eles nadem no que ele quer oferecer. Para quem tá caindo de para-quedas: É muito interessante mas também bem cansativo a obra.A primeira metade você sente tudo ir rápido e a outra metade, você sente o baque.É surtado o filme e bom para quem quer o terror de desconforto e ansiedade. Review excelente do Otávio como smp.

Ugá e sua retórica sofisticada e ao mesmo tempo despretensiosa torna um prazer ainda maior assistir a suas ótimas análises.

Filme igual "MÃE" Daqui algum tempo vamos entender tds as alegorias desse filme

Gostei muito do filme! Como já mencionado pela maioria aqui, realmente o paralelo com a ansiedade é inegável! Como um bom sofredor de ansiedade generalizada que sou, já me notei pensando que o mundo é um lugar extremamente cruel e frio, onde as pessoas são muito violentas, só pensam em si mesmo e estão prontas pra atacar a qualquer momento. Confesso que gostaria de ter visto mais dessa "sociedade" pelo ponto de vista dele. Me identifiquei muito com o Beau.

Fala Otávio, já pensou em algum dia fazer um Super Vale Crítica do filme: PONTYPOOL (2008)?, filme canadense de suspense que consegue driblar o seu baixo orçamento com criatividade e diálogos afiados.

É o tipo de filme que eu tenho até medo de ver kk. Acho que não vou entender e acabar não gostando injustamente. Vou tomar coragem.

Como sofro com ansiedade, esse filme caiu como uma luva pra mim. Representou perfeitamente o sentimento e a paranoia de ter que "enfrentar" a realidade com poucas ferramentas emocionais. Adorei!

Quantas vezes viu o filme para dar essa aula!! Conseguer explicar a loucura que e o filme e fantástico.

O julgamento me fez lembrar muito "O Processo", de Kafka. Foi aí que eu me dei conta de que o filme é muito kafkiano, do começo ao fim. Então, por essa ótica, não me parece que o diretor estava preocupado em haver uma explicação lógica para as coisas, separando o que é real e o que é delírio. Como nos livros de Kafka, o absurdo simplesmente acontece, sem explicação. Mas dentro da hipótese de que o que é mostrado no filme é uma mistura de realidade com delírios do protagonista, eu diria que ele se afogou (ou morreu de frio ou fome) e pouco antes de morrer teve uma espécie de "julgamento final" em sua mente, se remoendo por todas as coisas que ele se sentia culpado, por influência do comportamento possessivo da mãe que lhe causava essa culpa (nesse sentido, a mãe pode ser uma alegoria para a religião).

rapaz... tuas análises são pika d+

Fui assistir esse filme sem ver o trailer e meu amigo.... Fiquei completamente pasmo, é incrível como Ari Aster nos entrega diversas interpretações possíveis para a história sem perder seu foco, sem soar aleatório e clichê, não sou autoridade em cinema mas percebi um grande amadurecimento na carreira do diretor, se em Hereditário e Midsommar o horror é o fio condutor da narrativa, em Beau Tem Medo a coesão de cenas "aleatórias" e incômodas tornam a obra harmoniosa, cada evento vai se tornando compreensível com o passar do tempo, exceto a cena da menina bebendo tinta que ainda não assimilei, mas não procuro por essa resposta (pelo menos não tão cedo), essa história vai ganhando forma naturalmente com o passar do tempo, interpretei como se Beau fosse fruto de um relacionamento abusivo de seu pai com sua mãe, que ficou traumatizada com os homens e praticamente guardou o filho dentro da barriga, inventando essa doença genética, o afastando da realidade e gerando toda essa crise de repulsão, ansiedade e depressão no garoto. Beau é um "aborto", sim, apesar de sua mãe tê-lo concebido com consentimento, ela não o permitiu ter a capacidade de sobreviver fora do útero mesmo morando em outra cidade e tendo pouco contato com o filho após a fase adulta, uma vez que certos comportamentos dos pais podem traumatizar a infância dos filhos e consequentemente arruinar a vida toda deles. Acredito que no final, ao descobrir a verdade, ele acaba tendo um surto psicótico e enforcando sua mãe, afinal, ela causou uma repressão mental e física numa pessoa que acumulou isso por 49 anos, resultando na agressão instintiva do protagonista que mesmo sendo rápida, causou susto suficiente naquele vínculo materno bizarro existente entre os dois, levando sua mãe já em idade avançada a sofrer um ataque cardíaco em razão de toda sua perspectiva em torno de Beau, que era parte do seu corpo, quando eles se encontram ela diz: "Minha casa é sua casa" o que reforça toda esse dependência genética entre os dois, e no ato final, EU! acredito que o personagem comete suicídio se afogando no mar após relembrar todos os momentos cruciais em sua vida, que são representados pelo coliseu, onde ele é julgado numa espécie de purgatório, que pode ter sido criado por ele mesmo, e mesmo sendo vítima de um abuso emocional que o impossibilitou de ter uma vida feliz, experimentar o gozo, casar, ter filhos, etc, àquela altura tudo isso não importava mais porquê querendo ou não já havia passado e o único sentimento que o restava era o amor de sua mãe, me fez lembrar a série Bates Motel, na qual a mãe, Norma Bates, diz: "Somos um só", logo, um não consegue viver sem o outro, fazendo da projeção um romance macabro que no final demonstra a grandeza ou a causa do amor.

Sinceramente, nem meu amor pelo cinema nem minha admiração pelo talento do ator Joaquim Phoenix são suficientes para me fazer assistir a este filme.

Esse filme é prato cheio para quem curte Schulz, Beckett ou Kafka, por exemplo.

Uga, esse filme parece que teve uma certa inspiração (me faz lembrar) o "Um Fantástico Medo de Tudo" caso não o conheça, da uma conferida nesse filme, tendo seu personagem principal com o Ator Simon Pegg. Fala sobre um homem que começa a estudar Serial Killers para um trabalho e fica preso em uma paranoia criada por sua própria mente fazendo com situações desastrosas aconteçam devido a isso, tem um tom de horror cômico.

Vendo o final do filme eu cheguei a conclusão que o Beau está em um sonho maluco. Nos sonhos estranhos sempre estamos em algum lugar e do nada em outro, assim como pessoas de nossa convivências e aleatórias aparecem do nada nos momentos mais oportunos(Como no caso do cara que dá carona ao Beau que o leva diretamente para a casa da sua mãe). A cabeça confusa dele levou ele a todos os lugares e todas os seus traumas foram colocados nesse sonho estranho. Uma coisa que me deixou meio apreensivo foi o Beau sempre se dando mal mesmo em momentos que ele encontrou a relativa paz.

Incrível como os vídeos do Super Oito são incríveis literalmente do começo ao fim, meu crítico de cinema favorito.

o final do vídeo TUTS TUTS TUTS TUTS KKKKKKKKKKKK tu é foda Otávio, que review maravilhosa, eu gosto muito de experiências fora da casinha, que nem Hereditário e Midsommar me proporcionaram, posso falar que me deu sono no segundo ato, mas depois... aquela junção de loucuras me prendeu de uma forma incrível, filme ótimo que infelizmente não vai agradar todo mundo

Joaquin phoenix ganhou meu coração com filme,e eu amei esse filme totalmente fora da caixinha,e achei mais pro lado das doenças mentais e como isso influencia em todas as relações,impedindo qm sifre delas de viver muita coisa

É um filme pra quem sofre de ansiedade🤣 . A identificação é imediata. Me senti dentro da minha própria mente, dentro dos meus sonhos/pesadelos. O medo do mundo, neurose no caos, o constante delírio sobre a própria existência e a dependencia emocional de alguma figura manipuladora e tóxica. São anos de terapia de um ansioso em 3 horas de filme. 😅

Spoilers!!! ⚠️⚠️⚠️ Minha interpretação do final é que o Beau não conseguiu escapar das opiniões e do julgamento da mãe dele. Que a mente dele ainda condena ele até por coisas que ele de certa forma sabe que não são erros. Até depois da morte dela, o Beau continua sob o domínio da mãe.