Como Didi morreu?
Didi foi um jogador de futebol brasileiro, que deixou uma marca duradoura no esporte. Ele brilhou nas décadas de 1950 e 1960, se destacando por sua elegância em campo e por ter sido eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1958.
Waldir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, no dia 8 de outubro de 1928. Ele nasceu em uma família humilde, e desde cedo precisou ajudar sua família financeiramente. Seu primeiro trabalho foi como vendedor de amendoim na sua cidade natal.
Foi jogando pelo Fluminense que Didi, participou de sua primeira Copa do Mundo em 1954, na Suíça. Ele estava com 25 anos e já era um dos principais jogadores do Fluminense. Didi foi titular em todos os quatro jogos do Brasil no torneio, marcando dois gols durante toda sua participação na Copa. No entanto, o Brasil foi eliminado na semifinal pela Hungria, na partida que ficou conhecida como "A Batalha de Berna", marcada por muita violência e confusão dentro e fora de campo. Didi foi um dos poucos que se salvaram da derrota por 4 a 2, sendo elogiado pela crítica pela sua técnica e serenidade.
Em 1956, Didi foi contratado pelo Botafogo, onde aumentou sua coleção de títulos e formou uma das melhores equipes da história do clube, ao lado de craques como Garrincha, Nilton Santos e Zagallo. Ele conquistou três títulos estaduais pelo alvinegro, em 1957, 1961 e 1962.
Em 1958, ele foi convocado novamente para uma Copa do Mundo, que ocorreria na Suécia. Durante a Copa ele foi um dos líderes da Seleção, que contava com grandes jogadores como Pelé e Garrincha. Ele marcou três gols na competição, sendo um deles contra a Inglaterra nas quartas de final, com um chute "folha seca" que entrou no ângulo.
Na final contra a Suécia, Didi comandou o meio-campo brasileiro com passes precisos e lançamentos longos, contribuindo para a vitória por 5 a 2.
Didi foi o maestro da Seleção Brasileira que conquistou o primeiro título mundial, sendo eleito o melhor jogador da competição pela FIFA.
Em 1963, Didi se transferiu para o Sporting Cristal do Peru, onde iniciou sua carreira como jogador-treinador. Ele voltou ao Botafogo em 1964 para uma breve passagem e depois jogou no Veracruz do México em 1965 e 1966. Seu último clube foi o São Paulo, em 1966, onde encerrou sua carreira aos 38 anos. .
Após deixar os gramados, Didi não se afastou completamente do futebol, pois logo se tornou treinador de diversos clubes e seleções. Ele começou sua carreira como técnico no Sporting Cristal, do Peru, em 1963, onde foi campeão nacional. Depois, passou por equipes como River Plate, da Argentina, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Fenerbahçe, da Turquia, e Al-Ahly, do Egito.
Didi também foi o primeiro brasileiro a treinar uma seleção estrangeira: a do Peru, em 1969. Ele levou os peruanos à Copa do Mundo de 1970, no México, onde enfrentou o Brasil na fase de grupos. O time de Didi perdeu por 4 a 2 para o esquadrão comandado por Pelé, mas deixou uma boa impressão pelo seu futebol ofensivo e técnico.
Didi ainda treinou as seleções da Arábia Saudita, em 1972, e do Kuwait, em 1976.
Após se afastar por completo do futebol, Didi passou seus últimos dias cuidando de sua saúde e descansando junto com sua família .
Embora ele não tivesse uma vida luxuosa, o ex-jogador conseguiu levar uma vida confortável, muito por causa de seus trabalhos realizados após deixar de ser jogador de futebol. Ele morava com sua mulher, Guiomar, na Ilha do Governador.
Didi lutou contra problemas de saúde, incluindo complicações renais e cardíacas, o que o deixou debilitado. Essas condições de saúde afetaram significativamente sua qualidade de vida e mobilidade.
Porém o que estava prejudicando sua saúde, era um câncer no fígado não diagnosticado. Didi só saberia que tinha câncer poucos dias antes de falecer.
No dia 25 de abril de 2001, Didi deu entrada no Hospital Universitário Pedro Ernesto, com dores na barriga, sem saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da vesícula e do intestino. Como o câncer já estava em estágio avançado, ele não conseguiu se recuperar, sendo sedado, e começou a respirar com a ajuda de aparelhos.
O ex-jogador faleceu em 12 de maio de 2001, devido a complicações provocadas pelo câncer no fígado. Ele estava com 72 anos.
Seu enterro foi custeado pela CBF, na sede do Clube do Botafogo. O que chamou a atenção em seu velório, foi que apenas dois jogadores de sua época compareceram para dar o ultimo adeus.
Didi deixou um legado imenso para o futebol brasileiro e mundial. Sua classe, sua categoria e sua folha seca ficaram na memória de todos que o viram jogar. Ele foi um dos maiores ídolos da história dos rivais cariocas Fluminense e Botafogo.
E foi assim que Didi morreu.
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