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LENDA AFRICANA DA GALINHA D’ANGOLA
Antigamente, as aves viviam felizes nos campos e florestas africanas, até que a inveja se instalou entre elas, tornando insuportável a convivência.
Nessa ocasião, quase todos os pássaros passaram a invejar a família do melro, que era muito bonito. O macho, com sua plumagem negra e seu bico amarelo alaranjado, despertava em todos a vontade de serem iguais a ele.
As fêmeas tinham o dorso preto, o peito pardo-escuro malhado de pardo-claro, e a garganta com manchas esbranquiçadas. Elas causavam inveja maior ainda.
O melro, vaidoso, certo de sua beleza, prometeu que se todas as aves o obedecessem usaria seus poderes mágicos e os tornaria negros, com plumagem brilhante. Entretanto, os pássaros logo começaram a
desobedecê-lo. Então, ele, furioso, jurou vingança, rogou uma praga neles e deu para eles cores e aspectos diferentes.
Para a galinha-d’angola, disse que seria magra e sentiria fraqueza constante. Fez com que seu corpo se tornasse pintado, como o dos leopardos. Dessa forma, seria devorada por esses felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesse o corpo tão belo, pintado de uma maneira semelhante ao deles. Ela pagaria, assim, por sua inveja. E foi isso que aconteceu.
Desde esse dia, a galinha-d’angola, embora seja muito esperta e voe para fugir dos caçadores, vive reclamando que tá fraca, tá fraca. Com suas perninhas magras, foge com seu bando assim que surge algum
perigo e é muito difícil alcançá-la. Suas penas, cinzas, brancas ou azuladas, são sempre manchadinhas de escuro tornando as galinhas-d’angola belas e cobiçadas.