Citações e trechos do livro “Living is Dying”, de Dzongsar Jamyang Khyentse.
Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche ou Thubten Chökyi Gyamtso, é um grande mestre da linhagem Nyingma do budismo tibetano, cineasta e escritor.
Nascido em 1961, em Khenpajong (leste do Butão), é o filho mais velho de Thinley Norbu.
Aos sete anos, foi reconhecido por Sua Santidade Sakya Trizin como a principal encarnação de Dzongsar Jamyang Khyentse Chökyi Lodrö, o herdeiro espiritual de uma das mais influentes e admiradas encarnações de Manjushri (o Buda da Sabedoria).
Até a idade de doze anos, Dzongsar estudou no Mosteiro do Palácio do Rei de Sikkim no nordeste da Índia, onde estudou com vários mestres contemporâneos influentes como Dudjom Rinpoche, Dalai Lama e Dilgo Khyentse que considera ser seu principal mestre. Ainda adolescente, Dzongsar construiu um pequeno centro de retiro em Ghezing em Sikkim e logo começou a viajar e ensinar pelo mundo.
Em 1989, Dzongsar fundou a Siddhartha's Intent, uma associação budista internacional de centros sem fins lucrativos, a maioria das quais são sociedades e instituições de caridade, com a intenção principal de preservar os ensinamentos budistas, bem como aumentar a conscientização e a compreensão dos muitos aspectos do ensinamento budista além dos limites das culturas e tradições.
Como cineasta, Dzongsar estudou com o italiano Bernardo Bertolucci; e seus dois filmes principais são “A Copa” (1999) e “Traveller e Magicians” (2003).
Dzongsar Rinpoche é famoso pela liberdade descontraída com que se move entre culturas e povos e por sua dedicação incansável em trazer a filosofia e o caminho da iluminação para qualquer pessoa com um coração aberto.
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“De certa forma, a iluminação pode ser entendida muito simplesmente como uma libertação de certas obsessões e bloqueios. Até que estejamos livres dessas obsessões e hábitos, vagaremos indefinidamente no samsara, passando por todo tipo de ansiedade, sofrimento e assim por diante.
Para minar esse tipo de padrão habitual, o Senhor Buda nos ensinou muitos métodos diferentes. Alguns deles são métodos muito habilidosos, como superar as emoções fazendo amizade com elas.
Mesmo uma única palavra do Buda Shakyamuni pode nos libertar de todas essas obsessões e padrões habituais. Tomemos, por exemplo, o ensinamento sobre a impermanência.
Quando muitos de nós, inclusive eu, ouvimos ensinamentos sobre coisas como a impermanência, tendemos a rejeitá-los como muito simples e preliminares. Mas isso ocorre porque na verdade não os entendemos”.
Dzongsar Jamyang Khyentse.
“Ouvir, contemplar, estudar e analisar são métodos comuns para os que buscam a verdade, mas, no final, a verdadeira compreensão da vacuidade só pode surgir quando a mente estiver livre de pontos de referência, bloqueios culturais, valores, o fardo da lógica, dialética, razão, especulação, racionalismo e hipóteses. Isso se chama devoção. De todas as faculdades superiores possíveis, a devoção é a suprema”.
Dzongsar Jamyang Khyentse.
“Como Buda disse no Prajnaparamita Sutra, todos os fenômenos são como um sonho e uma ilusão, até mesmo a iluminação é como um sonho e uma ilusão. E se existe algo maior ou mais grandioso do que a iluminação, isso também é como um sonho e uma ilusão. Seu discípulo, o grande Nagarjuna, escreveu que o Senhor Buda não afirmou que depois de abandonar o samsara existe o nirvana. A inexistência do samsara é o nirvana. Uma faca fica afiada como resultado de dois esgotamentos - o esgotamento da pedra de amolar e o esgotamento do metal. Da mesma forma, a iluminação é o resultado do esgotamento das impurezas e do esgotamento do antídoto das impurezas. Em última análise, deve-se abandonar o caminho para a iluminação. Se você ainda se define como budista, você ainda não é um buda”.
Dzongsar Jamyang Khyentse.
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