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Na capital do agronegócio, o maior rebanho do Brasil. Lá tornou-se comum um corte de carne chamado ossinho - pedaços da costela dianteira do boi, geralmente usados para fazer sopa. O quilo custa R$ 5 e em um açougue, os ossinhos não são vendidos. São doados. A ordem da dona é deixar ao redor deles um pouco de carne e gordura. Centenas de famílias fazem fila para receber os ossos. A doação de mais de 400 sacos acontece duas vezes por semana. Desde que perdeu o emprego de ajudante em um salão de beleza, no final do ano passado, Daniele passou a depender de doações e a cozinhar com álcool combustível - embora o risco de queimaduras seja bastante conhecido. Mesmo assim, na maior do tempo ela usa o fogareiro. Não tem dinheiro para o gás. Os ossinhos, pelos menos por ora, garantem proteína na mesa da família de Daniele.
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