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O avião Bandeirantes da Polícia Civil de Minas Gerais pousou no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 23h05 desta quinta-feira (8) com o goleiro Bruno e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Do aeroporto, Bruno e Macarão foram escoltados para o Departamento de Investigações de Belo Horizonte, na Lagoinha, e passarão a noite, segundo o delegado Edson Moreira, no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão, no mesmo prédio do DI. O delegado disse à reportagem do G1 que ninguém prestará depoimento durante a madrugada desta sexta.
Ao descer do carro da polícia, Macarrão cobriu o rosto com a blusa e foi escoltado por policiais até a delegacia. Já o goleiro entrou sem algemas e não escondeu o rosto. Eles são acusados pelo sequestro de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro. Segundo um menor que também teria participação no caso, Eliza foi levada do Rio para Minas Gerais e depois morta.
Muitos jornalistas e muitos moradores de Belo Horizonte aguardavam a chegada dos dois. A polícia fez um esquema para organizar a multidão na porta do Departamento de Investigações. Populares protestavam aos gritos, com expressões como "assassino".
Macarrão escondeu o rosto ao descer do carro da
polícia (Foto: Reprodução/Globo News)Bruno e Macarrão saíram da penitenciária de Bangu 2, na Zona Oeste do Rio, depois que a Justiça do Rio autorizou a transferência dos dois para Minas Gerais. A aeronave partiu às 21h47 desta quinta, do Aeroporto Santos Dumont, no Centro.
Transferência
No fim da tarde desta quinta, a 38ª Vara Criminal do Rio determinou a transferência de Bruno e Macarrão para Minas, onde está sendo investigado o caso. O pedido havia sido feito pela Polícia Civil mineira.
A decisão é do juiz Jorge Luiz Le Cocq. "No sentido que o crime de sequestro é conexo com o homicídio, a competência é do Tribunal do Júri de Contagem, Minas Gerais" disse em sua decisão.
"A Justiça do Rio acaba de determinar, atendendo ao nosso anseio, o recambiamento de Bruno e Macarrão para Minas", confirmou a chefe da Divisão de Homicídios de Contagem, Ana Maria dos Santos. Ela não descarta a participação dos suspeitos em acareações e reconstituições no decorrer do caso. Ainda segundo Santos, um pedido de transferência semelhante já está em curso na Vara da Infância e Juventude do Rio para que o menor, que foi ouvido na terça-feira (6), também seja levado para Minas.
Segundo a delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem, Alessandra Wilke, há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais. "Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias", afirmou.
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O advogado que defendia o goleiro, Michel Assef Filho, afirmou na manhã desta quinta que deixou o cargo. Assef disse que estava defendendo os interesses de Bruno porque ele era um "patrimônio do clube e um dos atletas mais caros do Flamengo". Uma vez que o advogado trabalha para o Flamengo e o clube decidiu pela suspensão do contrato dele, há conflito de interesses, segundo Assef.
Segundo o advogado, ele não entrou com pedido de habeas corpus para o goleiro. Assef informou ainda que quem assume a defesa do goleiro é o advogado Ércio Quaresma, de Minas Gerais, que já defende a mulher de Bruno e Macarrão.
Bruno nega as acusações
Michel Assef Filho disse que o atleta negou, na noite de quarta-feira (7), acusações contra ele feitas por um menor de idade. Ele disse que o goleiro está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça. As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta.
Denúncia
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou na quarta Bruno e Macarrão por sequestro e lesão corporal, no ano passado, de Eliza Samudio. Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, os dois sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.