Entrevista raríssima do escritor e diplomata brasileiro João Guimarães Rosa com Walter Höllerer para um canal de televisão independente em Berlim, em 1962, que nunca chegou a ir ao ar, no entanto. São uma das únicas imagens em movimento deste grande autor maior da literatura brasileira. (Existe um outro videozinho, também disponível aqui no KZfaq - • Joao Guimaraes Rosa - ... -, em que Rosa dá entrevista em 1964 em espanhol, durante colóquio de escritores latino-americanos e alemães em Berlim.)
Estas imagens que agora coloco aqui, repito, nunca chegaram a ser transmitidas e foram coletadas do documentário "Outro Sertão" (assistam!), lançado em 2013, dirigido por Adriana Jacobsen e Soraia Vilela, que descobriram a entrevista numa pesquisa de mais ou menos 10 anos sobre a relação do escritor com a Alemanha.
Rosa apresenta o seu monumental romance 'Grande Sertão: Veredas' e também 'Primeiras Estórias', livro de contos que é uma jóia da literatura, então recém-lançado. Fala sobre seu processo de escrita.
Lembremos, como o próprio conta nesta entrevista, que o escritor havia sido cônsul em Hamburgo em 1936, tendo ajudado - junto à sua esposa, basta assistir o documentário "Esse Viver Ninguém Me Tira" ( • Video ) - diversos judeus e outros perseguidos a fugirem da Alemanha Nazista.
Notem ainda que, embora entenda as perguntas do entrevistador alemão, Rosa responde em português, o que agrega ainda mais a este importante registro imenso valor histórico para o Brasil.
P.s. de 2017: Notícia boa! Este vídeo da entrevista inédita com Guimarães Rosa - as únicas imagens em movimento do escritor, junto a uma curta entrevista em espanhol disponível por aí - foi RESTAURADO de volta ao meu canal do KZfaq, depois de ter sido retirado por um pedido dos documentaristas do filme 'Outro Sertão' (merece ser visto e divulgado), que acharam o material raríssimo numa pesquisa de mais ou menos 10 anos; mas, conforme argumentei e o KZfaq parece ter entendido, as imagens não pertencem a eles, pertencem a um programa literário independente da Alemanha que não existe mais e que nem mesmo foi ao ar. Eles foram devidamente creditados, no entanto, na descrição e na área de comentários - não fosse meu lento editor à época, quando baixei o vídeo de uma página do Facebook, eu creditaria na própria tela. Fora tudo isso, a entrevista em si com o Rosa é que é tesouro inestimável para o Brasil, para nossa memória (constantemente problemática) e para nossa literatura.
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