E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:12
Esta é a versão de Paulo do chamado à não conformidade e à santidade que é dirigida ao povo de Deus por meio das Escrituras.
Esse apelo já havia sido feito ao povo de Israel por meio de Moisés: "Você não deve fazer como eles fazem ... na terra de Canaã, para onde estou trazendo você. Não siga suas práticas. Você deve obedecer às minhas leis ... '
Outro exemplo é encontrado no Sermão da Montanha. Cercado pela falsa devoção de fariseus e pagãos, Jesus disse aos seus discípulos: 'Não sejais como eles' .6 'Não devemos ser como um camaleão que tira a cor do ambiente.'
E agora Paulo diz o mesmo. conclama o povo de Deus a não se conformar com a cultura vigente, mas sim a ser transformado.
Paulo está nos chamando a ser contraculturais
A contracultura é uma ideologia que prega a contextação dos valores vigentes.
É um movimento que busca ir na contra mão dos valores que são vividos pela maioria.
Ele chegou a ser um movimento social nos anos 60, liderado por jovens que buscaram uma transformação de consciência, valores e comportamento.
Mas não vou falar hoje da contracultura como um evento social, e sim como um valor.
Ser contracultural é contextar a consciência, os valores e os comportamentos da sociedade atual.
É exatamente isso, que como cristãos, somos chamados a ser.
Karl Barth chamou a ética cristã de "a grande perturbação", com tanta violência que ela desafia, interrompe e perturba o tranquilo status quo.
Seja contra cultural
Pra gerar essas perguntas precisamos de uma vida radical, uma vida contracultural.
Parece que quanto mais popular o cristianismo se torna, mas acomodado ele fica, e menos ele cresce.
Os primeiros cristãos eram parte de um movimento contraculutral, marginalizado e perseguido. Quando Constantino se converteu e tornou o cristianismo a religião oficial do estado, eles não tinham mais que fugir, e ainda ganharam templos e sacerdotes. Igreja deixou de ser um grupo ao qual você pertencia e se tornou um lugar aonde você ia.
“A Igreja não foi mais definido como '' um povo que '', mas sim '' um lugar onde”
Isso fez com que eles se acomodassem, e a igreja perdesse seu senso de missão.
Hoje corremos o mesmo perigo. Como movimento evangélico estamos no centro da cultura dominante. Lutamos pra preservar nosso conforto, nosso status, e nos esquecemos de que parte da nossa missão é ser contracultural, é ser maluco mesmo!
O mundo nos vê lutando para manter o casamento entre homens e mulheres heterossexuais, lutando contra direitos dos homossexuais, lutando contra o Islã, lutando para manter a oração nas escolas. Não que essas lutas sejam erradas, mas que gastamos tanta energia nos defendendo, tentando fazer com que o mundo se adeque a nós, quando na verdade não precisamos lutar, precisamos apenas manter firmes nossas posturas contraculturais, entendendo que toda essa loucura do mundo atual nos dá uma oportunidade de demosntrar nossa fé autentica e verdadeira.
Isso deve ser demonstrado em nossa missão
Missão é sobre ir, não é sobre atrair, para nós, nossos programas, nossos prédios ou nossos encontros.
Mateus 28:19 diz: “Vá e faça discípulos de todas as nações. . . .
Precisamos ir, não apenas ir e evangelizar o mundo de forma desagradável ou insensível através de evangelismo ou projetos missionários de curto prazo na esperança de convidar pessoas de volta às nossas igrejas.
Ir é apenas uma parte de um conceito muito mais profundo.
Eu não preciso ir e falar, ou pregar, e preciso ir e demonstrar com a minha vida a verdade que desejo pregar.
Isso é o que chamamos de ser “encarnacional”
Abordagem de Atração X Abordagem de Encarnação
Durante muitos anos trabalhamos com uma abordagem de atração, buscando trazer as pessoas para nossa igreja, nosso programa, apresentação ou pregação. Em resumo é quando achamos que evangelizar se resume a convidar alguém à Igreja para ouvir um sermão. Se a pessoa se interessa nós damos estudo, e se ela aceita intelectualmente nós a batizamos e ela se torna membro da igreja.
Na abordagem encarnacional, antes de convidar a pessoa para vir, você vai até ela. Você se torna a mensagem personificada, gerando curiosidade e interesse nas pessoas a ponto de elas se sentirem a vontade para conver e perguntar questões profundas sobre sua vida.
Não somos chamados a confrontar as pessoas do púlpito, e sim nos relacionamentos.
Boas ações podem ser feitas a distância, mas boas novas precisam ser comunicadas de perto.
Condenamos os pecados das pessoas publicamente porque não temos relacionamento suficiente pra conversar, entender e nos sensibilizar por elas.
Falamos muito porque nos relacionamos pouco.