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Carta ao amado narcisista:
-O narcisista pode até sentir amor. Mas sente mais forte o pânico da rejeição.
-O narcisista pode até sentir amor.
Mas sente mais forte que é incapaz de cativar o amor do outro
-O narcisista pode até sentir amor.
Mas sente mais forte que só terá a atenção do outro se usar de meios como a chantagem,
o constrangimento, a desqualificação, o vitimismo, a coação e a tirania, dentre outros.
Amado narcisista, deixo aqui a abençoada oração da gestalt:
"eu faço as minhas coisas e você faz as suas.
Não estou neste mundo para satisfazer as suas expectativas,e você não está neste mundo para viver conforme as minhas.
Você é você, eu sou eu.
E se por acaso nos encontrarmos, é lindo.
Se não, não há nada a fazer." Fritz Perls
A raiva que você sente de mim só me fará mal se eu ficar com raiva de você, e isso dificilmente acontecerá porque eu sei que a raiva que você sente de mim é porque você vê que eu não expresso o amor, que eu sinto por você, da forma que você entende como amor.
A raiva que você sente de mim é também a raiva que você sente de você mesmo, por ter gerado expectativas ao meu respeito que não se cumpriram.
Frustração. Esse é o problema.
A sua péssima habilidade para conviver com a frustração. Quase tudo não é como a gente quer. É sempre como precisa ser. E é sempre para o nosso bem.
A raiva que você sente de mim é ainda uma forma avessa de você declarar o seu amor por mim. Você me ama, mas como eu não demonstro que te amo da forma como você entenderia que eu te amo, você opta por achar que eu não te amo, é você quem faz essa escolha.
Você se sente um ser rastejante e humilhado por, ao declarar que me ama não ter, de mim, a declaração do meu amor por você, do jeito que você quer.
O narcisista morre de medo da desconstrução que o amor causa, por que ele já está desconstruído pela ideia de fracasso, mas ele teima em posar de resolvido.
Na verdade, você não consegue expressar o amor que deveras sente, por causa do pânico que tem de ouvir um “não” da minha parte.
Em algum ponto aí dentro de você, você sabe que eu te amo e que te trato bem, do meu jeito, porque te amo, mas em algum outro ponto aí dentro de você (no qual você ainda acredita mais), você duvida mortalmente desse fato. Do fato de que te amo.
Você sempre nega a existência dos amores que de fato está sentindo.
E você tem a equivocadíssima certeza de que não é um ser passível de ser amado.
Então você prefere viver sem viver plenamente o nosso amor, a ter que conviver com a minha possível (ainda que improvável) rejeição ao seu amor.
Eu aprendi que não é bom permanecermos na raiva, porque ela nos destrói e destrói a quem odiamos, ainda que temporariamente.
Porém a raiva destrói a quem odiamos somente se o odiado ficar com raiva também.
É por isso que, depois de ter vivido muita raiva, ódio e sentimento de vingança, eu aprendi a tolice que é isso tudo.
Não foi por "santidade", até porque acho que essa coisa de “santidade” não existe, mas sim por ver que não há outra opção saudável a não ser escolher permanecer no sentimento de amor em relação a todo mundo. Sem expectativas.
Principalmente em relação a quem sente raiva de mim.
Para um nível de consciência ainda primitivo, não existe maior manifestação de frustração pela não vivência amorosa, do que sentir raiva em relação ao ser amado.
Tanto você quanto eu, estamos fazendo o melhor que podemos sempre.
Você com a opção pela raiva e eu com a opção pelo amor, e isso não torna nenhum de nós melhor ou pior do que o outro.
A sua raiva de mim é a raiva pela sua própria incapacidade de viver o amor de forma digna.
É a sua frustração pela não vivência do nosso amor, do seu jeito.
O seu jeito de amar não expressa amor, expressa tirania.
Por isso eu mantenho em relação à você a mais saudável e amorosa distância.
Mesmo sabendo que isso te deixa com muita raiva de mim.
E a essa raiva, eu não reajo, eu apenas respondo: eu também te amo.
Foco no afeto!
(Texto de Arly Cravo)