A oficina 'Coco de roda e suas variações em Pernambuco' foi desenvolvida em duas abordagens. Vamos lá!
Abordagem teórica: Breve histórico sobre o Coco de Roda em Pernambuco. Conhecimento adquirido em contato direto com mestras e mestres do coco de roda em um processo que pode ser classificado como história oral, repasse de conhecimento através da tradição da oralidade. Trata da memória, de espaços e locais onde se encontra o folguedo, suas origens e sua diversidade no estado.
Abordagem prática: O Coco de Roda enquanto música que pode ser praticada em qualquer parte do mundo através desta oficina on-line. A apresentação de técnicas, variações e todas as diferenças de estilos do coco, com apresentação de tópicos como instrumentação, práticas e saberes com a narrativa sobre seu ciclo, suas principais diferenças, semelhanças e características.
Além de demonstrar algumas das variações rítmicas do Coco de roda, existem momentos específicos onde serão tratados o Coco Praieiro, com forte presença no bairro do Amaro branco e o Coco de Umbigada presente sobretudo no bairro do Guadalupe, ambos na cidade de Olinda. Há o Coco da Xambá, que fica no Portão do Gelo e faz parte do terreiro de candomblé da Xambá (Quilombo Urbano). Adentrando para a Região da Zona da Mata, interior do estado de Pernambuco, é apresentado o Coco Rural que é típico na cidade de Nazaré da Mata, Tracunhaém, Condado, Itambé, entre outros. Nessa aula ainda é agregado o Samba de Coco que vem do sertão do estado, representado pela cidade de Arcoverde. Tradição esta mantida pelas famílias Calixto, Gomes e Lopes. Cada região ou município utiliza instrumentos diferentes e possui diversidade de ritmos que também é dança e poética.
Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento e visibilidade dessa tradição, essa oficina propõe dar amplitude a esse conhecimento. Com o desejo de fazer chegar essa informação para a geração atual e quiçá, gerações futuras. Que tem o direito do acesso à cultura e ter contato com suas tradições e seus saberes centenários.
O Coco é uma música diversa que atinge todos os públicos, do jovem aos mais experientes. Tem ritmos conhecidos em diversas regiões do país e em países de todos os continentes, graças ao trabalho de divulgação de grandes mestras e mestres. Entretanto, esse gênero ainda é pouco conhecido para o grande público. Mas não nos enganemos, ele está em plena combustão, sendo escutado, apreciado e estudado em muitos locais.
Pode-se observar que essa tradição vem sofrendo um processo de esquecimento. Dessa forma, ao dispormos dessa oficina, contribuímos para a expansão da cultura no país, potencializamos e fortalecemos o nosso sentimento de pertencimento e identidade. E com isso, mantemos o nosso compromisso com esse legado.
A música que vem dos guetos, subúrbios e pequenos municípios precisam de mais oportunidade de difusão e essa oficina é um excelente vetor. Através desse projeto, é feito um recorte da história do Coco e suas variações, onde se oportuniza ao público o conhecimento histórico e musical do proponente, que atua num formato pedagógico, lúdico e mantém a tradição da oralidade no repasse de conhecimento.
Salve nossas Mestras e Mestres!
Captação e Edição: Aline Souza (Instagram: 4lin3s)
Guadalupe, Olinda - PE