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De volta tratando do assunto “Complexo Rodoviário Ponte do Futuro”, que vai ligar Cabedelo a Lucena. Estávamos esperando para a última semana de dezembro o edital de licitação para a obra, o que não aconteceu. Que bom que não saiu o edital que estava previsto, porque teria sido um desastre. Tiveram bom censo, pois o edital limitava a ponte com apenas 2 faixas. O projeto imposto pelo Governo do estado, e que tanto combatemos em diversas matérias aqui no canal, já ia nascer doente e olhando pro passado. Estão, agora, elaborando um novo edital com uma nova formatação da estrutura da ponte. Resolveram alargar a pista para 2 faixas em cada sentido, ou seja, 4 faixas. Esse alargamento de pista deverá contemplar, também, as rodovias que darão acesso à ponte principal. O novo edital deverá ser publicado até o fim de janeiro e grandes são as expectativas sobre os seguintes pontos:
1 - Haverá outras mudanças na estrutura, além do alargamento do tabuleiro ?
2 - Permanecerão impondo esse design ultrapassado de ponte rural, com vãos pequenos e mais de cem pilares obstruindo e assoreando o rio?
3 - Permitirão diferentes propostas de pontes ou a atual gestão estadual seguirá obrigando que esse projeto horrível seja executado pela construtora vencedora da licitação ?
4 - Serão mantidos os mais de 100 pilares? Uma verdadeira barreira contra o turismo náutico?
5 - Por qual razão o Governo manteria essa imposição diante tantas possibilidades de designs? Há razões que a nossa razão desconhece ?
6 - Perderemos a oportunidade de termos a ponte mais bonita do Brasil, restando-nos o projeto do Governo, que ficará conhecida como uma das mais feias em área urbana do país?
Vamos entender, no vídeo, o que a gente espera desse novo edital que deverá sair até o fim do mês. Começando com nossos parabéns à equipe do Governo, o secretário Deusdete... por terem reconhecido o equívoco quanto ao tabuleiro estreito e terem resolvido aumentar pra 4 faixas.
Realmente não daria mesmo pra continuar daquele jeito. Vale a pena, sim, estar aumentando o orçamento em 100 milhões, pois isso, na verdade, está significando economia ao se evitar futuras intervenções.
Mas, assim como as 4 faixas, a ponte precisa ter também identidade, um design dotado de CONCEITO. Ela precisa dialogar com a foz do rio, com essa paisagem que foi formada ao longo de milhões anos, estando praticamente assim, intocada, sem grandes interferências visuais, a não ser pela Fortaleza de Santa Catarina, que não tem nem 500 anos, e o Porto de Cabedelo, que ainda caminha pros 90.
Se aproxima o momento da maior interferência, em todos os sentidos, já realizadas nessa região que é um verdadeiro patrimônio, talvez o maior da Paraíba, não só pelo Rio, ou pelas centenas de milhares de pessoas que vivem no entorno, mas, principalmente, pelo manguezal e pelo potencial turístico e náutico. Então, se é pra interferir no rio, no manguezal e na paisagem, que se faça de forma proativa e inteligente, encarando possíveis custos adicionais na melhoria do projeto como investimento, assim como optaram pelo alargamento da ponte com o investimento de mais 100 milhões.
Agora, o que tá me inquietando, é a seguinte questão: Imaginem que já temos um projeto extremamente melhor, mais adaptado, original, de beleza e com CONCEITO totalmente ligado ao contexto do rio. Elas, que já são chamadas de obras de arte do estuário do Rio Paraíba, foram concebidas unindo conceitos de arquitetura e engenharia, unindo técnica e arte. A ponte principal parece ter sido uma sugestão, ou, por que não dizer, exigência do próprio rio, que pode, muito bem, ter interferindo nos sonhos do autor, cujos olhos teriam sido presenteados com uma imagem saída das margens do próprio manguezal local. A natureza escreveu, nas raízes expostas e arqueadas do mangue, o recado pro governador engenheiro João Azevedo. Os arcos sucessivos das raízes nos deixam convictos de qual a melhor solução em termos de projeto de ponte. A beleza dos arcos e a economia das vigas treliçadas. O manguezal, com suas raízes, visto ali por milhares de anos, sendo homenageado e eternizado na intervenção humana, em forma de ponte que serve, ainda, como um alerta à degradação e ameaça de extinção que os mangues vem sofrendo.
Portanto, estas pontes mostradas na nossa matéria, sim, são conectadas ao futuro e ao que pede o rio, ao que merece o nosso rio. Ao contrário da ponte rural imposta pela atual gestão estadual, a ponte arqueada irá emoldurar nosso belo cenário que é único, soberano. Um design moderno, arrojado, e totalmente conectado às demandas do rio.
Imagens Aéreas:
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