QUEM FOI ERNESTO GEISEL.
Ernesto Geisel assumiu a presidência do Brasil após ser eleito pelo Congresso Nacional, ocupando o cargo de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Ele foi o quarto líder durante o período do regime militar.
Geisel foi reconhecido por iniciar um processo de abertura política gradual, conhecido como distensão lenta e segura.
Nascido em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, em 3 de agosto de 1908, Ernesto Geisel Beckmann era filho de Wilhelm August Geisel, um imigrante alemão, e Lydia Beckmann, uma brasileira descendente de alemães.
Em 1921, Ernesto Geisel entrou para o Colégio Militar de Porto Alegre. Aos 17 anos, deu início à sua trajetória militar na Escola Militar do Realengo, localizada no Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira, foi agraciado com diversas promoções por mérito. Em 1960, alcançou a patente de general-de-brigada e, no ano em que teve início o regime militar no Brasil, foi elevado ao posto de general-de-divisão.
A Revolução de 1930 marcou a entrada do tenente Ernesto Geisel no cenário político. No ano seguinte, ele foi designado como secretário do Interior do Rio Grande do Norte e, em 1932, assumiu como secretário da Fazenda, Agricultura e Obras Públicas da Paraíba.
Em 1961, enquanto ocupava o cargo de general e comandava a guarnição militar de Brasília, Geisel foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente em exercício, Ranieri Mazzilli. Sua atuação foi fundamental nas negociações entre os ministros militares e o Congresso, levando à implantação do sistema parlamentarista como requisito para a posse do vice-presidente João Goulart.
Geisel teve participação ativa no movimento militar de 1964 e foi escolhido pelo presidente Castelo Branco para liderar a Casa Militar, posição que ocupou até os últimos meses daquela administração. Posteriormente, serviu como ministro do Superior Tribunal Militar até 1969, quando recebeu o convite do presidente Costa e Silva para assumir a presidência da Petrobras.
Durante seu mandato na Petrobras, Geisel consolidou sua reputação como administrador, expandindo as operações da empresa e fortalecendo sua presença no mercado distribuidor. Ele supervisionou a construção de novas refinarias, oleodutos e ampliou a exploração da plataforma submarina, resultando na descoberta de grandes reservas de petróleo.
Além disso, Geisel destacou-se por negociar acordos internacionais para pesquisa e extração de petróleo por meio da Braspetro, uma subsidiária da Petrobras, que estabeleceu parcerias com o Iraque, Egito e Equador.
No dia 15 de janeiro de 1974, Ernesto Geisel foi designado presidente por um colégio eleitoral e, posteriormente, em 15 de março, assumiu a presidência da República, sucedendo a Emílio Garratazu Médici.
Em 1977, diante da resistência do MDB em aprovar uma reforma constitucional proposta pelo governo, Geisel lançou um conjunto de medidas conhecido como "Pacote de Abril". Isso resultou no fechamento do Congresso e na extensão do mandato presidencial para seis anos, além de estabelecer que um terço do Senado seria eleito de forma indireta.
Nas eleições de 1978, a oposição saiu vitoriosa com uma ampla vantagem de votos, clamando por uma Assembleia Nacional Constituinte como solução para os problemas políticos do país.
Apesar dos modestos avanços no processo democrático e dos retrocessos ocasionais, o governo do general Geisel é lembrado na história como um período de distensão política, devido à sua tentativa de normalizar a vida política do país. Seu governo revogou o AI-5 a partir de 1º de janeiro de 1979.
Com o fim do período do milagre econômico, o governo de Geisel optou por aumentar a intervenção estatal na economia, expandindo as empresas públicas e implementando políticas de planejamento econômico.
O governo continuou a investir em projetos destinados a fortalecer a infraestrutura do país, incluindo a construção da Ferrovia do Aço em Minas Gerais, a implementação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) em 1975 como alternativa à gasolina, a construção de usinas nucleares para geração de energia e a realização da hidrelétrica de Tucuruí.
Embora esses projetos tenham sido alvo de críticas devido aos altos custos e à dependência de empréstimos internacionais, que contribuíram para o aumento da dívida externa do Brasil, eles ajudaram a estabelecer uma base industrial sólida capaz de atender às necessidades da população.
Geisel designou o general João Figueiredo, então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), como seu sucessor na Presidência da República. Figueiredo foi eleito de forma indireta e assumiu o cargo em 15 de março de 1979.
Ernesto Geisel veio a falecer no Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1996.
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