QUEM FOI TEIXEIRINHA.
Vítor Mateus Teixeira, famoso como Teixeirinha (nascido em Rolante, Santo Antônio da Patrulha, em 3 de março de 1927 e falecido em Porto Alegre, em 4 de dezembro de 1985), foi um renomado artista brasileiro, reconhecido por seu talento como cantor, compositor, locutor de rádio e cineasta, sendo um dos principais representantes da música típica do Rio Grande do Sul. Ele alcançou vendas impressionantes no Brasil, ganhando o apelido de Rei do Disco.
Vítor Mateus Teixeira veio ao mundo no então distrito de Rolante, naquela época parte integrante do município de Santo Antônio da Patrulha, no estado do Rio Grande do Sul. Filho de Saturnino Teixeira, um trabalhador dos campos, e Ledurina Mateus Teixeira, ele cresceu ao lado de um irmão e duas irmãs. Aos 7 anos de idade, sua vida mudou drasticamente com a morte súbita do pai, vítima de um ataque cardíaco. Após esse triste acontecimento, os três irmãos de Teixeirinha foram encaminhados para adoção.
Aos 9 anos, enquanto frequentava a escola, Vítor foi confrontado com outra perda terrível. Sua mãe, Ledurina, que sofria de epilepsia, teve um desmaio durante a queima de lixo em uma fogueira, sucumbindo após três dias devido à gravidade das queimaduras. Esta tragédia pessoal inspirou a famosa música "Coração de Luto", uma composição sua que posteriormente foi regravada por vários artistas, incluindo a dupla Milionário e José Rico, que deram uma abordagem mais sertaneja à canção.
Após perder a mãe, Vítor ficou desamparado e precisou contar com a ajuda de parentes, mas infelizmente eles não tinham recursos suficientes para cuidar dele. Por essa razão, ele deixou sua cidade natal e percorreu diversas localidades, incluindo Taquara, Santa Cruz do Sul, Soledade, Passo Fundo e Porto Alegre.
Seu primeiro acordeonista foi Ademar Silva, que na época tinha apenas 15 anos. Em 1961, durante uma apresentação na Rádio Bagé, Teixeirinha conheceu Mary Terezinha, que se tornou sua parceira musical por 22 anos. Na década de 1970, sua carreira musical ganhou destaque nacional e internacional, com apresentações em várias cidades do Brasil e turnês em Portugal, Espanha e diversos países da América do Sul. Além disso, realizou 15 shows nos Estados Unidos em 1973 e 18 no Canadá em 1975.
Além de sua carreira musical e cinematográfica, Teixeirinha também teve presença marcante no rádio. Ele apresentou o programa "Teixeirinha Amanhece Cantando", transmitido pelas rádios Farroupilha e Gaúcha durante os anos 1970.
Teixeirinha foi um fenômeno de vendas de discos no Brasil, tendo lançado mais de 50 álbuns e escrito cerca de 1.200 músicas até 1983. Embora registros oficiais indiquem que ele tenha vendido mais de 18 milhões de discos, esse número é questionável devido à sua atuação predominantemente regional e à ausência de certificações da Pro-Música Brasil.
Na época áurea de sua carreira, vender mais de 30 mil cópias já era considerado um grande feito, dadas as limitações de acesso às vitrolas no Brasil e a baixa produção de LPs. Até o seu falecimento, Teixeirinha recebeu reconhecimento com 13 discos de ouro.
Em 1978, Mary Terezinha começou a se distanciar de Teixeirinha. Em 1983, ela finalmente se separou dele, deixando um bilhete que expressava sua decisão de não mais estar ao lado do cantor. Ao ler o bilhete, Teixeirinha sofreu um episódio de pré-infarto, mas conseguiu se recuperar.
Pouco depois, recebeu o diagnóstico de linfoma, uma doença que o abateu ainda mais, especialmente após a separação de Mary, com quem havia compartilhado não apenas os palcos, mas também a vida, resultando na chegada de dois filhos. Esses acontecimentos trouxeram grande tristeza para o cantor. Apesar das dificuldades, Teixeirinha ainda lançou mais três álbuns. Seu último LP foi lançado um dia após seu falecimento.
Teixeirinha submeteu-se a sessões de radioterapia em São Paulo, porém o câncer nas glândulas linfáticas continuou a se agravar. Ele faleceu em sua residência no dia 4 de dezembro de 1985. Deixou para trás sete filhas e dois filhos: Sirley Marisa, Liria Luiza, Victor Mateus Teixeira Filho, Nancy Margareth, Gessi Elizabeth, Fátima Lisete e Márcia Bernadeth, frutos de seu casamento com Zoraida Lima Teixeira, além de Alexandre e Liane Ledurina, filhos de sua relação com Mary Terezinha.
Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre. Todos os detalhes de seu funeral foram mencionados na música "A Morte Não Marca Hora", lançada em 1984. Como desejava, uma estátua sua com um violão foi erguida em sua sepultura em homenagem. Além disso, em Passo Fundo, outra estátua foi dedicada à sua memória.
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