Pioneiras e pioneiros das bases de gêneros musicais, como o "rock", o blues e o country, mulheres e homens negros e negras foram apagados da história de fundação da chamada "música pesada" estadunidense/global, sendo o reconhecimento, portanto, de grande parte das inovações melódico-instrumentais e letrísticas produzida negado entre a baixa cobertura midiática dedicada a uma agora contemporânea minoria na cena. Produto de uma América segregada, a subversão criativa protagonizada à hegemonia branca sobre os circuitos de produção, de circulação e de recepção de obras nas décadas de 1930 e de 1940 facilitou a drenagem de lucros e de popularidade do ritmo veloz e dançante a "rainhas" e a "reis" então distintos das expressões negras de Sister Rosetta Tharpe (1915-1973), de Ella Fitzgerald (1917-1996), de Big Mama Thornton (1926-1984), de LaVern Baker (1929-1997) e de Odetta (1930-2008), para não dizer do culto a quase imortais estrelas que até hoje abarca gerações. A desidentificação de pessoas negras com rock 'n' roll ("balançar e rolar", em língua inglesa) e com o underground é, não obstante a constatável pilhagem cultural de décadas, força memorialística e intelecto-musical hoje centrípeta ao trabalho de aquilombamento e de reencontro da juventude e da adultez com a ancestralidade informadora do negro legado.
No Canal Preto da semana, a representatividade e o legado ancestral das realizações negras nas cenas rock e underground.
Fontes de pesquisa: Mundo Negro, Geledés, Trace, NPR Music, Estadão, HBN News e UOL.

AGRADECIMENTO:
O Canal Preto agradece às convidadas e aos convidados a disponibilidade, o apoio, a confiança e a partilha de conhecimento. Suas falas são a maior referência utilizada na e para a construção de todo o conteúdo publicado ao longo da semana.
Hanna Paulino - Cantora e compositora atuante nas cenas underground e do rock/metal feminino nortista (amapaense). Integrante do Projeto de Power Mystic Metal nacional "ShamAngra".
Chaene da Gama - Baixista e membro fundador do Black Pantera. Baixista do ano pelo Prêmio Luis Mariutti (2023).
Marcelo Barbosa - Guitarrista do Angra e empresário.
Juliana Aparecida de Souza Guilherme - Professora de História na rede pública do estado de São Paulo. Bacharel e licenciada em História pelo Centro Universitário Fieo (2011). Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Africana pelo Centro Universitário Claretiano (2013) e em História das Revoluções e dos Movimentos Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM, 2019). Integrante do Grupo de Pesquisa em Educação Afrocentrada (GRUPEAFRO, 2020). Coordenadora de Formação Política do Movimento Negro Unificado (MNU), seção Carapicuíba (SP).

#ParaTodoMundoVer: no vídeo (plano médio), vemos, nesta ordem de aparecimento, as seguintes pessoas convidadas: Hanna Paulino, uma mulher negra de pele clara e de cabelos cacheados pretos à altura dos ombros, veste uma blusa preta e usa, além de um batom vermelho sobre os lábios, óculos com uma armação amendoada na cor vinho e brincos de argolas texturizadas em prata; Chaene da Gama, um homem negro de pele clara barbado (barba extensa) e de cabelos dreadados (dreads em tamanho médio), veste uma camiseta preta com a inscrição "Wakanda Forever" ("Wakanda para sempre") estampada frontalmente; Marcelo Barbosa, um homem negro de pele clara e de cabelos longos trançados, veste uma blusa preta; e Juliana Aparecida de Souza Guilherme, uma mulher negra de pele clara e de cabelos cacheados curtos pretos, veste uma blusa preta.
Racismo. Ou você combate, ou você faz parte. Qual dos dois é você?
#RepresentatividadeNegra #ORockÉPreto #Underground #CanalPreto