www1.folha.uol.com.br/amp/opiniao/2023/11/solucao-para-a-causa-palestina-nao-e-a-eliminacao-de-israel.shtml

Prof. Dunker, sou neta de um palestino refugiado do pós-48. Essa identificação nem sempre é uma projeção. No meu caso, é a história da minha família. Sob a justificativa de proteger um povo e cultura inventaram um país monocultural que só aceita judeus como cidadãos. Num local onde já haviam outras pessoas, outras culturas, outras religiões. É um contrassenso...

Christian, você sentou e comeu na mesa com fascista. A sua posição pode até não ser a mesma, mas o silêncio pesou mais. O bárbaro genocídio requer denúncia imediata e universal.

Não, Dunker, a crítica não é, necessariamente, porque houve a interpretação de que você estaria defendendo Israel, mas porque ao não condenar duramente uma situação de expansão colonial, agregada a um genocídio em curso praticado pelo Estado que você nega defender, sobe um cheiro de complacência. Diante da violência de um Estado genocida precisamos ser diretos e você não foi. Pior que isso, ouviu calado os absurdos.

Vida longa a Roger Waters!

Admiro muito seu trabalho professor Dunker, mas sua intervenção foi bastante controversa, dando margens a interpretações diversas. Sua posição, principalmente, em não fazer a separação necessária entre antisemitismo e antisionismo é problemática.

Uma pena que você tenha escolhido persistir no erro. Espero que veja os comentários respeitosos da audiência e repense.

Dunker se acovardou e amarelou no debate. Uma pena. Fora que, em um momento em morrem milhares de palestinos, a maioria crianças, o tema do debate em que ele se humilhou diante do lobby israelense foi: "Por que Roger Waters incomoda?" Meu, o que tá incomodando não é o Roger Waters. É o teu silêncio e o de tantos outros "intelectuais" diante da chacina do povo palestino. Shame on you!

Acho legal que o sr. aceite responder e debater com o Jones Manoel. O debate é sempre necessário. Talvez se, contra o apartheid e o genocídio dos palestinos, o sr tivesse sido tão contundente como está sendo nesse debate com o Jones, a impressão fosse outra.

Não consigo afastar a percepção de que este vídeo foi a versão acadêmica e esclarecida do clássico "Quem me conhece sabe..."

Sua participação no evento foi péssima, Dunker. Ao mesmo tempo, trazer o racha do PCB como se isso tivesse ocorrido por sectarismo é extremamente desonesto. Triste você não ter tido capacidade de realizar a autocrítica, Dunker...

Basicamente o Dunker disse: eu critiquei sim.....mas foi por meio de referências, silogismos e demais recursos linguísticos que vocês não perceberam...😂😂😂

Eu entendo a indignação do Jones, as críticas a Israel vem sempre nos eufemismos, sempre de leve, com medo da reação dos sionistas e dos imbecis que são atingidos pela sua eficiente máquina de propaganda e lobby. Não podemos ser covardes.

O jones é acido sim, mas sua fala no evento autorizou essa leitura

Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele. Martin Luther King

Professor Dunker, assisti a todos os vídeos relacionados a questão "Porque Roger Waters incomoda?" Deixarei apenas algumas considerações, dado que as questões levantadas foram a competência das pessoas em discutir antissemitismo, antissionismo, sionismo (colocado como identidade default para todos os judeus) e a questão palestina (tratada de passagem). Sou brasileira, formada em História, estudei estigmatização como ferramenta política, antissemitismo e Inquisição Ibérica. Sou comunista, atéia (criada numa cultura hegemonicamente cristã católica - então, o prof. pode à vontade me acusar de projeção, afinal, para que discutir geopolítica, né?). O prof. colocou diversas vezes em seu vídeo-resposta a Jones Manoel que os momentos em que o senhor silenciou sobre a situação palestina se deveu à "não ser o lugar e a hora para tratar disto, pois estavam ali pessoas em sofrimento". Bem, se é esse o caso, porque essa aparente "sessão de terapia" foi feita publicamente? Se entendi errado, se o que ocorreu ali não foi uma sessão de terapia pública, então, porque somente tinha judeus sionistas e o professor na discussão? Porque judeus antissionistas não foram chamados para este debate? Eles existem no Brasil. Porque, entre tantos silêncios, o mais gritante foi a ausência de vozes de judeus antissionistas que não veem antissemitismo em Roger Waters? Porque não foi escolhida uma mediação que pelo menos apresentasse a diferença entre antissionismo e antissemitismo? Porque o prof. Dunker, que já escreveu artigo sobre The Wall, utilizou erradamente verso de Wish You Were Here (música de obra anterior a The Wall) para colocar como indício de um antissemitismo de Roger Waters? O verso verdadeiro é: "Did they get you to trade your heroes for ghosts?" (Aliás, o verso em questão é um questionamento, não uma afirmação). Trocar heróis (suas convicções, suas aspirações) por fantasmas (medos, traumas que fazem um indivíduo desistir de lutar). Wish You Were Here é uma música que fala da necessidade de lutar, de tomar partido, de assumir-se como sujeito de sua própria história e agente histórico (explicação dada pelo próprio Waters em entrevistas diversas). WYWH é o exato oposto do que o professor afirmou que o verso seria. E para continuar na questão psicologizante que o senhor colocou de forma hermética (também chamada de psicologia de boteco) é interessante o prof. escolher exatamente este verso e inverter sua ordem para afirmar tratar de idealização do pai (que não é tema em WYWH) e depois falar no tema de The Wall novamente de forma invertida como se Waters realmente se colocasse como um herói. Que triste, até um colegial com 2 neurônios entenderia a diferença entre obra e autor. The Wall é e sempre foi uma crítica à personalidade autoritária, incluindo nisso a crítica à indústria cultural que alimenta culto a artistas (esta sim uma crítica iniciada em Wish You Were Here e desenvolvida em The Wall). Novamente, tudo isso é comprovado por entrevistas dadas por Waters aos montes e pela prática dele sempre buscar expor ideias e não expor a própria vida. Nos shows o que se destaca é a música, as imagens, tudo sempre posto para expressar mensagens. Onde está o culto ao líder na obra de Roger Waters? O professor acusou Waters de ser como artista o exato oposto do que ele é, o que ele critica desde a década de 1970. O pai em The Wall aparece como o primeiro Another Brick in The Wall (mais um tijolo, mais uma roldana na engrenagem do sistema que tritura seres humanos), uma vítima cujo legado desejado foi massacrado por Thatcher quando esta ministra destrói o estado de bem-estar social britânico (algo tratado longamente em The Final Cut). Ou seja, a escrita de Roger Waters parte do individual para o coletivo, pode ser na aparência pesadamente psicológica, mas é sempre fartamente política, materialista. O senhor não estaria projetando o fantasma do pai em Waters quando deveria olhar para o pai simbólico dos sionistas do IBI? Este sim, o estado de Israel foi tratado como pai perfeito que tem que ser defendido a todo custo, incluindo o custo de dissociação com a realidade e com a humanidade. Fica a dica para reflexão. O prof. considera ético colocar um adjetivo estigmatizante e criminalizante numa pessoa tão pública e de forma tão pública como o prof. Dunker colocou em Roger Waters, e utilizando expressões e opiniões vagas (o "debate" inteiro foi vago, anticientífico, declaratório e unilateral) e ainda usar tão erradamente um verso de uma música e sem contexto? É mesmo possível, sinceramente, concluir que o vídeo da IBI não foi uma peça de propaganda de sionismo (direita/esquerda/centro/trans, whatever) e de difamação contra Roger Waters? Exatamente o artista de maior projeção no mundo que utiliza sua fama e seu intelecto para dar visibilidade às causas invisibilizadas pela mídia hegemônica? Como pensar que o que ocorreu no vídeo da IBI não foi uma sessão de linchamento virtual contra um dos poucos artistas que ousa lembrar ao mundo que palestinos são seres humanos também? Como não pensar que o "debate" do IBI não foi mais uma tentativa de intimidar os que defendem os palestinos? O pior, prof. Dunker, o mais triste, é que o senhor participou disso, conscientemente ou não. Sua mera presença neste falso debate deu legitimidade de ciência aos desavisados, deu legitimidade para o que um dos participantes disse ao final do vídeo: "Seria melhor, para resolver o "conflito" que as pessoas que nada têm com o conflito se calem." Essa certamente foi a parte mais perigosa do vídeo. A "moderadora" mostrou diversas vezes o que ela mais odeia em Roger Waters: ele é muito famoso e está em todos espaços, as pessoas o ouvem, ele se recusa a dissociar a arte da vida, da política. Por isso há esse gigantesco esforço de difamação para silenciá-lo e intimidar quem queira seguir o exemplo dele. Não foi um debate, prof. Dunker. Foi um linchamento. E foi nojento.

Dois lados, Dunker? Diante de um genocício? Há momentos políticos em que é preciso escolher um lado, claramente.

Christian, quando eu vi sua participação no debate fiquei pensando que você não sabia de questões básicas sobre o conflito. Nesse momento pensei que você não deveria ter ido ao debate. Agora, sabendo que você tem conhecimento sobre o assunto e, mesmo assim, ficou calado sobre contradições básicas e falsidades propositais dos demais participantes, fiquei, de certa forma, decepcionado. Se você não quisesse falar sobre o assunto, poderia não ter ido. Agora, ir e não falar o que você sabe, não confrontar, pareceu que você concorda com eles e serviu para ajudar a legitimar o discurso dos demais participantes. Professor, você é uma figura pública que inspira, direciona muitas pessoas. Isso traz consigo uma grande responsabilidade. Era uma grande oportunidade para levar esse seu conhecimento para pessoas de outra bolha. Você ainda acredita que sua forma de agir foi correta?

Prof Dunker. Como referência técnica,humana e até mesmo politica... Senti muita falta, muito mesmo , de sua manifestação contra o genocidio em curso.

Tô junto com o Jones e o povo palestino, a crítica foi correta.

Jones em nenhum momento falou que o Christian é sionista, ou que apoia o Estado de Israel. Apenas disse que o posicionamento foi pouco politizado. Muito pouco, na verdade, beirando o patético. A crítica de Jones é dura, mas em nenhum momento ofensiva. Já Dunker, criticando o suposto ataque, inicia a resposta com uma fala sem nenhuma finalidade argumentativa (PCB-Jones) e verdadeiramente desprezível.

Professor Dunker me considero seu aluno, por ser um leitor de varias de suas obras, e realmente sua participação nesse evento, a falta de clareza e assertividade na fala, o fato de você não ter mencionado o genocídio e o processo de colonização, deu a entender mesmo tudo que o Jones colocou. Sua explicação agora ta "esclarecendo" o que não ficou claro no evento. E numa situação tão grave como essa, é um erro não ter falas assertivas e objetivas!

Meu Deus E O QUE TEM A VER O PCB? kkkkkk que feio, que feio.

"Me pareceu injusta a expulsão dele do Partido Comunista Brasileiro", mas agora que ele ousou me criticar, aí eu fico ofendidinho, subo nas tamancas e destilo todo o meu narcisismo.. kkkkk

Acredito que a maior decepção não é a fala do professor Dunker, mas sim a participação nessa palestra sionista. As falas dos outros participantes e as intervenções da mediadora são absurdas. O Dunker estar presente e ouvir tudo aquilo calado, é triste

Dunker, o local era imperativo de colocar o dedo na ferida e você não o fez. Não se tratava de mesclar a responsabilidade, mas sim apontar aqueles que lhe convidaram.

Estou com Jones, ainda que tenha pegado pesado na crítica. O momento é grave e exige tomada de posição concreta contra o genocídio do povo Palestino!

Dunker, às vezes é primordial reconhecer certas posturas, ao invés de colocar a análise do outro como "lunática". A interpretação do Jones foi a mesma da minha e da maioria dos comentários presente aqui no seu próprio canal. Nesse video você fez alguns esclarecimentos que responde mais sobre a sua posição apática no evento do que o Jones. Mais uma vez, talvez vale mais a pena reconhecer o equívoco do que ficar forçando sentido. E assim, isso de ficar entrando em todos os tipos de debates e conversa é perigoso. Acontece o que aconteceu.

Christian, você é uma referência importantíssima para mim. Isso não mudou. Te ver errando é fundamental para todos que te acompanham porque ajuda a gente a não idealizar tanto figuras de alcance no debate público como você. Isso não te cancela ou te excluí do debate. Ou mesmo desmerece sua trajetória. Mas também não te isenta da responsabilidade de lidar com uma derrapada dessas. Você recebeu uma crítica contundente, porém, verdadeira, sem rodeios ou bom-mocismo. E não soube lidar com ela, vamos ser honestos. E quem é que sabe lidar bem com as críticas? Seu comentário sobre a expulsão do Jones do partido foi absolutamente desnecessário. Não tinha nada a ver com o tema da interlocução entre vocês dois. Desconectado do conteúdo, mas pareceu profundamente conectado com os teus afetos. Demonstrou que você estava muito inseguro sobre a crítica pública que recebeu. Demonstrou que queria rebater com a arma que tivesse à disposição para que pudesse ferir também. Nessas horas, as vezes é bom dar tempo ao tempo. Espero profundamente que reconsidere suas posições, que demonstre alguma abertura a escutar e aprender com a crítica. Nada mais educador do que o debate público e o reconhecimento dos erros, falhas, equívocos. Gente muito boa nos ensinou a potência de reformular e reconhecer publicamente suas próprias inconsistências, como Freud. Não só ele! Desejo um bom momento de reflexão.

Professor Dunker, admiro seu trabalho e por isso me importo contigo. Sua participação no evento foi lamentável, e aprender com os próprios equívocos nos faz crescer. Não precisamos acertar sempre. Abraço!

Jones mandou bem demais nas falas dele e vc Christian, se equivocou em participar desse programa ridículo e se equivocou em não admitir que fez cagada. Sinceramente to decepcionado contigo, podia no mínimo ter dado uma resposta decente, mas parece que o ego e o medo das críticas te deixaram cego nesse momento. Seria mais legal se tu tivesse chamado o Jones pra um debate mesmo, dessa forma parece só que se sentiu ofendido com as verdades que ele falou…

Jones corretíssimo. Foi bastante forte nos adjetivos, mas foi sincero. O prof pareceu ferido e querendo ofender. Achei pior. Decepcionada

Jones está correto. Você foi omisso, professor. Cabia uma autocrítica ao invés de desqualificar o Jones Manoel dizendo que "ele não sabe interpretar texto" e está "fazendo um ataque". Honestamente, admiro seu trabalho e esperava mais do senhor.

Dunker, não são apenas as suas falas, mas os seus gestos também. Em nenhum momento você procurou contrapor os discursos asquerosos que estavam sendo ditos pelos outros palestrantes. O silêncio diz muito...

Importantíssimo o vídeo do Jones. Não é uma questão de sua história, mas de como se comportou neste evento, onde o que não faltou foram falas absurdas dos participantes, falas das quais você riu e não fez contrapontos contundentes. Jones está certo, faltou posicionamento, a tentativa de neutralidade que agora se tenta esclarecer que não era neutralidade foi falha em amplo sentido. Nada de cancelar nem desrespeitar seu trabalho importante Dunker, mas a crítica do Jones foi necessária e espero que pra além de defensiva do "não foi bem isso que eu disse" e "olha o que eu já fiz" seja possível você ver de que forma reverberou sua participação. É necessário falar com todas as letras que se é contra o genocídio e a colonização israelense, em especial em ambientes assim.

Minha interpretação foi igual a do Jones. A análise do video não é sobre a obra do debatedor é sobre sua fala em um evento organizado por uma entidade próxima ao sionismo.

Gostaria de saber o que o Vladmir Safatle pensa das suas falas, professor Duncker. Tenho certeza que ele faria críticas bem contundentes e concordaria com Jones Manoel. O momento é grave e penso que você se perdeu nos conceitos e não conseguiu sustentar a defesa do humanismo no que diz respeito ao genocídio em curso.

“Do rio ao mar” é dizer que o Estado de Israel tem que deixar de existir mas ñ dizer q o povo israelense tem que deixar se existir. É defender 1 Estado único multiétnico onde arabes e judeus tenham direitos básicos garantidos, 1 pessoa 1 voto, democracia burguesa basica. E claro q, nós de esquerda, defendemos reforma agraria e politicas de reparação. Achar q o fim de israel e a convivência dos dois povos é “exterminar” o povo israelense so faz sentido no pensamento racista sionista q nao tolera a convivência entre os povos.

O Jones reforça várias vezes como existem judeus, inclusive israelenses que são contra o genocídio

Prof. Dunker foi pavoroso no debate. Gosto muito do professor, mas essa intervenção foi tenebrosa naquela mesa. Aqui ele parece outra pessoa, foram ditos absurdos na cara dele e nada de contraponto. Perdeu uma grande chance.

Professor, não irei falar de teorias, ideias bem elaboradas, etc., pois não tenho autoridade intelectual para tanto. Porém, sua intervenção foi tão abstrata. Como se não existissem crianças morrendo em hospitais, enquanto os outros "debatedores" faziam até deboche com relação a existência ou não de um Estado Palestino.

Dunker, da próxima vez não sente com sionista, não ria das piadas que eles fazem, não trate com normalidade uma situação limite na história contemporânea, que é o genocídio do povo palestino.

“Ta marcado ha mais de 1 ano” podia ta marcado ha uma década, o genocídio em curso muda completamente o caráter do evento, ou pelo menos deveria mudar. Abordar qualquer questão ligada a Israel/palestina ignorando o que ta acontecendo na faixa de gaza e na cisjordaniana é sim apagar o que está acontecendo.

Espero que esses debates entre pessoas tão importantes na esquerda não se torne briga de ego, a gente cresse com essas discordâncias, ainda que sejam desgastantes.

pior que o Jones tem toda a razão mesmo. *Christian faz todo um malabarismo para se justificar.*

O Jones obviamente erra pelo exagero e pela caricatura. Dito isso, é difícil não se incomodar com um evento intitulado "Por que Roger Waters incomoda?" e que insiste tanto na ideia de antissemitismo justamente enquanto Israel promove um novo massacre na Palestina. Falando em silêncios, talvez o melhor fosse não estar lá nesse momento...

Neste debate, acredito que as críticas do Jones foram pertinentes. Creio que vale uma revisão de sua parte, Dunker.

Temos que Gritar Palestina Livre sim! O estado de Israel não está mais considerando o território da Palestinaaaaaaaaa em seus mapas... E isso pra todo mundo ver... Faça meu favor, Dunker...

Acredito que ver a história com todos os seus tons de cinza não nos legitima fechar os olhos para o vermelho sangrando em cima dela. Infelizmente, em determinadas conjunturas, não tomar lado ou tomar lado de forma menos explícita - considerando que a vida é pública e política - faz parecer (ou em certos casos, que não o teu, indica) que somos cegos ou míopes dessa coloração. Não só porque a internet é zona radical de opostos ou porque a vida nos é apresentada no raso como dicotômica, mas porque certos casos são cumes desta era de extremos em que o meio da balança inexiste. Que bom que podemos não tomar aquela palestra como metonímica de toda tua posição quanto a Israel e Palestina (até porque era um contexto e público muito específicos, ao qual todavia você ousou se submeter), mas esperava mais ênfase no aspecto genocida, racista e opressor neste vídeo, que se dá em contexto teu e público mais geral.

Necessária a intervenção do Jones, visto que sua participação muito amigavel sem qualquer ponderação nesse evento foi um marcador de posição sim, melhor então falar seu posicionamento real.

Dunker, com todo respeito que tenho por você, acho que é você quem tem muito que refletir com o vídeo Jones. A acidez e firmeza dos comentários dele dizem respeito a uma postura NECESSÁRIA num momento tão grave quanto o que estamos observando frente a esse genocídio que se estende por 75 anos.

Um massacre absoluto e indiscriminado cometido por Israel. E o senhor em sua posição defendeu "voltar para Oslo" sem condenar abertamente o massacre de palestinos. Você realmente acredita no que falou?

Tem grande respeito pelo Sr Dunker , mais diante do assassinato em massa de milhares de crianças é inconcebível qualquer defesa.

Mas que ataque que o Jones fez??? Ele fez crítica poh! Em todo momento mantendo o respeito

O clássico conflito entre o reformista e o revolucionário.

professor, gosto muito do seu trabalho e paciência, mas não é um momento em que nosso ego pode se dar o luxo de falar mais alto. legal seria reconhecer que faltou se posicionar. é bonito reconhecer tb. faz bem pra pele. beijos

Caro Christian Dunker: o Jones Manoel só até agora não foi a Israel e à África do Sul por falta de oportunidade e, principalmente, dinheiro. Não foi um argumento lá muito justo trazer à mesa essas experiências.

É incrível a bajulação que algumas pessoas tem necessidade de fazer. É como se o posicionamento dos intelectuais não pudessem receber crítica. Para aqueles que disseram que Jones Manoel foi desrespeitoso, sinto informar, essa afirmação não é verdadeira, provavelmente não viram o vídeo do Jones, entraram numa de coisifica-lo, demonizá-lo para que sua argumentação não seja considerada. É tipico da ignorância. Muito ao contrário, Jones começa afirmando que tem muito respeito as posições do Cristian Dunker e o considera um grande intelectual da esquerda. O que ele estranhou no "debate"(?) no IBI, e eu também, foi justamente a falta de um posicionamento claro do Dunker sobre o genocídio na Palestina. Dunker se protegeu dentro de uma retórica nebulosa para justamente não se posicionar claramente sobre o assunto. E tanto isso é verdade, que ele vem agora pelo KZfaq dizer que criticou Israel, tentando esclarecer seu ponto de vista. Agora não adianta. Se precisa explicar agora é porque não foi claro antes, e todos sabemos das qualidades retórica de Dunker. A entrevistadora do IBI, deitou e rolou sobre Dunker e os outros, que conseguiram ainda serem mais rdículos. Aconselho a Dunker, assitir as palestras do professor Norman G. Finkelstein, um judeu, cientista político americano, graduado na Universidade de NY e doutorado na França. Finkelstein expõe claramente as práticas nazistas do estado de Israel. O professor Finkelstein não precisa vir a publico reexplicar o que diz, pois sua posição contra o colonialismo de apartheid, a barbarie recorrente e o genocídio etnico de Israel é muito clara. Num momento tão grave que passam os palestinos, salamaleques retóricos são apenas para evitar se posicionar sobre o assunto. A lingua portugesa tem um nome para isso "hipocrisia". Pronto, agora dirão que eu é que fui despeitoso.

Professor, admiro seu trabalho, mas quando o senhor disse que: para a psicanálise não importa a razão historica e sim o sofrimento causado por ambos os lados. Acredito que o senhor se equívoca, soa quase como um argumento meritocrático, que desconsidera as conjunturas históricas e sociais. Que mesmo com a interrupção do conflito provavelmente irão se manter de forma estrutural. Não se trata da extinção de um povo para a existência de outro e sim da extinção de um discurso que é a base de um estado ilegítimo.

Certa vez eu vi um primo mais velho destratando, enganando e humilhando o mais novo, ambos crianças, a poucos metros dos adultos. A vó deles, ao finalmente ouvir o choro do menor depois de 20 minutos de covardia, chamou os dois e falou com muita veemência e autoridade que ambos estavam errados, seguido de um sermão que ninguém escutou. Não se posicionar claramente em casos assim é escolher o partido do "coisas boas pra fazer", como você diz no final do vídeo, Christian, enquanto a violência come solta e a irrazão amplia seu domínio sobre nossas vidas já tão miseráveis. A psicanálise até hoje nunca foi revolucionária: vocês acabaram com o espírito revolucionário de Reich, e vejo que você não tem pudor nenhum em tentar adoçar, amornar, anular o discurso legítimo e apaixonado do Jones. Essa "revolução pela palavra" (ou o quer que seja) que você defende até hoje é só um conto do vigário. Seus exemplos de sucesso dessa abordagem 'psicanalítica' (Indochina, Estados Unidos e África do Sul) são na verdade exemplos do exato contrário: tratam-se de fracassos gigantescos, onde perdura a escravidão dos trabalhadores a um sistema absurdo, a exploração, a indigência, a humilhação, toda forma de ódio, racismo e fraude, etc etc. Isso precisa acabar imediatamente, e é isso que o Jones comunica. Você leu partes interessantes e decifrou conceitos que poucos sequer tentam no trabalho de Marx, mas ignorou o fundamental. Ainda há tempo.

Jones está corretíssimo! Pior ainda que a sua postura absolutamente equivocada no debate foi o tom professoral travestido de humildade. Lamentável!

Jones foi desnecessariamente forte nos adjetivos, mas, professor, sua participação foi tristemente a de endossar tds eles, cheio de voltas. Além disto, ñ foi o Likud apenas, os trabalhistas ao longo da história tbm agiram de forma colonialista.

Basta conhecer minimamente um e outro (Christian e o Jones) pra saber onde está o problema. O Jones não sabe do que fala o Christian.

Gosto muito do Jones, e acho uma pena e uma injustiça que tenha sido expulso do partido comunista, que é o meu partido (estou meio em crise sem saber o que fazer, mais ainda é o meu partido), mas agora ele mandou muito mal. Acho que na crise do partidão, ambos os lados estão funcionando muito mal psicologicamente e agindo de maneira precipitada, no calor das emoções, e isto está reverberando para além da cisão do partido. Uma pesquisa sobre a instituição em que o professor fez a conversa e os judeus progressistas teria resolvido o problema. É bom lembrar que aqui em São Paulo o Henry Sobel apoiou o Dom Paulo Evaristo Arns no projeto "Brasil Nunca Mais", que há uma "Casa do Povo" mantida por judeus progressistas, e que mesmo o Hebraica paulista (ok, o clube não é necessariamente progressista em toda a sua composição) impediu que Jair Bolsonaro fizesse o que fez no Hebraica do Rio. É por isso que só vou dar uma resposta à minha crise quando estiver com a cabeça no lugar e não me sentir mais um órfão político: Quero que o amor triunfe sobre o ódio, e não quero comprar brigas inúteis dentro do campo da esquerda.

Christian Dunker, do conforto de sua sala, sob a proteção de seus seguidores, diz agora o que deveria ter sido dito antes. Foi medo ou concordância tácita?

Dunker querido, confesso que pra mim , que sempre te acompanhou por anos e agora, como estudante de psicanálise , estudo junto com seus vídeos, fiquei também bastante decepcionada e entristecida eu diria com sua postura nesse debate . Sempre tive orgulho de vê-lo sempre indo contra os discursos da extrema direita e defendendo a democracia e o progressismo enquanto alguém tão importante no campo da psicanálise , mas realmente dessa vez acho que o sr. deixou muito a desejar e foi contra o que sempre defendeu por anos no seu canal . Continuarei assistindo e seguindo , mas essa ferida vai demorar a cicatrizar.

Faltou ao Dunker entender que a crítica contundente e excelente do Jones foi ao posicionamento apresentado no debate e não ao modo como o Dunker tem se posicionado na internet.

Ter posição no mundo atual que vá contra o senso comum é igual perder oportunidade e dinheiro. Valentia nesse momento é para os fortes.

Dunker, embora eu ache justíssimo vc se defender, acho q o erro começa em vc comparecer nesse evento.

Sua participação naquele evento foi decepcionante. Apenas isso. Não há palavra que defina melhor o que a sua audiência está sentindo, basta ler os comentários.

De vez em quando o confronto (tou falando de narrativas) é necessário Dunker. Ainda mais no espaço em que você estava ocupando.

O argumento do Jones parece funcionar na lógica do diálogo pornográfico da internet. Onde tudo precisa ser dito com extrema exposição, repetidas vezes, de modo exaltado e reducionista, para não da margem a qualquer discussão, pois, do contrário, é "defender o outro lado". Nota-se isso quando o Jones cria um argumento simplistas ou faz comparações descabidas (também simplistas) e em seguida diz: "É isso!". Ou seja, não importa quanto o Prof. Dunker se posicione contra o genocídio em Gaza, é exigido (no caso, pelo Jones) que ele fale em bordões para "provar" que é contra.

Professor, acredito que você vai ler os comentários e em sua maioria eles tem uma mensagem para você sobre autocrítica e humildade. Lamento sobre esse vídeo resposta...

Ahh sim eu falo “precisamos voltar a Oslo” sem deixar claro quem descumpriu os acordos e ta entendido po. Tipo a as matérias que dizem “explosões em hospitais”, foi combustão espontânea ne… os acordos se negaram a ser cumpridos disseram “não vou, não vou, não vou” 🤦🏾‍♀️🤦🏾‍♀️🤦🏾‍♀️

Prof. Dunker, eu realmente demorei a acreditar no que estava vendo. As palavras de Jones são duras, mas são verdadeiras. É triste, é desesperador ver alguém com o seu calibre não tomar uma posição dura naquele momento. E eu acho que o ponto sobre o Fanon é central nisso: Fanon não só escreveu uma obra sobre o colonialismo, ele foi lutar contra na prática. A situação de Israel e Palestina apode ser complexa, mas ela tem uma conclusão muito simples e que também é (e precisa ser) muito dura, muito clara e muito objetiva. Teoria e prática precisam andar juntas.

Prezado, a sua postura no debate em vídeo foi completamente diferente do que está escrito nestas cartas públicas e manifestos

A intenção do Chris Dunker não foi apaziguar o genocídio realizado pelo Estado de Israel (governança e tudo aquilo que está por trás desse massacre), entretanto, infelizmente, o efeito discursivo gerado foi diferente do objetivo. Na tentativa de não tocar em certos assuntos com certas palavras, o professor Dunker deixou de estabelecer certos significantes mais ostensivos, que seriam muito importantes para a consolidação de sua postura em relação à Israel x Palestina. E, sim, é compreensível a tentativa de não falar certas palavras naquele contexto, porém a abordagem de certos termos poderiam, inclusive, ajudar israelenses e judeus presentes naquela palestra a dar uma atenção maior a islamofobia e ao antissemitismo como um todo. Sem contar que a palestra foi disponibilizada publicamente, e o que vemos hoje são várias pessoas delegando culpa aos palestinos, através da islamofobia, o que pode ter alimentado mais ainda essa concepção. Também concordo que Jones Manoel foi desnecessário em utilizar aquelas palavras, o que acabou levando a uma visão/interpretação errada de quem não conhecesse o professor. Contudo, o Jones não fez um ataque pessoal, e sim disse em relação a àquela análise em específico, classificando ela com determinados termos. Porém, como já dito, foi desnecessário e não contribuiu em nada no debate. Em conclusão: Admiro muito o trabalho de ambos (Christian e do Jones). O que percebi foram os efeitos do discurso proferido pelo Christian Dunker, que acabou deixando a desejar num momento tão importante. Mas, claro, ainda há tempo: eu particularmente recomendaria ao professor fazer um vídeo dedicado ao sofrimento palestino diante a esse massacre, demonstrando clara e objetivamente o que está sendo vivido na Faixa de Gaza. Além de pronunciamentos em suas redes sociais. Não podemos deixar o cerne da questão (massacre dos palestinos) de fora. Espero que essa conjuntura sirva de evolução para os dois e para nós.

O slogan "Palestina livre" significa abolir o estado de Israel por que?? Por que a liberdade do povo palestino ameaça o povo de Israel? Se os escravizados tivessem gritado "do oiapoque ao chuí, negros livres", quem teria se sentido ameaçado?? Como disse Amilcar Cabral: para coexistir precisamos antes existir. Comentário realmente lamentável, Christian. Sua fala foi muito rasa para a gravidade da situação.

Christian, na boa. Você não falou tudo isso lá. Você sabe o peso e a força das palavras. Tem momentos em que o óbvio precisa ser dito. Diante do seu não dito no evento, como disse o Jones citando Brizola, “costeando o alambrado”, agora aqui diz “é óbvio que isso quer dizer aquilo”. Não, Christian, não.

Christian, admiro e acompanho seu trabalho há muito tempo e continuo achando você um grande intelectual. No entanto, tenho que concordar com o Jones Manoel quanto a sua participação no evento comentado. Acredito plenamente na sua boa intenção, porém suas falas lá não passaram as ideias que você tentou expor aqui. Creio que você extrapolou a crítica do Jones, levou para o lado pessoal inclusive, quando na verdade ele comentou estritamente suas falas e sua participação naquele evento específico. O Jones tem um jeito direto (talvez duro) de criticar, que eu, particularmente, gosto bastante. Não acho que ele esteja queimando pontes, criando um inimigo ou caçando briga. Foi apenas um convite a sua reflexão. Se para você estavam claríssimos a intenção e o sentimento das suas palavras, saiba que elas soaram a outros ouvidos, inclusive os que estão extremamente acostumados a te ouvir, exatamente como o Jones colocou. Nem tudo precisa de resposta, muito menos imediata, então espero que com o tempo você consiga digerir tudo isso (o vídeo do Jones e todos os comentários aqui) e que a relação de vocês continue dando bons frutos como vem acontecendo até o momento. Grande abraço!

Dunker, essa é a hora correta para uma autocrítica. A participação no evento e, em especial, esse vídeo, foram decepcionantes. Admiramos sua pessoa! =)

Muito bom que o sr. se explique mesmo. Não pelo Jones Manoel, que simples e corretamente denunciou algo grave, mas por toda a intelectualidade e militância que lhe acompanha. Sim, porque ficar conciliando com extremistas de direita (a mediadora e o sujeito do lado dela) em evento sionista em nome de "diálogo" é bastante infeliz. Obviamente que não pertenço à turminha do cancelamento, então jamais vou deixar de lhe acompanhar por um erro, mas saiba o sr. que é essa mesma turminha que está calada quanto ao genocídio perpetrado por israel sobre os palestinos. Então as críticas do movimento comunista devem ser lidas como o que são: críticas. Servem para o sr. refletir e, caso aceite-as, mudar a postura. Apenas isso. Não as tome como cancelamento nem como ofensas, não se deixe levar pelo orgulho atávico típico da intelectualidade uspiana. Abraço! ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Comentário pós-vídeo - fiz um comentário antes de o vídeo ser lançado, portanto antes de assistir a resposta do Dunker. Professor Dunker, em primeiro lugar quero dizer que esse debate é muito enriquecedor, apesar de estar numa temperatura elevada. Os ânimos estão exaltados e isso é compreensível. Mas no geral o embate é positivo, pois vai tirar ambos da zona de conforto aumentar o nível da discussão. Vou salvar seu vídeo, assim como fiz com o do Jones, e vou aguardar a tréplica e o desenrolar do debate. Ambos tem argumentos bons e fortes. Mas, mesmo a partir das suas justificativas, vou dizer por que acredito que Jones continua correto, apesar de ter exagerado ao proferir aqueles insultos que não levaram em conta suas manifestações anteriores. Um dos argumentos principais que o sr. desenvolve é que sua moderação seria uma tática para fortalecer a esquerda israelense e combater a extrema-direita. O sr. coloca que não se trata de lados, mas de discursos, o que é errado se pensarmos que discursos constituem e são constituídos por lados. Assim, o sr. desconsidera, por exemplo, que a esquerda antissionista está completamente derrotada em israel, e que o embate principal é entre direita e extrema-direita. Quando o sr. aceita se sentar à mesa do debate, em vez de fortalecer a esquerda, no máximo o sr. fortalece uma direita moderada. É óbvio que existem diferenças entre Povo, Estado e Governo israelenses, mas por isso mesmo o sr. não poderia considerar que o discurso "Palestina Livre, do Rio ao Mar" é um discurso de aniquilação do povo judeu, mas de destruição do Estado sionista de Israel. Sim, Estados podem ser destruídos sem que se destrua o povo, e essa é a posição correta. O Estado de israel, da maneira como está constituído, precisa ser refundado, mas não o será mais como israel, e sim como um novo Estado que leve em conta a Palestina Histórica, que leve em conta a percentagem de palestinos-israelenses (20%) que também são oprimidos pelo apartheid sionista. Esse é o significado da frase. De forma nenhuma, ela é uma proposta de genocídio reverso (Grande Israel x Grande Palestina), como o sr. quis colocar. Logo, é Netanyahu que faz confundir Povo, Estado e Governo, então o sr. não deveria protestar contra a frase, que é fundamental para a resistência palestina, mas colocar o ponto de vista palestino acerca dela. O sr. fez o oposto: usou a interpretação sionista da frase pra condenar seu uso pela resistência palestina. Portanto, o sr. defende um "sionismo de esquerda". Um detalhe é que o sr. em seguida tenta invalidar a militância de Jones Manoel, na sua fala: "enquanto você estava aí, eu estava lá". Esse argumento é, com todo respeito, bastante boçal, pois desconsidera a desigualdade de meios e possibilidades entre você e Jones, e colocar que seus meios e possibilidades são superiores aos dele. Vamos prosseguir O porco com a estrela de davi de Roger Waters, no seu entendimento, é manifestação de antissemitismo. Isso é absurdo demais. A posição histórica de Waters sempre foi contra o antissemitismo e sua manifestação antissionista atual não é uma guinada. Pelo contrário: é justamente por entender que O Estado Sionista de Israel representa, atualmente, a maior ameaça aos judeus ao redor do mundo que Waters prega contra sua existência. O sr. consegue separar as coisas? Dialética, já ouviu falar? - estou usando da iroria que usastes contra Jones Manoel. Por fim, o sr. termina o vídeo com uma espécie de ameaça: "como é que eu vou conseguir te defender aqui depois disso?" Ou seja, aqui o sr. denuncia que existe entre seus pares uma forte oposição ao Jones Manoel. Ora, mas isso sempre foi evidente. O status quo na USP sempre foi conservador, mesmo dentro da esquerda marxista. E mais: aqui o sr. tenta pautar Jones pelo seus pares aí na USP, colocando-se como um mediador, como se estivesse ameaçando: "Jones Manoel, comporte-se pois eu sou moderado com você em relação a meus colegas que te acusam de estalinista, mas se você continuar a fazer críticas a mim vou ter que deixar que peçam tua cabeça". Sabemos que a cabeça do Jones já foi pedida pelos marxismo uspiano desde Sean Purdy, pelo menos. Não é o sr. que estaria segurando a barra dele, o sr. não está fazendo nenhum favor a ele. Respeite o debate intelectual e trate Jones Manoel como um igual, sem esse tipo de apelação à autoridade e paternalismo.

Fico pensando se dá pra pensar o Estado de Israel sem o sionismo. Colonialismo, genocídio, são palavras que devem estar presentes em qualquer debate sobre o que se passa na Palestina e em Israel. Não havendo, só me ocorre uma palavra: omissão!

Três coisinhas: 1a) a rede demonstrou mais uma vez sua capacidade de polarizar e transformar qualquer assunto, por mais complexo que seja, em um "Fla x Flu" (basta ver o tom da maioria - não totalidade - dos comentários aqui e no canal do Jones); 2a) Esse clima de "Fla x Flu" associado a certos incentivos desta rede em particular estimula "reacts" e a chamada "biscoitagem:; 3a) tá na hora de um tête-à-tête entre os dois.

Nesse momento é fundamental debater e entender profundamente o assunto, mas principalmente se posicionar firmemente e com todas as palavras, claramente qual é a sua posição. Dizer eu sou contra a matança por parte dos sionista. Se diferenciar mesmo afirmando - eu condeno peremptoriamente a razao de Estado genocida e colonial dos sionistas e q a matança tem q parar imediatamente, pra ontem, ja, sem conversa, parar imediatamente a matança. Dunker deixa isso claro só na resposta dele ao Jones, pq no evento, pra começo de conversa, sequer deveria estar sentado do lado de sionistas. Pessoas estao sendo assassinadas em massa agora, nesse momento.

Quem bom que vc participou de várias iniciativas em favor do povo palestino mas isso não é um escudo contra erros e nem contra criticas. Vc fala da Arlene, ela por ex ta o tempo todo se colocando a favor do fim do massacre e lembrando a historia que nos trouxe ate aqui sem capitular ou cair no dois ladismos

Cada vez mais vejo como Spinoza é genial! Tudo é atravessado pelos afetos, principalmente o juízo... A paixão essa sim é a dona de tudo e de todos

Poxa, professor Dunker ... Que decepção. Assisti integralmente os dois vídeos e, de fato, o Jones está certíssimo. Fiquei triste, pois achei que neste vídeo teria ao menos uma autocrítica. Espero, de verdade, que você leia os comentários e reflita sobre esse episódio.

Até tu, Dunker? Sua participação foi tímida e estranha. Seus colegas de debate, por outro lado... Achei que o limite do absurdo eram o discursos do Pedro Dória, Mariliz Pereira Jorge e Cora Rónai; a cobertura safada que o MEIO vem fazendo dessa guerra. Pois bem, seus colegas de debate incomodados com Roger Waters e pedindo para quem não tem envolvimento direto do conflito (quem não seja judeu ou palestino suponho) "que se cale" realmente foram além.

Christian, vc errou e persistiu no erro. Que pena. Sinto muito.

kzfaq.info/get/bejne/mdOZrbqGvcXLpGQ.html O que eu entendi da crítica do Jones é que o que está sendo dito neste trecho do vídeo precisava ter sido dito, com todas as letras, na intervenção no evento do IBI. Tem coisas que deixar subentendido equivalem à omissão.

Admiro bastante o professor Dunker. Com ele aprendi bastante, no entanto, como psicanalista, uma das coisas que mais me incomoda na psicanálise, de maneira geral, é a abordagem que muitos tem de temer serem radicais em determinados posicionamentos em que o mesmo é imprescindível... Acredito que nesse caso, isso tenha faltado mesmo, infelizmente.

A pergunta era muito clara: não chamar o Hamas de terrorista configura antisemitismo? Vc não respondeu. Dica: a resposta certa era "não".

Eu sinto vergonha quando vejo alguém inteligente se fingindo de idiota, como o dunker tá fazendo. Que triste

Professor, não creio que foi má fé e muito menos que o Jones tenha uma postura desagregadora com potenciais aliados. Penso que ele está justamente furioso com o discurso das esquerdas que tem sido passível de interpretação relativista. A situação está desesperadora.

Escrevi no seu Instagram, Christian, e escrevo aqui também. Sou seu fã há algum tempo, mas a crítica que o Jones Manoel fez está essencialmente correta, mesmo que tenha imprecisões. Fiquei imensamente decepcionado com sua posição - desde seu artigo no Uol, inclusive, que padece da mesma neutralidade - que ao não tomar claramente um lado, acaba cúmplice do genocídio. Já foram feitas muitas críticas aqui com as quais eu concordo, então vou tentar não repeti-las tanto: 1. Você não respondeu o mais óbvio. Que aquele evento simplesmente não deveria existir nesse momento, com aquele título e aquele tema, se é que são mesmo pessoas preocupadas com o genocídio contra os palestinos. E o evento foi tão absurdo e reacionário que você nem mesmo citou aqui neste vídeo o que foi dito lá pelos outros debatedores, e sobre o que você silenciou. E, já que o evento existiu, você não deveria ter ido. Israel realmente usa a acusação de antissemitismo para se blindar de críticas e é a isso que esse evento serviu nesse momento. 2. Você diz que há um discurso geral, público, e um discurso específico para uma pessoa ou um nicho. Se fosse de fato um evento para trabalhar o luto e o sofrimento da comunidade judaica aqui no Brasil, por que filmar e colocar no KZfaq? Há muitos espaços onde podemos trabalhar nosso luto e nosso sofrimento, mas a internet é, por definição, justamente o espaço do debate público onde falamos para todos. Sua "sensibilidade" com seu público ali no momento significou não dizer o essencial e deixar tudo para "ser interpretado" ao gosto de cada um - não à toa você precisou explicar tantas entrelinhas que supostamente deveríamos ter entendido da sua fala naquele debate. E tem outra questão: o sofrimento dos israelenses não deve ser motivo para sermos dúbios na nossa posição anticolonial. Os opressores sempre sofreram e sempre sofrerão com a revolta e, ainda mais, com a vitória dos que eles oprimem. O lugar deste sofrimento (válido para o indivíduo como qualquer outro) ser acolhido e tratado é no consultório e não na política. Na política, o sofrimento do colonizador tem que significar mais um passo para sua rendição. 3. Por fim, uma última questão, que se relaciona com este erro que você cometeu mas vai além dele. Você cita o assassinato de Yitzhak Rabin como a causa de Israel ter interrompido o processo de paz com a Palestina. E aí minha crítica serve também à forma que Vladimir Safatle abordou a questão, também dando grande importância a isso. Eu perguntaria, assim como Marx perguntou, se esse assassinato "foi um raio em céu azul". Na verdade a essência de Israel é a limpeza étnica e o genocídio contra o povo palestino. É assim que Israel foi criado e só assim ele pode continuar existindo. Por isso a comparação da simpatia de Fanon em relação a Sartre e a sua simpatia pela esquerda israelense é completamente descabida. Sartre não era um colonizador em terra argelina procurando a paz, mas sim queria a derrota do Estado francês e a retirada deste do território argelino. A paz dos dois Estados, que vocês procuram e que o Acordo de Oslo buscava, é a paz sobre a derrota dos colonizados, que abram mão de suas terras e seus direitos roubados em 1948. E nem mesmo essa paz Israel aceitou, não por um raio em céu azul (o assassinato de Rabin pela extrema-direita israelense) mas pela própria natureza colonial, racista e genocida do Estado de Israel. Por isso só haverá paz com o fim do Estado de Israel, e com uma Palestina livre, do rio ao mar (que abrigue árabes e judeus, como sempre abrigou antes da empreitada sionista), ou com o impensável genocídio definitivo dos palestinos. Bom, é isso. Espero que reveja sua posição. Um abraço.

E se estava em tal ambiente, porque nao debateu ? Pq nao rebateu? nem sequer uma contenda? Pq a necessidade de ser aceito em um ambiente desses?

Comentário pós-vídeo - fiz um comentário antes de o vídeo ser lançado, portanto antes de assistir a resposta do Dunker. Professor Dunker, em primeiro lugar quero dizer que esse debate é muito enriquecedor, apesar de estar numa temperatura elevada. Os ânimos estão exaltados e isso é compreensível. Mas no geral o embate é positivo, pois vai tirar ambos da zona de conforto aumentar o nível da discussão. Vou salvar seu vídeo, assim como fiz com o do Jones, e vou aguardar a tréplica e o desenrolar do debate. Ambos tem argumentos bons e fortes. Mas, mesmo a partir das suas justificativas, vou dizer por que acredito que Jones continua correto, apesar de ter exagerado ao proferir aqueles insultos que não levaram em conta suas manifestações anteriores. Um dos argumentos principais que o sr. desenvolve é que sua moderação seria uma tática para fortalecer a esquerda israelense e combater a extrema-direita. O sr. coloca que não se trata de lados, mas de discursos, o que é errado se pensarmos que discursos constituem e são constituídos por lados. Assim, o sr. desconsidera, por exemplo, que a esquerda antissionista está completamente derrotada em israel, e que o embate principal é entre direita e extrema-direita. Quando o sr. aceita se sentar à mesa do debate, em vez de fortalecer a esquerda, no máximo o sr. fortalece uma direita moderada. É óbvio que existem diferenças entre Povo, Estado e Governo israelenses, mas por isso mesmo o sr. não poderia considerar que o discurso "Palestina Livre, do Rio ao Mar" é um discurso de aniquilação do povo judeu, mas de destruição do Estado sionista de Israel. Sim, Estados podem ser destruídos sem que se destrua o povo, e essa é a posição correta. O Estado de israel, da maneira como está constituído, precisa ser refundado, mas não o será mais como israel, e sim como um novo Estado que leve em conta a Palestina Histórica, que leve em conta a percentagem de palestinos-israelenses (20%) que também são oprimidos pelo apartheid sionista. Esse é o significado da frase. De forma nenhuma, ela é uma proposta de genocídio reverso (Grande Israel x Grande Palestina), como o sr. quis colocar. Logo, é Netanyahu que faz confundir Povo, Estado e Governo, então o sr. não deveria protestar contra a frase, que é fundamental para a resistência palestina, mas colocar o ponto de vista palestino acerca dela. O sr. fez o oposto: usou a interpretação sionista da frase pra condenar seu uso pela resistência palestina. Portanto, o sr. defende um "sionismo de esquerda". Um detalhe é que o sr. em seguida tenta invalidar a militância de Jones Manoel, na sua fala: "enquanto você estava aí, eu estava lá". Esse argumento é, com todo respeito, bastante boçal, pois desconsidera a desigualdade de meios e possibilidades entre você e Jones, e coloca que seus meios e possibilidades são superiores aos dele. Vamos prosseguir O porco com a estrela de davi de Roger Waters, no seu entendimento, é manifestação de antissemitismo. Isso é absurdo demais. A posição histórica de Waters sempre foi contra o antissemitismo e sua manifestação antissionista atual não é uma guinada. Pelo contrário: é justamente por entender que O Estado Sionista de Israel representa, atualmente, a maior ameaça aos judeus ao redor do mundo que Waters prega contra sua existência. O sr. consegue separar as coisas? Dialética, já ouviu falar? - estou usando da iroria que usastes contra Jones Manoel. Por fim, o sr. termina o vídeo com uma espécie de ameaça: "como é que eu vou conseguir te defender aqui depois disso?" Ou seja, aqui o sr. denuncia que existe entre seus pares uma forte oposição ao Jones Manoel. Ora, mas isso sempre foi evidente. O status quo na USP sempre foi conservador, mesmo dentro da esquerda marxista. E mais: aqui o sr. tenta pautar Jones pelo seus pares aí na USP, colocando-se como um mediador, como se estivesse ameaçando: "Jones Manoel, comporte-se pois eu sou moderado com você em relação a meus colegas que te acusam de estalinista, mas se você continuar a fazer críticas a mim vou ter que deixar que peçam tua cabeça". Sabemos que a cabeça do Jones já foi pedida pelos marxismo uspiano desde Sean Purdy, pelo menos. Não é o sr. que estaria segurando a barra dele, o sr. não está fazendo nenhum favor a ele. Respeite o debate intelectual e trate Jones Manoel como um igual, sem esse tipo de apelação à autoridade e paternalismo.

Não vamos esquecer a análise mais que selvagem da letra do Pink Floyd. Pra quem tem um livro sobre escrita de caso clínico aquilo foi lamentável....

O tom usado pelo Jones não é ofensivo. Quando um negro fala um pouco mais firme, logo entende-se por grosseria. A mediadora do infeliz "debate" foi extremamente grossa e ofensiva e nem por isso você a sinalizou a respeito disso. Ela inclusive interrompeu diversas vezes as falas dos convidados para impor a própria opinião. Mas ela é branca, então no máximo é uma questão de personalidade forte. Ademais, apesar de admirar seu trabalho, sua participação foi decepcionante. Você não sabe o que antissemita e antissionista? Porque não esclareceu? Se fazia extremamente necessário. Da mesma forma que pediu que o Jones reflita, deveria aproveitar o momento para também refletir, pois um indício de que algo está errado é tanta gente estar indignado com sua falta de posicionamento. Para além disso, foi desonesta, talvez até de má-fé a sua análise sobre a música do Pink Floyd com a qual começou a sua fala. Asqueroso pode ser uma palavra forte, mas as falas ali proferidas são panfletárias e seu posicionamento (falta de) foi vergonhoso (um sinônimo mais leve). Acredito que após esse vídeo, caberá até fazer outro, comentando a si mesmo - neste vídeo e no debate. Seria um exercício interessante! Mas agora baixarei bem as expectativas, fui com sede ao pote ao ver que você estava presente no debate e pensar que teria uma fala contundente e coerente com o momento que vivemos. Gritar por palestinos livres não é ser antissemita.