«Lembro-me do dia em que assinei pelo Sporting. A negociação durou horas. Chegámos finalmente a acordo às quatro da manhã e eu só pensava em ir para o hotel descansar e pensar no futuro, mas então o presidente levou-me para uma sala, onde estavam os jornalistas e disse: ¿Assinámos com o Schmeichel, portanto vamos ser campeões¿. Eu fiquei em choque», confessa o guarda-redes.
E o choque continuou quando viu que a equipa, que já não ganhava o campeonato há tantos anos, começou a época com maus resultados. «Fizemos quatro pontos em quatro jogos, acho». «Mas depois o treinador foi despedido, entraram novos jogadores, incluindo o Vidigal, e vencemos», conta Schmeichel, que não poupou elogios ao antigo médio que foi seu companheiro de equipa.
Sorridente e bem disposto, Schmeichel recuou depois à noite da vitória do campeonato. «Viemos do jogo com o Salgueiros e fomos para Alvalade onde nos esperavam milhares de pessoas. Começamos a entrar em campo, um a um, por ordem dos números, por isso eu fui o primeiro. Mas só entraram em campo três ou quatro jogadores porque os adeptos invadiram o terreno e tivemos que fugir dali a correr. Lembro-me que estivemos mais de uma hora no balneário a comemorar... mas nem tínhamos cerveja, nem champanhe, nem água», comentou sorridente.
Também Beto recordou o tempo em que jogava com o gigante dinamarquês na baliza e a intensidade com que Schmeichel falava para os colegas em campo. «A minha mãe até deixou de ver os jogos porque dizia que ele ralhava mais comigo do que ela fazia quando eu era pequeno», confessou a sorrir o antigo defesa.
Os olhos de Vidigal também brilham ao lembrar esses tempos e o antigo jogador até revelou uma faceta menos conhecida de Schmeichel. «Vocês não sabem, mas houve uma altura em que ele tentou ser meu empresário e ajudar-me a ir para Inglaterra».
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