A Adriana viveu um relacionamento abusivo que a fez se distanciar do seu próprio filho, o Pedro. Só depois dela conseguir se libertar dessa relação os dois, mãe e filho, conseguiram se perdoar e entender o sofrimento que ambos haviam vivido.
Quando começou a se relacionar com seu ex-companheiro, a Adriana não imaginava que viveria o inferno na terra: agressões, violência sexual, cárcere... mas o que mais doeu nela foi a coação do ex que a fez se distanciar do Pedro, seu único filho.
Pedro já morava com a avó, mãe da Adriana nesse período, mas foi quando eles descobriram que o menino era gay que o tratamento do então padrasto piorou. Pelas costas da Adriana, ele tentava "converter" o garoto, o levando para casas de prostituição e chegou a ameaçá-lo de morte.
A Adriana, naquele momento, não tinha reação por conta dos abusos psicológicos que sofria. A saída que ela encontrou para manter o filho a salvo dessa relação doentia, foi se afastar dele.
Em determinado momento, a avó do garoto, que desconfiava das coisas, sugeriu que elas o mandassem estudar fora. Foi isso que a Adriana fez e tudo parecia ter "se resolvido", mas logo tempo depois, ainda sob os ataques do ex-companheiro, ela sofreu um AVC.
Depois de um bom tempo, ela se recupera das sequelas do derrame e vai procurar o nome do filho na internet, sem pretensões, e acaba descobrindo que o ex tinha feito uma dívida no nome do garoto. Essa foi a gota d'água para ela começar a mudar sua vida e sair dessa relação.
Até então, ela não sabia das atrocidades que ele havia cometido com o Pedro, mas a partir do momento em que ela descobre, começa uma mudança na sua vida. Ela se separa e se livra da vida que vivia e vai em busca do filho, que morava na Argentina.
Lá, os dois vivem por cerca de um ano juntos e começam a cuidar das feridas abertas do passado. Pedro entende o que a mãe passou e a perdoa, e a Adriana se perdoa por ter feito o melhor que pode na situação em que estava.
No momento em que ela se afasta do relacionamento tóxico, as coisas começam a mudar para ela. Um tempo depois ela conhece o Luiz, seu atual marido, que é um paizão para o Pedro e que a apoia e a acolhe incondicionalmente.
Para superar as dores da violência, tanto dela quanto as que o Pedro sofreu, ela se junta ao grupo Mães Pela Diversidade, onde ela encontra mais apoio, mais acolhimento e passa a conhecer histórias de outras mães que passaram por coisas parecidas e que vêm nela um porto seguro também.
O orgulho e o amor que ela sente pelo filho é, e sempre foi, imenso, sem limites! Tanto que a primeira vez que ela foi na Parada do Orgulho LGBT, com o Mães Pela Diversidade, ela estampou a capa de mais de 300 jornais mundo afora numa foto linda, gritando e expurgando as dores de um passado que não a pertence mais.
O sentimento de liberdade é o que aflora hoje na vida dessa família, que encontrou no perdão e no amor a força que precisavam para trilhar seu caminho juntos.
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