Nascer, viver e morrer sobre as águas. Este é o destino de um tipo muito especial de brasileiro: o povo ribeirinho. Aqui, aprende-se a nadar antes mesmo de se pisar em terra firme. Vivendo sobre palafitas ou em flutuantes, eles aprendem muito cedo que "tendo farinha, sal e açúcar...o peixe é na porta de casa", conta o agricultor, Elson Lopes. E isso faz toda diferença na época das cheias, quando praticamente todas as terras desaparecem sob as águas.
Nossa equipe de reportagem foi conferir a rotina dessa gente que pega barco para ir à escola, que recebe atendimento médico nos navios da Marinha e que atrai a atenção dos estrangeiros por sua cumplicidade com a natureza. Ali, o boto-cor-de-rosa vem comer na mão do homem.
Lago do Catalão, Maraã, Iranduba, Boca do Mamirauá...são algumas das comunidades que visitamos e que nos revelaram seus segredos para manter esta harmonia: respeito às regras de manejo florestal, trabalho comunitário numa pousada ecológica, plantio na vazante...assim eles provam que é possível extrair do rio e da floresta tudo o que é necessário e ainda ter a certeza de que o alimento nunca faltará.
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