Sou pobre e moro na periferia, mas entendo completamente quem não quer favelas próximas, pois sei o que é tráfico, tiroteios, som nas alturas não importando a hora do dia, tocando músicas obscenas. Inclusive, fiz um esforço para comprar um apartamento pequeno mas em um bairro melhor, pois minha saúde mental está por um fio por causa desse ambiente insalubre e estressante, toda essa violência, toda essa decadência. Coloquem então favelas ao lado de onde quiserem, desde que a lei seja cumprida, a segurança seja de primeira qualidade, a lei do silêncio seja respeitada, etc. Mas é lindo o discurso, a prática, NÃO! O problema não é a pobreza de dinheiro e sim de espírito!

Que discurso perfeito. Ai vem a jornalista MARAVILHOSA e desmascara a hipocrisia: “você mora aí em Brasília em um condomínio né?”. O cara nem respondeu… Esses militudos viu

Eu moro em Brasília e meu sonho é morar em um condomínio grande e FECHADO! Não consigo nem imaginar a maravilha que seria andar de noite sem medo de ser roubado, longe de locais barulhentos, conversar na praça sem cheiro de drogas e andar tranquilamente com meu celular a qualquer momento e despreocupado.

Tentei morar num bairro popular, mas não consegui. Os vizinhos não tinham cuidado com horário de descarte do lixo, levando para frente da casa, logo após a passagem do caminhão de coleta, isso implica em lixo ficar na rua por 48hs, os animais da rua cachorros, gatos e urubus, abrem as sacolas e espalham o lixo por toda a rua. O esgoto das casas não são ligados à rede de esgoto, são simplesmente descartados na sarjeta. As casas são sujas, com quintais sujos, com lixo por toda a parte. Os moradores, ficam sentados na frente das casas em meio ao lixo, conversando, bebendo cerveja, por horas. Também instalam caixas de sons enormes, nos carros ou nas casas mesmo, tocam música tão alta, que o corpo da gente vibra, as loucas chegam a cair das prateleiras. Para mim, era uma tortura morar lá. Percebi, que eu estava errada. Aquele é o ambiente que eles gostam, porém eu não. Gosto de limpeza, organização, silêncio e música clássica. Eu mesma limpo a minha casa e cuido da área externa da residência.(Na cidade que eu morava antes, eu mesma varria a calçada todos os sábados, junto com a faxina da casa. Então , ciente de que EU ESTAVA NO LUGAR ERRADO, mudei para um sítio. E, se hoje, alguma daquelas pessoas quiserem morar aqui perto, eu vou lutar para que isso não aconteça. Não quero ter que me mudar novamente, porque meus vizinhos, não sabem conviver em sociedade. Não sabem o valor da limpeza e da higiene. E não sabem respeitar o espaço do próximo. Estou pagando muito caro, para estar em um lugar mais limpo e organizado. Não é justo que eu tenha que sair e pagar caro novamente. Se acontecer uma segunda vez, não terei condições. E aí, faço o quê? Vivo no meio da sujeira, esgoto e com um som tão alto que não consigo estudar, trabalhar ou mesmo dormir? Então, se o governo vier fazer um condomínio popular para trazer estas pessoas para perto de onde eu estou morando, eu vou sim, usar de todas as ferramentas ao meu alcance, para impedir. E não acho que esteja errada.

A Fabíola se divertindo vendo o desconforto do Josias e do Tales kkkk

Antes de começar essa conversa seria interessante q todos contassem onde moram...

É muita imbecilidade criticar o efeito e não a causa. Infelizmente as pessoas estão sendo obrigadas a morar em condomínio porque não há mais a menor segurança em morar na rua. Eu mesmo tive que me mudar porque já não aguentava mais conviver com o tráfico de drogas na frente da minha casa. É violência, é barulho infernal, que não deixa voce dormir a noite. Voce tem medo de sair da sua casa, voltar e descobrir que invadiram e levaram tudo.

Discurso bonito: check. Onde todos moram: em condomínios. Acho que tá claro como o problema no Brasil sempre termina na hipocrisia né?

Os caras criticam os condomínios mas moram neles, vai entender.

Acho curioso é que os tais especialistas e críticos se esquecem que o Brasil é só um dos países mais VIOLENTOS e INSEGUROS do PLANETA. Se hoje existem tantos condomínios murados, agradeça ao caos social que é esse país. "ah mas eles n querem muita gente por perto", obvio, imagina vc trabalhar a semana toda e no final de semana ter que conviver com barulho de bares, pancadão, gritaria e etc. Me diz aí quem é que não gostaria de criar seus filhos em um lugar mais seguro.

Moro em Barcelona. E é incrível como se criam estereótipos sem saber que a ocupação de uma cidade acompanha as mudanças sociais de um país. As pessoas que moram em condômino fechado no Brasil, em sua maioria buscam segurança. Em Barcelona, engana-se quem pensa que rico anda de trem.... Engana-se quem pensa que rico mora perto do pobre. Rico mora no Sarria, ou em urbanizações ao longo da costa do mediterrâneo, com terrenos muuuito maiores do que os citados pelo comentarista deste vídeo. Outra coisa, a classe média em Barcelona, assim que tem filhos, para comprar uma habitação vai morar em pueblos, onde se pode comprar apartamentos ou casas maiores, e todos tem carro para se deslocar na regiao metropolitana. Quem mora em Barcelona são jovens que dividem apartamentos ou pessoas com altos salários. A família classe média com filhos também procura espaço. A diferença aqui é que nas cidades pequenas a estrutura é muito melhor do que no Brasil. Médicos, escolas e comercio, ruas e avenidas. Mando está mensagem de um congestionamento voltando de Barcelona para o pueblo onde moro ( 30 km) de Barcelona.

Só existe condomínios por causa da insegurança terrível que existe no Brasil.

Dubai é o exemplo típico de tudo que não deveria ser replicado na arquitetura !

Já estive em Dubai algumas vezes, a cidade é muito “fácil” para o turista. Mas a cidade nem é tão grande e conversando com quem mora lá é um terror urbanístico. No final é uma gigantesca maquete para impressionar.

Entendo o cara, mas não concordo! Infelizmente aqui em São Paulo a segurança pública é ineficiente. O Policial prende e a Justiça solta, as cracolândias crescem e se proliferam. Por essa razão os condomínios fechados fazem sentido para quem tem condição. Eu moro na Zona Leste, periferia, estamos a mercê da sorte. Se eu tivesse dinheiro sim moraria em condomínio fechado.

A pergunta que não quer calar é: Onde gostariam de morar? Nesses suburbios ou na favelona? So de não ter visinho do lado de minha parede já seria muito satisfatório.

Em condomínios você se esconde do restante da cidade, mas na cidade você se esconde dos vizinhos por meio de muros, portões, grades, cercas elétricas, e cão bravo. As pessoas tendem a preferir um lugar em que os muros estejam ao redor do bairro ao invés de encaixotando a própria casa.

Brasil nem esgoto e agua tratada tem para metade da população. Vergonha, vergonha e mais vergonha.

Essa galera(principalmente jornalista politicamente correto) chama tudo de cultura, inclusive baixaria, musica obcena. Essa galera romantiza o "ser pobre", romantiza viver em lugar insalubre para a saúde mental. Lugar feio, com vizinho mal educado, com "música" obcena, com "música" alta à qualquer hora, faz mal, e deve ser falado. E não há problema em querer distância de gente barulhenta, distância de gente mal educada. Seja gente rica ou pobre, de gente assim temos que manter distância. Quem gosta que fique perto.

Discurso raso. A questão é morar perto de gente sem educação, barulhenta, que não respeita os vizinhos.

Caro Raul, sou Arquiteto&Urbanista e admiro muito seu trabalho no São Paulo Nas Alturas! Parabéns por seu trabalho ajudando a esclarecer o que é o bom urbanismo!! Parabéns ao UOL por trazer o Raul para falar sobre nossas cidades!!

Uau, como arquiteto e urbanista que sempre acompanhei esse debate, eu acho muito bom a forma como o Raul consegue furar nossa bolha pra desconstruir mitos e tabus para ampliar o debate... Não poupou nem Lúcio Costa.. hahahaha.

Onde será que essa turma mora heim?...Todos querem morar bem. Hipocrisia reina nas mídias atuais

Tinha que ser a Uol para fazer uma matéria dessas... Ninguém está tentando esconder as crianças da pobreza, até porque seria impossível, já que o Brasil é um pais pobre e à pobreza nos cerca a todo instante. Quem mora, ou deseja morar nesses condomínios é à classe média que quer se esconder da violência. Rico de verdade mora em mansão na serra ou em outro país. Em relação à Brasília, concordo, foi um erro por se tratar de uma cidade “planejada e inteligente”, mas não faz o menor sentido querer comparar uma cidade (capital do nosso pais) com um condomínio particular. É obvio que o pedreiro que trabalha na obra não tem condição de comprar a maior parte dos apartamentos que ele constrói, da mesma forma que a maioria dos garçons não tem condições de frequentar os restaurantes onde trabalham e vendedoras de lojas não usam as bolsas/sapatos caros que elas vendem, etc... É uma imbecilidade tentar vilanizar à construtora por comprar um terreno distante... ela está fazendo justamente o que era para ser função da prefeitura, urbanizar a cidade e criar moradias. Digo mais, se você parar para perceber, em qualquer cidade as áreas com melhor iluminação, ruas, calçadas, praças, etc... são mantidas por condomínios particulares. Os ricos não querem ter vizinho? Ninguém quer ter vizinho... e nenhum brasileiro quer morar em uma casa “típica americana” na beira da rua e sem muro porque sabe que vai estar exposto ao risco e vai ser roubado infinitamente. Esse papinho furado de “prejudicar o convívio social” é típico de quem não mora em prédio perto de praça ou bar e não sabe o inferno que é para dormir na maioria das noites. Não precisa ser muito inteligente para entender que à qualidade de vida está em uma boa noite de sono, o que significa morar distante de áreas barulhentas com grande fluxo de pessoas (ferroviárias, aeroportos, casas de show, avenidas, etc...). Em resumo, não quer que a cidade se torne murada e verticalizada? Use sua plataforma e influência para cobrar segurança pública do estado em vez de criticar justamente quem oferece uma solução.

Que prazer ouvir esse jornalista, Raul Juste Lores. Excelente aquisição p a UOL.

Quando alguém fala a verdade sem politizar, sem agredir e de forma didática não importa o tamanho do vídeo ele não fica cansativo, parabéns ao rapaz, muito inteligente!

Quando menina em Fortaleza, morávamos com vista para o mar e eu fucava horas olhando a linha do horizonte. Moro em Foz do Iguaçu e daqui eu posdo ver o Paraguai. É triste viver num lugar sem vista para o horizonte.

Deixar eu ver se eu entendi, morar em um local organizado, limpo, seguro e tranquilo e errado. O correto é morar em um casa meia boca de rua onde fica exposto a assalto arrombamentos sujeira e usuários de drogas?

Se a pessoa não compra uma casa dessa vai comprar um apartamento minusculo. As pessoas compram ese tipo de casa pois a renda do brasileiro é muito baixa. Ser classe media baixa é muito difícil.

Minha cidade aqui na Bélgica tem árvores, lojas e gente andando em praticamente todas as ruas. Os prédios tem sempre ou um consultório médico, ou dentista, ou fisioterapeuta ou loja, ou galeria no seus andares térreos. Pelas ruas as pessoas estão sempre andando de bicicleta ou passeando com cachorro, ou simplesmente correndo ( fazendo esporte ) É criança, jovem , velho, branco, preto, amarelo, vermelho, azul verde, árabe , gay, religiosos Todo mundo divide o mesmo espaço, em harmonia

"tenho muito medo de um Brasil de crianças e adolescentes que não são expostas a um Brasil real; que não são expostas à pobreza", que frase pra resumir o nosso país!

Eu moro num prédio onde a vista que tenho são das salas dos aptos vizinhos. Muito denso, muito concreto, muito transito, pouca paz. Quero morar num condomínio alabama desses com um quintal, segurança e silêncio.

Perfeita a crítica, ficar importando os piores projetos urbanos é ridículo

Moro em Ribeirão Preto e condomínios "alabamas" são febre no mercado imobiliário por aqui.

esse cara vive no mundo da lua, na cabeça dele não existe assalto, tráfico, barulho, vizinho de baixo fumante, barulho de transito constante, burocracia pra instalar um ar condicionado ou furar uma parede... O sonho de todo brasileiro pobre é sim morar num lugar calmo e onde não tem assalto, eu moro em prédio perto do centro da minha cidade e pago uber pra diarista numa boa, já andei muito tempo de transporte público e sei como é horrível. Certos são os americanos andando de carro em rodovias largas com 7 faixas sem depender de ninguem ficando em fila, sentado em ponto de onibus no meio de sol chuva e frio e se apertando no meio de desconhecidos.

Aqui no Brasil todo mundo corre com medo da violência, o estado não dar segurança e o cidadão tem q viver em condomínios pagando segurança privada e infraestrutura básica, atualmente é uma utopia em uma cidade grande ou média fazer um condomino onde qualquer um possa ter livre passagem

As cidades antigas eram todas cercadas. Porquê? Segurança. Hoje não é diferente.

ALÉM DISSO, ELE TAMBÉM TEM QUE CRITICAR OS CONJUNTOS HABITACIONAIS, QUE SÃO UMAS COISAS HORRÍVEIS.

Moro em Recife, uma cidade entregue à verticalização desenfreada. Me mudei a 1 ano para um condomínio de casas afastado da cidade. Melhor decisão da minha vida.

As pessoas querem segurança, esse é o motivo de querer morar em condomínio fechado. Em países de primeiro mundo não tem nem muro e portão nas casas.

Falavam contra a verticalização, agora contra os condôminos, falavam que o pessoal queria se amontoar no Centro, agora tão falando mal de empreendimentos descentralizados. Além disso , querer confraternização inter-coasses sociais....pera lá né. Nem em utopias

Grande Raul, sou fã de São Paulo nas Alturas. E que lapada no Josias, que esperava a defesa de praxe do projeto urbanisticamente desastroso de Brasília. Ficou sem chão!

Se este país fosse seguro as pessoas não pensariam em se isolar em condomínios.

Não gosta? Não compre. E dane-se o que os outros pensam.

Sou morador de um condo alabama. O que era suposto que eu fizesse em Campinas-SP? O Poder público por aqui é inexistente. Não se pode andar na rua aqui.

Claro... esse rapaz mora em uma favela, pois ele é bem "Humanizadinho"...

Prefiro um condominio do que um monte de favela

Já morei em apartamento duramte 17 anos, e me mudei várias vezes. O único apartanento decente era um que fica num prédio cujo construtor era o dono, hoje falecido. Ele também morava ali, na época. Imagine que ali a coisa era diferente. Se alguém ligasse uma furadeira lá pelas 21:00, em segundos ele estaria à porta, para reclamar do barulho. Pra quem gosta de silêncio, era o paraíso. No geral, apartamento é o tipo de habitação para quem é surdo e não tenha filhos. Isso que eu sempre morei em cidade pequena! Hoje moro em casa espaçosa, mas já preciso me adaptar a um pequeno prédio de 16 apartamentos colado à minha casa. O quarto da frente já não tem sossego, pelo barulho estridente do portão de entrada dos vizinhos. O motor desse portão fica a três metros da cabeça de quem deita ali!

Os dois jornalistas classe alta do UOl sentiram muito

Esse cara merece todo respeito. Falou a verdade nua e crua.

A gente já paga tanto imposto e não devemos nos colocar dentro de condomínio pra se sentir seguro. Nosso poder público que deveria garantir a segurança da sua população

Só queria lembrar que as pessoas tem se trancado em condomínios por causa da falta de segurança. Tenho certeza que as pessoas prefeririam morar em casas sem muros. Os governos não tem ajudado na urbanização

E o chato do Josias insiste...

Todos moradores de condomínio de luxo ,prédios em bairros bem posicionados e valorizados

Parabéns a Fabíola e o Raul, finalmente numa mídia grande a exposição desse urbanismo desastroso que esvazia as ruas, torna a cidade insegura, difícil de passear, trabalhar, andar. 👏🏻👏🏻👏🏻

"...e felizmente o mundo não é Orlando!", a melhor frase que eu ouvi no vídeo

Sou Geógrafo, estudo sobre planejamento urbano. O que corrobora para a situação de cidade bom para alguns e ruim para muitos é a falta e também o impedimento de instâncias de participação popular no planejamento e gestão urbana. Sendo que a participação é algo estabelecido pelo Estatuto da Cidade. Na prática, quando as gestões municipais fazem o planejamento urbano, elas não facilitam a participação do povo, sobretudo os mais pobres. Assim o planejamento é tecnocrático e que atende apenas aos interesses de grupos imobiliários e da construção civil.

😅 as carinhas do Josias e do Tales foi algo engracado😅

Não podemos esquecer que nossas cidades planejadas como Brasília e Belo Horizonte, por exemplo, não contavam com a explosão demográfica típica de uma economia de país periférico. Não dá para comparar a Barcelona de Cerdá, onde o crescimento populacional não foi exagerado como das capitais brasileiras. Não havia urbanista na época que pudesse prever esse crescimento, a densidade demográfica descontrolada das capitais brasileiras é um fator que deve se levar em conta. O emprego nos Estados Unidos permitiu que a classe trabalhadora fosse para os subúrbios conectados a linhas de trem para os centros onde estava o trabalho. Isso não aconteceu aqui, há muitos fatores a serem considerados.

Ele fala de Barcelona, mas quando estive lá vi um povo bastante revoltado de como a cidade se tornou caro, a ponto de ver protesto contra o turismo na cidade.

As pessosas procuram condomínios fechados por motivos de segurança, as cidades do Bostil viraram cracolândias a céu aberto e o governo não faz porr@ nenhuma. Criticar é fácil cadê as soluções?

Grande contratação do UOL. Raul Juste Lores decifra nossas cidades melhor do que nós mesmos. Discussão de alto nível. Parabéns 😊

Esse cara inverte tudo. Quem nao quer ter paz, viver tranquilo sem tanta algazarra de gente por perto toda hora? Todo mundo quer, seja rico ou pobre. A questão é que quem é rico pode mais.

Eu não moro em condomínio, mas entendo, concordo, aprovo e se a pessoa pedir minha opinião sobre isso, eu já digo que vai tarde, essa questão que ele está trazendo é totalmente sem sentido. O Estado nao consegue lidar com assuntos basicos da sociedade, como segurança e poluição sonora, só por isso já vale a pena ir pra um condominio. Andar a noite e nao ser assaltado

Josias bebeu ou fumou algo MUITO FORTE para defender Lúcio Costa em Brasília. A CIDADE FOI FEITA PARA EXCLUIR POBRES. Não há como defender nada nesse lugar!

Raul é genial! Deveria ser ouvido por todos os Prefeitos desse país.

Mas quanta bobagem... O Brasil é campeão mundial de homicídios em números absolutos, uma violência incomparável quando vemos países desenvolvidos, ou em desenvolvimento, onde a segurança pública é tratada com atenção, a justiça existe e a impunidade não é regra. Criticar quem quer viver em condomínios murados, com entradas controladas por segurança, é errado? Vocês estão brincando. Eu morei por 25 anos no bairro de Jacarepaguá, sub-bairro da Freguesia, na Rua Quintanilha, na Cidade do Rio de Janeiro, no narco-Estado do Rio de Janeiro. Nesse 1/4 de século, investi na casa que acreditava, iria viver até o último dos meus dias. Foi lá que criei meus filhos, foi lá que plantei minhas árvores frutíferas, foi lá que fiz uma academia no segundo andar, foi a casa que investi, aumentei a sala, fiz um quarto novo para que cada um dos meus filhos tivessem o próprio quarto, foi lá que fiz uma nova cozinha, uma lavanderia, novos banheiros. Era a casa que amava e cuidava. Ai um dia chegou a Linha Amarela e cortou a minha rua, dividindo-a em duas. Cesar Maia construiu um conjunto habitacional na beira da Linha, que começava a duas quadras da minha casa e terminava na Cidade de Deus, a famosa favela cuja história foi contada em filme. Minha rua que tinha entrada pela Estrada do Gabinal e saída na Avenida Geremário Dantas, passou a ter saída para Cidade de Deus. A rua antes tranquila, ficou cheia de pobres, bares um ao lado do outro e igrejas. Nada contra os pobres, algum lugar eles tinham que morar, foram morar no conjunto habitacional, e minha rua antes tão tranquila, já não era tão tranquila, mas o IPTU não diminuiu e continuou sendo cobrado como antes, mesmo com a desvalorização da casa. Eu que nunca fui rico, fiz amizades com os novos moradores, ajudava os que podia, contratava vizinhos que me procuravam perguntando a respeito de serviços e sempre arrumava alguma coisa, como pintura, limpeza, cuidado com jardim, se não tivesse nada, inventava alguma coisa para dar um dinheiro a quem me pedia. Quando bateram na minha porta (várias vezes) pedindo uma "carona" para o hospital, mesmo as 3 horas da madrugada, quando a bolsa de água estourou, me levantava e ia peregrinar atrás de uma maternidade pública que houvesse vaga, algo que descobri ser muito difícil. Ou quando um senhorzinho tinha uma cirurgia marcada no HGJ e precisava chegar bem cedo, lá estava eu em sua porta, pronto para levá-lo ao hospital e deixá-lo dentro e encaminhado para a cirurgia. Pobres ou pessoas da classe média baixa, nunca foram o problema, o problema é que onde existe uma "comunidade", existe a violência e o tráfico de drogas. Foi assim que em novembro de 2016, a facção criminosa Comando Vermelho, decidiu expandir seus territórios, saindo da Cidade de Deus, tomando conta das ruas do conjunto habitacional e também da minha rua, a Quintanilha e tomaram a soberania que antes era do narco-Estado do Rio de Janeiro, e passaram a ditar as regras, obstruindo a rua com pedras, móveis velhos, madeiras, fazer patrulhamento com fuzis de assalto de grosso calibre, pistolas importadas, circulando com motos roubadas, vendendo drogas na rua a luz do dia, e dando ordens nos comércios, revistando carros, moradores, cujos celulares eram vasculhados para ver quem é que estava denunciando a polícia, que curiosamente sumiu, mesmo que ligassem mil vezes para 190. Em menos de um mês, mais de 50 famílias abandonaram a rua e entre elas, a minha. Abandonar a casa foi só um dos problemas que tive, passei a ser perseguido pela resistência que fiz e condenado a morte pelo tribunal do tráfico, sofri dois atentados, que por sorte a ajuda de Deus, consegui escapar sem ser baleado, tendo perdido meu carro no primeiro, mais furado que peneira e no segundo, guiando a moto em ziguezague, enquanto os traficantes disparavam diversas vezes contra minhas costas em plena luz do dia, pela Estrada do Gabinal. Pedir ajuda as autoridades e instituições foi inútil, não tive qualquer apoio. Fugi dessa pocilga fétida e corrupta que se tornou o país e o Estado em que nasci. Hoje vivo na Europa com a família, onde encontrei a paz, vivo em segurança, em tranquilidade e recuperei a capacidade de sorrir. Aqui escrevi o livro que conto a minha história e está a venda na Uiclap e na Amazon, quem tiver interesse de saber a desgraça pelo que passei em 2017, o pior ano de minha vida, o livro está a venda no endereço: www.amazon.com.br/Theo-um-policial-no-ex%C3%ADlio-ebook/dp/B0844LGPQJ

Se tivéssemos um Raul na política estávamos bem. Adoro Raul, sigo ele no Canal, por favor não deixe o canal.

A arquitetura de Brasília que o diga

Não é separação de elites, mas de violência.

Os condôminos de casa só estão ficando cada vez mais populares por conta da falta de segurança pública, moro em SP e aqui ou vc mora em um apartamento que mais parece um cativeiro de tão pequeno ou mora em casa que na primeira oportunidade pode ser invadida e levam tudo. Por fim a saída acaba sendo essa para morar em uma casa sem se preocupar muito, morar em um subúrbio.

A gente tem que ter orgulho das favelas. Esta é a mossa arquitetura. Extremamente humanitaria e respeitosa com a população. Enfim, a hipocrisia.

Adorei as considerações do Raul. Precisamos falar seriamente sobre urbanismo. Moro em Caxias do Sul (RS) e é uma cidade que está entrando em colapso. O trânsito está horrível (pro tamanho da cidade), nenhum prefeito consegue ter força pra implementar um trem /metro / sistema eficiente de ônibus. E condomínios fechados horizontais estão na moda aqui.

A Barra da Tijuca que é um bairro situado no Rio no Rio de Janeiro, foi construído no passado com esse conceito Hoje transformou -se num grande bairro. Eu não vejo problema nenhum O grande problema das grandes cidades na unha opinião, são as favelas que cresceram destruindo nossas matas,sem saneamento básico, e que destroem tudo a volta. Isso sim polui o meio ambiente Melhor o crescimento dos condomínios do que das comunidades Mundo inteiro as classes sociais vivem em bairros diferentes Só aqui existe a defesa das permanências das comunidades .

Moro num desses condomínios de várias ruas e mais de 200 casas faz poucos anos... morei quase a vida toda em prédio, perto de comercio, escolas,... não aguentava mais tanto prédio, carro, bagunça, sujeira, barulho, pivete, flanelinha e, principalmente, violência. Aqui no condomínio tudo é limpo, silencioso, posso andar depois das 22h tranquilo. Acho que faltou falarem que as grandes cidades brasileiras são inviáveis do ponto de vista de qualidade de vida, mesmo tendo infraestrutura e facilidades.

Eu moro num condomínio em Brasília e a segurança é total! Penso que seja esta a questão porque se aumentam! Eu amo!

Eu não aguento mais esses subúrbios caixotes aqui em Ribeirão Preto.

Moro no centro de São Paulo , ótimo lugar , mais não tem lei do silêncio , quem tem a chance cai fora mesmo

Entendi então agora é errado se proteger?

Tragédia é viver em um apartamento de 50m².

antes de criticar a popularidade dos condomínios fechados, acho que vale a pena fazer uma reflexao sobre os motivos da alta demanda para morar em um condomínio fechado. a criminalidade e a impunidade estao ai e só não percebe quem quer

Cara, eu prefiro morar em um "subúrbio Alabama" do que em um apartamento de 40m2 com 2 mil vizinhos. Na moral, a verticalização da cidade pode ser mais eficiente do ponto de vista de infraestrutura, mas morar em um lugar super-habitado é um cocô. Os caras criticando condomínios verticais, mas eles moram e adoram. Na moral , o pobre pode viver em encaixotado em prédios com 500 famílias , mas eles merecem morar em casas de condomínios confortáveis. Eu quero é morar no meu condomínio horizontal e fim de papo.

Lembrando que esses "especialistas" também moram em condomínios.

Se orgulhar de algo no brasil e inédito , me orgulho do tráfico muito bem articulado .

Queria saber de onde cada um de vocês fala. 😂 Tudo p/ esse pessoal é segregação, classes etc. O pessoal tá fugindo dos causadores da violência que vocês defendem. Hipócritas! O morro é lindo, o condomínio é absurdo!

Que aula de lucidez!!! Sou de São Paulo e atualmente moro no interior de Goiás, onde esse "subúrbio" é aplaudido de pé, isolando os ricos, ainda que precisem dos pobres para trabalhar para eles, pouco se importando com o praticamente inexistente transporte público que os levem até lá... e adoro falar mal da arquitetura de Brasília nas minhas aulas, e eles têm crise existencial com essas críticas - aliás, também cito o caso do "abaixo metrô" em Higienópolis, polêmica que acompanhei de perto porque estudava na PUC, ali próximo, nessa época...

Parabéns ao UOL pela contratação. O canal do Raul Juste "São Paulo nas alturas" é muito bom. Acompanho seus vídeos, que deveriam ser vistos e aplicados pelos nossos órgãos públicos.

Minha decadência de vida, é não poder viver com minha família, em um condomínio bem bem fechado

Barcelona e Lisboa , conheço muito as duas. Barcelona é algo inimaginável no Brasil.

Aqui no Rio por exemplo ruas sem saída são fechadas com portões e trabsformadas em condomínios, usam portões eletrônicos, câmeras e cercas, motivação não é de segregação mas sim pelo fato de que reduz assaltos, conheço varias ruas em que isso aconteceu e melhorou muito o número de assalto a pedestres. Como fazer locais abertos sem segurança? Será que tds jornalistas moram em condomínios ou casas sem muros? Aqui minha casa é toda fechada, se tirar telhas do quintal e tornar aberta cracudos pulam e roubam tudo. Oq fazer?

Me pergunto se este cara conhece Barcelona. A cidade é caótica e entupida de gente e carro, super poluída e sem agua. Moro aqui e sei o que tô falando.

Dei uma zoiada nos comentários e concluo que o problema é que as pessoas querem se afastar da má educação, pobreza e violência. E não estão erradas. A solução não é a arquitetura, é a educação e melhor distribuição de renda. Onde existe má educação e pobreza tende a existir também som alto, brigas, berros, bebedeira, insegurança, sujeira nas ruas e maus serviços públicos. Tudo bem que a arquitetura possa ser parte da solução, mas está longe de resolver tudo e sozinha não será capaz de impedir que as pessoas tentem encontrar suas próprias soluções e que se dane a arquitetura. Na escala de valores, segurança e paz estão acima da arquitetura.

A melhor coluna do UOL. Esse rapaz é um espetáculo

Eu moro em uma favela aqui em uma capital do nordeste, mas concordo com quem pode se dar ao luxo de ter uma vizinhança nivelada por cima. Sem a menor sombra de dúvida que a pobreza não necessariamente resultará em marginalidade. Contudo, a grande maioria dos marginais são pobres. Com exceção é claro dos funcionários públicos brasileiros que podem de uma canetada só triplicar seus ganhos. Esses roubam a nação na forma da lei. O poder público brasileiro é omisso na segurança pública. É conivente com a criminalidade. E os marginais se aproveitam e se camuflam como pessoas simples para perambular pelos bairros e cometer crimes.

Nasci aqui em 1977, nunca vivi isso, aqui só houve desde a minha adolescência divisão entre pobres e os ricos que vivem no lago sul e norte, o resto fica com sobras fora algumas R.As. de luxo que existem aqui. Não consigo esquecer quando os empresários em uma decisão histórica, onde o setor noroeste foi tomado à força dos índios para construir prédios para gente cheia da grana, quando conseguiram tomar esse terreno dos índios, e les bufavam, acho que pensando na grana que ganhariam com o empreendimento.

Excelente entrevista! Parabéns, Raul J. Lores!! Quando escrevi (com Arno Vogel, em 1979) o livro 'Quando a Rua Vira Casa', com ilustrações de Orlando Mollica, publicado em 1ª ed. em 1980, pelo CPU-IBAM - (centro de pesquisas urbanas' coordenado naquele então por meu saudoso colega e amigo Carlos Nelson Ferreira dos Santos, arquiteto e também ele antropólogo), e depois em sucessivas edições pela Editora Projeto (2ª ed. 1981, 3ª ed. 1985) e pela EDUFF (4ª ed. 2017) nós apresentamos, a partir de pesquisa empírica de caráter etnográfico, esse modo de pensar a cidade nos quadros do urbanismo modernista, de extração racionalista, como uma espécie de 'taylorismo'. Já naqueles anos 70 os condomínios fechados (gated-communities) estavam tomando embalo para depois virem a todo vapor. Jane Jacobs, entretanto, não fazia parte do curriculum das escolas de arquitetura e urbanismo, imperando nelas o modernismo com suas variantes. Os 'situacionistas' diziam do urbanismo de Le Corbusier tratar-se do 'urbanismo de caserna' e por aí afora. Robert Goodman, J. Turner, Kevin Lynch, Christopher Alexander... toda essa gente passou longe das faculdades de arquitetura. E quem duvidar basta consultar 'programas' , 'ementas' e 'disciplinas', pois então verificarão que não escaparia nenhuma! O próprio Carlos Nelson ocupou-se mais de uma vez da questão especifica dos 'condomínios fechados' em alguns de seus artigos.

Esse cara é bom! Observações muito pertinentes!

Excelente argumentação de Raul juste lores. Uol sempre acrescentando

Minha curiosidade ficou aguçada em saber sobre as moradias horizontais desses dois jornalistas moradores de Brasília.

Agora o cara quer dizer quantos metros quadrados tem que ter a sua casa pra não sortear carboninho na atmosfera 😂😂