Os certificados de aforro são um produto do estado português, com base em dívida pública. Ou seja, emprestas dinheiro ao estado durante um período de tempo pré-definido, recebendo juros por isso. No final do período de empréstimo, recebes de volta o dinheiro que emprestaste.
O risco deste investimento é praticamente nulo, pois é muito pouco provável que o estado português vá à falência e não te consiga devolver o dinheiro que emprestaste ou pagar os juros que tem a pagar.
Por ser um produto seguro, bastante antigo e tradicional cá em Portugal (a primeira emissão foi em 1960), e também por render mais do que os depósitos a prazo, muitas pessoas colocam aqui as suas poupanças.
E como é que eles funcionam? Os certificados de aforro são emitidos por séries. Cada série tem as suas condições próprias e um limite de tempo definido para poderem ser subscritos. Atualmente a série que se encontra em comercialização tem o nome de Série E. Já tivemos as séries A, B, C e D.
Eles podem ser subscritos presencialmente num balcão dos CTT ou num Espaço Cidadão, ou então pela internet, que é muito mais confortável, através da plataforma AforroNet.
A primeira subscrição em teu nome é que tem de ser sempre subscrita presencialmente. Os reforços que fores fazendo é que podem ser sempre feitos online.
Relativamente às suas características, os certificados de aforro têm um período mínimo de permanência de 3 meses. Portanto só após 3 meses é que podes resgatar o teu dinheiro se assim o quiseres. O prazo máximo é de 10 anos.
Os juros são calculados trimestralmente e são de capitalização, ou seja, são sempre reinvestidos para criar o efeito de juro composto.
E como é que o seu cálculo? A taxa bruta é determinada mensalmente e é igual à média da Euribor a 3 meses observados nos dez dias úteis anteriores + 1%. Ela tem um teto máximo de 3,5%, portanto a taxa nunca poderá ser maior que isso, e tem um teto mínimo de 0%.
Nos últimos anos, com a Euribor em terreno negativo, a a taxa tinha vindo a descer e estava praticamente estagnada. Aumentou um pouco no início da pandemia de Covid, mas voltou a descer, e estava em mínimos históricos.
No entanto, a subida recente da Euribor, em consequência do futuro aumento das taxas de juro do BCE para controlar a inflação, tem vindo a fazer aumentar a taxa de juro dos certificados de aforro.
As previsões dos economistas é de que a Euribor a 3 meses chegue a terreno positivo em Agosto, e a 1% no início do próximo ano.
Vamos então fazer aqui umas contas:
- Quando a Euribor a 3 meses chegar a 1%, vamos ter então de taxa bruta, 2%.
Uma coisa interessante nos certificados de aforro são os prémios de permanência. Entre o 2º e o 5º ano é de 0,5%, e entre o 6º ano e o 10º ano é de 1%.
- Isso significa que taxa bruta total pode chegar a 2,5% para quem está entre o 2º e o 5º ano, e a 3% para quem já tem há mais de 6 anos.
Quem investiu há mais tempo é que vai ser mais beneficiado com este aumento da Euribor.
Se é uma rentabilidade espetacular? Não é, se tivermos em conta que a inflação está nos 8%. Ainda assim, tendo em conta a queda que temos tido na bolsa nos últimos tempos, com o S&P500 a perder 14,30% desde o início do ano, um investimento seguro, previsível e a render 3% não parece assim tão mau.
Se o vídeo te ajudou, não te esqueças de deixar o like ;)
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Capítulos do vídeo:
00:00 - Intro
00:32 - O que são os certificados de aforro
01:50 - Características dos certificados de aforro
02:35 - Taxa de juro
03:53 - Impacto da subida da Euribor
05:02 - Previsões da Euribor
05:22 - Simulação taxa de juro
06:18 - Vale a pena investir?
DISCLAIMER: Este vídeo não é uma recomendação de investimentos. O intuito deste canal é apenas informativo e educacional. As decisões tomadas em consequência deste vídeo são apenas responsabilidade de quem as toma. Investir envolve risco de perdas.
❗ Tem atenção aos riscos que corre ao operar em produtos financeiros complexos, 74% a 89% dos investidores perdem dinheiro ao transacionar CFDs. Estes produtos não são adequados para todos os clientes, portanto, certifique-se de que compreende os riscos e procure aconselhamento independente.