As novas V-Strom 800 DE e a GSX-8S estreiam por aqui o novo motor da marca. São 776 cm³, com dois cilindros em linha, duplo comando, curso de 70 mm e pistões com 84 mm de diâmetro. Como diz Durval Careca, nosso colaborador, a “patada” fica por conta dos 83 cv de potência máxima, disponível nos 8.500 giros, e o torque de 7,9 kgf.m em 6.800 rpm. Transmissão primária de seis velocidades completa o vigoroso trem de força dos novos modelos.
Independente do seu estilo preferido, gostaria de falar sobre esse motor. Embora seja um 2 “canecos” em paralelo, sua performance impressionou. Os cilindros trabalham com defasagem de 270 graus, garantindo um ganho continuo de giros e transferência de movimento para a roda. Enquanto um cilindro está terminando seu movimento completo - admissão, compressão, explosão e escape - o outro cilindro também está fechando o circuito. O piloto sente um empurrão liso e vigoroso. Na GSX-8S, por exemplo, se não fosse o som típico dos bicilíndricos, a sensação que tive é de pilotar uma esportiva de quatro cilindros, principalmente nas arrancadas e retomadas de velocidade.
No caso da Naked (como o próprio nome indica) o motor fica totalmente exposto com os dois canos de escape mostrando suas belas curvas. O quadro é moldado em aço e sustenta o motor e subquadro em alumínio que pode ser removido facilitando a manutenção. Destaque também para a pequena ponteira de alumínio fica abaixo da pedaleira do garupa.
Aliás, também temos bastante ousadia no sistema de iluminação com luzes empilhadas verticalmente. Piscas e lanternas são discretos (porém facilmente visíveis) completam o conjunto em totalmente em LED. Ao assumir o cockpit destaque para o painel TFT de cinco polegadas que oferece display adaptativo - com iluminação automática ou escolhida pelo piloto.
Já na nova V-Strom o que atrai o olhar mais atento são as belas bengalas dianteiras que podem ser totalmente ajustadas e oferecem 220 mm de curso, na traseira o sistema também pode ser ajustado e oferece 212 mm de curso. As rodas raiadas usam pneus com câmara, 21 polegadas na frente calçadas com pneu 90/90 na traseira 17 polegadas com pneu 150/70.
Se você pretende encarar o frio das Cordilheiras saiba que o para-brisa oferece três níveis de ajuste.
Rodando com a 8S
Ao ligar o motor uma facilidade da Suzuki, o Easy Start System. Com ele é possível ligar a moto apenas com um toque no botão de partida, achei legal, mas totalmente dispensável. Agora o quem faz muita diferença mesmo é o sistema LOW RPM assite, que evita que o motor apague em baixas rotações ao acionar o freio num congestionamento, por exemplo. Muito funcional se lembrarmos que a moto pesa 202 kg (a seco).
Ainda sobre o pacote eletrônico e de comodidades, temos a embreagem assistida e deslizante, quickshifter e, claro, o ABS - que na versão V-Strom pode ser desligado na traseira.
O banco está a apenas 81 cm do solo e as pedaleiras ligeiramente recuadas oferecem uma posição de ataque, ao subir na 8S lembrei imediatamente dos modelos Streetfighter tão comuns no começo dos anos 2.000.
A 8S entrega o que você espera da moto, a surpresa fica por conta a facilidade de mudança de direção e o ganho repentino de velocidade nas retomadas de marchas, chegar aos 150 km/h foi muito fácil e rápido mostrando que a nova Suzuki pode ser uma excelente companhia nas viagens curtas, também muito divertida nos trechos de Serra e, para os mais ousados, fazer bonito nos track-days.
Sua suspensão (invertida na dianteira) não oferece regulagens, porém usa tubos de 41 mm e curso de 130 mm. Na traseira um amortecedor, com pré-carga da mola regulável e 130 mm de curso, rodas de aro 17 usam pneus 120/70 na dianteira e um generoso 180/55 na traseira que ajuda a destacar o modelo.
Quando solicitados os freios deram conta do recado, rodando em grupo e com muitas lombadas nas estradas secundárias de Jundiaí (SP) não faltaram surpresas. Na dianteira e 8S usa uma dupla de discos de 310 mm com pinças de quatro pistões e fixação radial. Na traseira, um disco de 240 mm e piça simples flutuante.
Nossa avaliação foi curta, mas o bastante para dizer que o modelo fará sucesso, a começar pelo preço sugerido de R$ 51.500 (sem frete). O modelo tem um ano de garantia, sem limite de quilometragem.
Mau caminho
Para percorrer longas distâncias o seu tanque de combustível oferece capacidade para 20 litros. Assim como a 8S, a V-Strom traz um requintado pacote eletrônico como o Suzuki Drive Mode Selector (SDMS) que controla a entrega de potência e o controle de tração.
O sistema de freio com disco duplo (310 mm) na dianteira e disco simples, de 260 mm, na traseira se mostrou eficiente para controlar os 230 kg (a seco) do modelo.
Com o preço sugerido de R$ 67.500 a nova Suzuki tem um bom apelo de preço e pacote para encarar de frente outros modelos.
Equipamentos principais: Painel digital multifuncional, farol em LED, modos de pilotagem, controle de tração, quickshifter e ABS