Olá, boa noite! Uma história "traumática" que me trouxe muitos ensinamentos de leitura foi a de quando eu li pela primeira vez uma obra do Karl Marx e Engels, "A Ideologia Alemã". No 1° ano do Ensino Médio, meu professor de "Humanidades e Ciências Sociais" (Uma matéria que fazia parte do Novo Ensino Médio) trouxe um livro como presente para mim. Nós conversávamos bastante sobre assuntos mais teóricos de Filosofia, não somente "a parte bonita" - que é associada nesta fase pelos estudantes. Após ganhar o livro, esperei um pouco para iniciar a leitura - em um momento em que eu estivesse "livre". Porém, nas primeiras páginas minha motivação foi por terra. Nas primeiras páginas, o livro citava Feuerbach, os velhos e jovens hegelianos, a Ideologia Alemã da Época, fazia conexões com fatos históricos, políticos... Citar estes tópicos hoje é motivo de empolgação para mim, mas na época era um pesadelo enorme. A leitura se tornava maçante, mesmo o livro tendo 100 páginas, eu não conseguia progredir com entendimento - de certa forma, esta sensação de "o que estão falando, Meu Deus? Estou perdido..." te coloca em uma angústia muito profunda. Acabei desistindo do livro durante um longo período de tempo, não tinha capacidades nem motivações para retomar a leitura. Desejava muito saber mais sobre o marxismo, sobre o pensamento de Hegel e a crítica que estava sendo colocada na obra, "desejava seu conteúdo mas não queria ler". Hoje, mais "maduro", entendo os motivos que poderiam ter me levado a não conseguir continuar lendo. Não era somente porque os temas eram chatos - como eu podia julgar isso sem nem saber ao certo o que significavam? Eu colocava como chatos, maçantes, porque não tinha capacidades de ler - pela minha idade, falta de repertório e clareza nas intenções de interpretação do texto. Realmente, fui buscar outros livros e conhecimentos mais tarde - principalmente de Hegel, um autor que tomei vários "tapas na cara" tentando compreender, seja nas aulas introdutórias ou tentativas de arriscar uma leitura de obras. Percorrendo um percurso razoável, retomei no ano seguinte ao livro - estava com um tempo sobrando. Abri-lo não me assustava tanto, não havia criado uma louca motivação espontânea e apaixonante, mas estava familiarizado com os conceitos. A leitura fluiu de forma mais simples, mesmo com dificuldades e necessidade de maior foco. Quando finalmente terminei as páginas, surgiu um questionamento: "Realmente, eu não gostava da sensação de me sentir analfabeto lendo". De forma geral, essa foi minha história. Por mais besta que pareça, experimentar na pele situações como essa mostra o quão perigoso pode ser nossa sensação de "sou inteligente, conseguirei ler tranquilamente isto" - podemos criar uma desmotivação não porque foge do nosso interesse, mas porque não temos repertório ou familiaridade. Você citou no vídeo o exemplo da "Lógica", acho que minha história pode fazer um paralelo interessante também com essa ideia de importância da obra - mesmo que o contexto ou motivações tenham sido diferentes. Um grande abraço!

Bom eu tenho uma história com um livro de literatura que nem é tão difícil, mas enfim. Eu li a insustentável leveza do se a alguns anos atrás, achei chato e confuso, mas fui até o fim. Esse ano o livro voltou a ser assunto, e eu via comentários da grandeza do livro e ficava uai gente mas eu não vi isso hahaha. Fiz uma releitura, mais atenta e agora com mais repertório, afinal estou no núcleo e acompanho o canal desde 2020. E foi OUTRA experiência de leitura, várias referências referências filosóficas eu peguei ❤, com certeza outras deixei passar e tudo bem tem livros que merecem releituras ao longo da vida. Eu penso que algumas vezes ler em outro momento ajuda muito, com outro repertório com outra experiência de vida

@@karenrebello6343 Oi, Karen. Li esse livro de MIlan Kundera há muuuuito tempo. uns 20 anos atrás. Seu comentário me reascendeu a vontede em relê-lo. Obrigado.

Tenho sensação semelhante a sua, Wellington. Par piorar, não faço resumos de nada que assisto.

Meu sentimento é parecido, Sidney. Além do mais, recebemos tantos e tantos estímulos, novidades, que nos deixamos seduzir, perdendo o foco. Diante de tanta coisa boa pra aprender, acabamos sem aprender nada.

Fico muito feliz com isso, Sidney!

Talvez o camihnho seja participar de um grupo ou clube de leitura. Como haverá momentos em que um trecho ou capítulo será comentado, isso auxiliará o entendimento. Talvez você mesmo possa introduzir paradas no texto e propor uma interpretação.

e o que eu acho legal é que quando estou cansado de ler e mudo o local da leitura parece que esse cansaço diminui muito. A troca de ambiente é essencial para uma sessão longa de leitura, pelo menos pra mim.

Ótimo ponto. Tocarei nessa questão no próximo vídeo.

Excelente ideia, Paulo. Vou fazer. Não o próximo, que já estava feito. Mas nessa série vou acolher seu pedido.

Dudu, isso me parece pior que a queima de livros na Alemanha, 1933. O argumento deles ná época seria a tentativa de purificação dos valores legítimos alemães.

Rapaz, é verdade, a "queima" agora é perversamente silenciosa.@@senantonio

Boa, Paulo. Vou tocar nessa questão.

Fico muito feliz cvom isso.

Muito obrigado, bonnie!

Esse é o caminho certo , ler rápido é o mesmo que não ler nada , já chegou a parte onde se dá conta que nixi é incoerente e contraditório ?

@@mariaferreira-bz7nu Não tive essa percepção, quais pontos se refere?

Vamos fazer isso.

Que demais, Vítor!!!!! Isso me deixa muito feliz!!!!!! Oxalá o alcance de vocês cresça indefinidamente!!!! Eu sou psicólogo, me graduei na puc-sp em 2009, sempre quis fazer Filosofia mas nunca tive apoio familiar. E hoje as coisas estão mais corridas pra eu fazer outra graduação.

Eu, às vezes, tenho também esta dificuldade, dependendo do livro. Quando leio de manhã cedo, com a mente ainda limpa, após tomar um café, a leitura sempre flui que é uma beleza. Outra coisa que ajuda é botar uma música de fundo (de preferência mantra, ou língua estrangeira) para abafar a segunda voz. Ler em voz alta, pelo menos no início, também ajuda. E o principal: conquistar paciência através do exercitar da paciência.

Pegue um romance do Dumas ou um mistério e verá o quanto a leitura pode ser fluida e interessante. A prática, um capítulo ou algumas páginas por dia, já ajuda a tornar natural. Mas tem que haver esforço também. Eu uso técnicas... por exemplo leio um determinado texto sem parar, por 25 mim. Descanso 5 mim. Leio mais 25 mim. Até terminar, grifando o que importa. Depois faço o fichamento, com os pontos que li. Dando sentido para aquilo que ficou obscuro. Por fim, estudo aquilo. Leio, releio, tento explicar, ver aulas. Até dominar. Mas com foco no prazer, na importância

Parece ser uma resposta, mas não é. Equivale ao professor dizer: “Preste atenção”. Isso é óbvio. O que não é óbvio é saber o que é prestar atenção, como fazer isso, qual o comportamento que alguém precisa adquirir etc. Esse vídeo é uma contribuição singela nesse caminho.

O cara está em um canal de filosofia e nem aqui ele responde de forma satisfatório, é muito deprimente mesmo qualquer diálogo na internet

Infelizmente não existe dica. Os autores clássicos por exemplo usam centenas de páginas para expressar uma única ideia... o conteúdo é a última das preocupações ( se não for a ultima) dos autores clássicos, por exemplo. O mais importante é como aquele conteúdo chega para o leitor. A leitura é um processo de aprendizagem e não o conteúdo. Por exemplo um cientista pode te explicar toda a questão da doença esquizofrenia, mas o livro "O Duplo" vai fazer você entender o que é uma pessoa esquizofrênica e seus dramas, melhor que qualquer cientista.

Oi, Lucas. Qual é o nome do podcast? Letodie é uma banda? Tô meio desatualizado. rs.

@@senantonio Letodie é um rapper, o Teston é um bodybuilder com PhD na área de filosofia, deu entrevista em alguns, tipo o Sem Groselha e Monstercast, tbm tem um canal no yt com 3 aulas

Leu 73 livros em um semestre? Então não entendeu nada 😂😂 mas entender a bíblia e uma utopia , melhor assim , decora sò 💪👌

Concordo com ele exagerou,mas i canal é otimo

Não há exagero, entender como o aprendizado funciona te torna mais forte para a vida, se acomodar com as decepções que a vida lhe trás, mostra uma imaturidade para lidar com as situações, tornando sua vida miserável.

É só uma questão relativa, para alguns essa perspectiva talvez seja meio dura mesmo (um pouco meu caso tbm) mas acho que cada um deve ter aquilo que mais o ajuda, e esse jeito meio duro dele deve servir pra muita gente sem dúvidas

@@gabrielbuergerGabriel, obrigado por seu comentário. Vou tentar me explicar melhor. Eu fiquei deepcionado comigo, não com o Vitor. No meu caso, minha atitude de pular entre canais, fazendo o que me é mais agradável; assistir vídeos interessantes, mas sem um compromisso de apreender o conteúdo, seja realizando anotações, reassistindo o vídeo, lendo algum dos livros de referência ou todas as alternativas anteriores.

@@guivenwaay8970 Sim, Guivenwaaay. Concordo.

Rapaz chamar a bíblia de porcaria é de uma ignorância sem tamanho te convido a ler um livro dá Bíblia cristã ou do Alcorão ou qualquer outro texto sagrada de alguma religião e te garanto que você vai no mínimo se surpreender.

@@rlucio8697 meu, você está afogado em um Mar de lama, sorry.

@@rlucio8697 já li a bíblia e Corão e me surpreendi com o machismo e misoginismo dessas porcarias.

O seu post não faz muito sentido. A maioria dos brasileiros não lê, simplesmente. Não pegam nem um livro de ficção qualquer. E vc tá revoltado por não lerem filosofia??? A Bíblia é lida pelo contexto religioso em que essa maioria se encontra, mas é mal lida. Filosofia não entra em nenhum contexto de leitura do brasileiro médio. E tem pouca relação direta com a Bíblia (indireta, pela teologia, é diferente). Não há razão pra essa comparação que vc fez. E claro, chamá-la de "porcaria" é de uma relativa ignorância, apesar de tê-la lido. É um livro de mais de dois mil anos de idade e que exerceu profunda influência na história do mundo. Uma pessoa mais sensata não usaria esse adjetivo para caracterizá-la, a não ser por uma análise superficial e limitada.

Leu porra nenhuma, cara, hahaha. Vem com esses argumentos vergonhosos de adolescente tuiteiro, hahaha. Quem diria que as sociedades patriarcais (as únicas que deram certo, diga-se de passagem, tanto no Oriente como no Ocidente) de milênios atrás eram misóginas e machistas. Como sempre, o ocidental e o seu complexo de superioridade moral em relação a outros povos e culturas. No meu tempo de ateu praticante, no mínimo a gente lia Richard Dawkins, Carl Sagan, Karl Marx.