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Ao assistir a este vídeo do início ao fim, você vai entender como é a fraude e a fiscalização do Arla 32 pela PRF e Ibama.
Acompanhei uma fiscalização do Arla 32 feita pela PRF e Ibama. O resultado foi multa e apreensão de alguns caminhões por fraude no sistema.
Arla adulterado ou de má qualidade ou uso de chip paraguaio para enganar o motor do caminhão, são atitudes que, além de agredirem o meio ambiente, podem provocar o enquadramento do motorista na Lei de Crimes Ambientais, a qual prevê pena de um a cinco anos de reclusão.
Muitos comentários neste vídeo culpam a atuação do Ibama e da PRF. Consideram que há excesso e que pegam no pé dos caminhoneiros. Até comparam com outros crimes ambientais que seriam maiores e justificariam uma presença mais ostensiva do Ibama. É o caso de fábricas, indústrias e dos incêndios na Amazônia. O fato é que tanto incêndios florestais, quanto emissões de gases dos escapamentos dos veículos são prejudiciais e devem ser combatidos.
No caso do Arla 32, o objetivo da adulteração, de qualquer forma que seja, é diminuir os gastos do veículo com um reagente para aumentar a rentabilidade. Um galão de 20 litros de Arla 32 custa cerca de R$ 45 (R$ 2,25/litro), mas o valor reduz se a compra for em grandes quantidades. O consumo é em torno de 5% em relação ao diesel, portanto, a cada 1.000 litros de óleo gasta-se 50 litros de Arla.
Uma carreta que roda 2 km/litro de diesel e roda 10 mil km/mês consome 5 mil litros de diesel e 250 litros de Arla, o que representará em torno de R$ 562/mês se abastecer com galões de 20 litros comprados na estrada. Considerando as mesmas condições, esse custo dobra a partir da segunda carreta, triplica com a terceira e assim sucessivamente. O reagente tem de ser usado pelos caminhões com motores que utilizam a tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva).
Sem o Arla, o caminhão passa a ter menor custo operacional e aumenta a margem de lucro do proprietário. Mas o resultado é danoso para o meio ambiente e para a saúde. O motor deixa de atender as normas de baixas emissões de poluentes previstas na fase 7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entrou em vigor em janeiro de 2012.
Arla adulterado ou de má qualidade danifica o catalisador
Além da fraude eletrônica no sistema, há casos em que o problema está no próprio Arla, que pode ser de má qualidade ou adulterado.
Seja como for, o produto fora das especificações técnicas pode resultar em multa por estar em desacordo com os limites e as exigências ambientais previstos na legislação. E pode sobrar para o carreteiro, mesmo ele sendo empregado. “O proprietário do veículo pode dizer que o culpado é o motorista, que teria colocado o Arla errado”, diz Elcio Luiz Farah, Diretor Adjunto da Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul).
O prejuízo não para aí. Se der a sorte de não ser flagrado em alguma fiscalização, o carreteiro ou transportador que usa Arla “batizado” vai perder o catalisador. Rapidamente, o reagente irregular forma cristais que entopem e danificam a peça. “Nós temos relato de campo de catalisadores que apresentaram falha com apenas 2 mil quilômetros”, diz Alexandre Pizzolatto, gerente de engenharia da Cummins Emission Solutions. Em condições normais de uso, o catalisador é construído para durar tanto quanto o motor. Ele é blindado e não tem conserto, a solução, segundo Alexandre, é trocar, ao preço de cerca de R$ 20 mil.
Existem reagentes químicos que podem revelar se o Arla é bom ou não. A própria Cummins está desenvolvendo um kit para teste, mas dicas simples podem ajudar na compra de um produto de boa qualidade. Uma delas é desconfiar do preço barato demais. Outra é procurar o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Conferir se a tampa da embalagem está lacrada também pode ajudar a evitar a compra de um produto batizado ou de baixa qualidade.
#repórterjaimealves