Quando o piso sobre piso entrou no mercado, realmente foi uma febre. Só que muitas pessoas começaram a usar de forma desordenada e sem analisar todos os impactos dessa aplicação.
Existem situações que colocar o piso sobre piso é muito prático e faz total sentido, mas será que as pessoas estão considerando o contexto geral e os impactos gerados?
Nem sempre é um custo-benefício que faça sentido, nem sempre colocar revestimento sobre revestimento na reforma é o mais barato, nem sempre é o melhor caminho, pois ele interfere nos outros elementos dos ambientes.
Por exemplo, em locais térreos, como casas ou mesmo pontos comerciais térreos, ou áreas externas que você não tem interferência com outros elementos, faz sentido.
Nesse momento, é melhor pegar o lápis porque você já tem que computar essas intervenções, essas novas estruturações, para entender se realmente aquela “economia” faz sentido.
Quando começamos a falar de ambientes internos, como salas, banheiros, cozinhas, etc, o cenário já começa a complicar ainda mais. Você estará fazendo uma elevação em um piso existente.
Então, ou seja, vai subir a altura final. Além da espessura dessa argamassa colante, você precisa levar em conta também a espessura do próprio piso.
Vou deixar um card aqui em cima se você quiser saber mais sobre aplicação de pisos e todos os cuidados e recomendações para um bom acabamento.
Então a utilização do piso sobre piso impacta diretamente em muitos outros pontos que, muitas vezes, nossos clientes não se atentam e nós como profissionais do mercado de construção civil (arquitetos, engenheiros e construtores) precisamos observar e orientar da melhor forma.
Precisa ficar atento também ao limite de altura do pé direito, transições de ambientes para que não gere locais que as pessoas possam levar uma “topada”, enfim… fazer essa análise geral, essa visão do todo, é importante para entender de fato se faz sentido, qual o tipo de arremate e reestruturação que será necessária...
Muitas vezes aquela economia inicial gera um efeito dominó, e por essa decisão você vai precisar puxar as portas, cortar ou trocar, rever a altura final das bancadas da cozinha ou do banheiro por uma questão de ergonomia, para ter essa compensação da elevação que foi feita no piso anterior.
Inclusive, me conta aqui nos comentários se você acha que vale a pena colocar piso sobre piso ou se é melhor trocar o revestimento todo.
Outra coisa que, nós como profissionais inclusive, precisamos ficar muito atentos é que, quando estamos falando de construções verticais - prédios, edifícios - o cuidado precisa ser redobrado.
Do ponto de vista patológico (do ponto de vista da saúde estrutural da obra), as implicações em colocar piso sobre piso em apartamentos, em prédios, tem alguns fatores complicadores, pois você vai elevar a carga sobre aquela estrutura.
Imagina, um prédio que foi ali entregue com cerâmica ou porcelanato no piso dos apartamentos, por exemplo, e todos os moradores resolvem trocar o piso sobre piso. Só que, ao invés deles tirarem o porcelanato existente, todos eles decidem colocar o piso por cima, ou pior, colocar mármores ou granitos. Já imaginou toda essa carga na estrutura? Será que a estrutura aguenta?
E a gente sabe que nem sempre os clientes lembram de contratar um engenheiro calculista, de fazer um laudo para isso e ter realmente uma segurança do ponto de vista técnico-normativo.
Existem muitos prédios por aí que estão realmente precisando de reforço estrutural, alguns que até colapsaram, que caíram, e após feitas as perícias e etc, viu-se que o prédio realmente passou por uma exigência de carga muito maior do que o que havia sido projetada anteriormente.
A gente precisa abraçar a responsabilidade de orientar nossos clientes e apresentá-los a visão geral de cada decisão da obra! E trazer segurança para as pessoas, conectá-los com os profissionais certos.
Vídeo citados:
• PISO VINÍLICO VALE A P...
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Deixa aqui nos comentários se você acha que vale a pena trocar o piso todo, ou se você já utilizou o piso sobre piso!
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