Realmente foi uma excelente analogia.

Melhor fazer uma cirurgia nos olhos

Que legal, não tava sabendo desta data

Uma vez estava abordando com a turma a respeito de uma problema relacionado à educação. Depois de apresentar as várias camadas desse problema um aluno disse: tá bom professor, mas qual a solução então?!?!". Respondi de forma bem humorada: "depois de estar aqui falando horas da complexidade do problema você ainda espera que eu tenha uma solução direta e simples?!? Esse é o ponto. Nada tem solução simples, mas queremos uma resposta mágica que solucionará tudo". Na sequência fui apresentando pontos que necessitariam de mudanças para que talvez melhorasse o cenário em questão. TALVEZ. Ao final ele disse: "que merda, em professor?!?! Estamos ferrados mesmo!!". Rimos muito... choramos também...

Bem lembrado!

Mas Marx também foi filósofo. E não raras vezes tentou (pelo menos) colocar em prática a seu ideal filosófico.

Vou colocar na sequência um comentário que escrevi em uma outra postagem que acho que demonstra que o que você escreveu não inviabiliza a possibilidade de ser filósofo. Abordo muito em minhas aulas e estou começando a abordar no meu recente canal do KZfaq a perspectiva de que não existe nada que envolva ser humano em coletividade que possa ser classificado como totalmente neutro, ou seja, tudo é posicionamento. Dessa forma, Filosofia também é posicionamento. Acredito até que o vídeo não ignorou isso, pois ele fala que apresentar a ideia do pensador de maneira isenta não torna o(a) professor/filósofo(a) isento abraçando a todas as "filosofias". Segue meu comentário na postagem seguinte:

Como ressaltado no vídeo o(a) professor(a) deve apresentar o filósofo de maneira que "favoreça" este filósofo para que a turma entenda suas premissas, mas isso não significa o(a) professor(a) ficar isento abraçando a todas as "filosofias". Como está no vídeo, a ideia do pensador deve ser transmitida de maneira isenta, mas na sequência o professor deve contextualizar e se posicionar de acordo com os paradigmas da atualidade. Por exemplo: em aula quando analiso o papel do Estado faço uma análise histórica, passo por vários pensadores ao longo dos séculos, quando chego em Hobbes explico toda a sua lógica de defesa do Estado centrado na autoridade do soberano como forma de lidar com a natureza negativa do ser humano. Quando termino o conteúdo relacionado a Hobbes começo a fazer perguntas para a turma se concordam com ele que o ser humano já nasce com uma natureza negativa , que é preciso um Estado autoritário para manter a ordem social, se concordam que o ser humano só funciona a base de punições e recompensas. Alguns concordam e outros discordam. Após a turma debater explico que a perspectiva de Hobbes não encontra mais espaço na atualidade mediante a Democracia e os Direitos Humanos, contextualizo a época de Hobbes e explico que com o tempo ocorreu a separação entre Estado e a figura do governante, a descentralização administrativa e com isso começo a abordar os conteúdos relacionados a Locke e Rousseau que são aqueles que se aproximam do que se tem na atualidade. Aviso que se quiserem apoiar as opiniões particulares em uma discussão fora do meio acadêmico de que é preciso um regime autoritário podem até apoiarem as opiniões em Hobbes se quiserem, mas que para as Ciências Sociais na atualidade as perspectivas desse filósofo não encontram espaço frente a um regime democrático e pautado nos Direitos Humanos. No meu canal no KZfaq que abri recentemente estou começando a explicar que para as Ciências Sociais na atualidade tudo que envolve o ser humano em coletividade é ideológico e por isso não existe educação neutra. Neutralidade por si só é um posicionamento ideológico de manutenção das coisas como elas estão, ou seja, um posicionamento ideológico conservador. Dessa forma, um professor que aparentemente é isento abraçando a todas as filosofias no mínimo está favorecendo a manutenção das coisas como elas estão. Se eu apenas apresento o conteúdo sem contextualizar, sem localizá-lo na atualidade e sem me posicionar estou apenas contribuindo para a continuidade de uma educação reprodutora/decorativa e não reflexiva/modificadora. O próprio Marx criticava a filosofia de sua época como sendo apenas contemplativa da vida e apontava que era necessário criticar e modificar. Educação e filosofia exigem posicionamento. A questão que surge: a respeito do quê o professor deve se posicionar então na atualidade? Resposta parcial: sempre orientado pelos Direitos Humanos, a favor do plural, do diverso, contra discurso de ódio, contra preconceito estrutural, contra autoritarismo, contra a imposição de uma única visão religiosa, em defesa do que está previsto na Constituição. Isso é garantido pela Constituição brasileira que é toda estruturada em torno dos Direitos Humanos. Um exemplo para além do professor de Filosofia: em uma aula de literatura abordando obras de Monteiro Lobato que defendia a eugenia. Obras como Urupês e o Presidente Negro são marcadas por várias passagens racistas. A um tempo atrás existiu uma discussão se essas obras deveriam ser proibidas ou modificadas. Nem um nem outro. Aborda-se de maneira contextualizada. O(a) professor(a) contextualiza o período em que as obras foram escritas e se posiciona no sentido de demonstrar que ideias e expressões da época não encontram mais espaço na atualidade. Outro exemplo, agora na Pedagogia: já me deparei com aluna dizendo que era contra a Constituição, contra os Direitos Humanos e contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. A sala de aula é o espaço para o(a) professor(a) posicionar-se pautado nos(a) autores(a) e na lei para explicar que essa postura não condiz com a área pedagógica. Exemplo agora indo além da sala se aula: o(a) psicólogo(a) tem em seu código de ética profissional a diretriz que não deve impor ao paciente sua visão particular de mundo ao mesmo tempo que não deve compactuar com discursos discriminatórios, homofobia, racismo etc. Poderia escrever bem mais coisas, só que o texto ficaria maior do que já está. Só para finalizar com algo que digo nas orientações do TCC: utilize vários(as) autores(as), inclusive autores(as) com ideias contrárias, mas é necessário caminhar para os autores que respaldam o seu objeto de estudo na atualidade. Como ressaltado no vídeo, cada objeto de estudo pede uma lente. Pensadores com ideias conflitantes enriquecem a construção da sua base argumentativa e mostram como se chegou aos preceitos atuais. No entanto, você precisa apresentar uma conclusão ao final do seu TCC (posicionar-se). Esse seu posicionamento não pode ser deslocado dos paradigmas atuais e deve ter fundamentação teórica.

@@professorregysrodrigues Gostei da sua metodologia pedagógica.

@@vitorjosebiolchi2671 que bom que gostou. Se interessar pode conferir como abordo os conteúdos da minha área de formação acadêmica no canal que iniciei recentemente no KZfaq.

Valeu camarada!

Só reforçando um ponto que é abordado no próprio vídeo e acredito que você abordou no seu comentário: o(a) professor(a) deve apresentar o filósofo de maneira que "favoreça" este filósofo para que a turma entenda suas premissas, mas isso não significa o(a) professor(a) ficar isento abraçando a todas as "filosofias". Como você escreveu e está no vídeo, a ideia do pensador deve ser transmitida de maneira isenta, mas na sequência o professor deve contextualizar e se posicionar de acordo com os paradigmas da atualidade. Por exemplo: em aula quando analiso o papel do Estado faço uma análise histórica, passo por vários pensadores ao longo dos séculos, quando chego em Hobbes explico toda a sua lógica de defesa do Estado centrado na autoridade do soberano como forma de lidar com a natureza negativa do ser humano. Quando termino o conteúdo relacionado a Hobbes começo a fazer perguntas para a turma se concordam com ele que o ser humano já nasce com uma natureza negativa , que é preciso um Estado autoritário para manter a ordem social, se concordam que o ser humano só funciona a base de punições e recompensas. Alguns concordam e outros discordam. Após a turma debater explico que a perspectiva de Hobbes não encontra mais espaço na atualidade mediante a Democracia e os Direitos Humanos, contextualizo a época de Hobbes e explico que com o tempo ocorreu a separação entre Estado e a figura do governante, a descentralização administrativa e com isso começo a abordar os conteúdos relacionados a Locke e Rousseau que são aqueles que se aproximam do que se tem na atualidade. Aviso que se quiserem apoiar as opiniões particulares em uma discussão fora do meio acadêmico de que é preciso um regime autoritário podem até apoiarem as opiniões em Hobbes se quiserem, mas que para as Ciências Sociais na atualidade as perspectivas desse filósofo não encontram espaço frente a um regime democrático e pautado nos Direitos Humanos. No meu canal no KZfaq que abri recentemente estou começando a explicar que para as Ciências Sociais na atualidade tudo que envolve o ser humano em coletividade é ideológico e por isso não existe educação neutra. Neutralidade por si só é um posicionamento ideológico de manutenção das coisas como elas estão, ou seja, um posicionamento ideológico conservador. Dessa forma, um professor que aparentemente é isento abraçando a todas as filosofias no mínimo está favorecendo a manutenção das coisas como elas estão. Se eu apenas apresento o conteúdo sem contextualizar, sem localizá-lo na atualidade e sem me posicionar estou apenas contribuindo para a continuidade de uma educação reprodutora/decorativa e não reflexiva/modificadora. O próprio Marx criticava a filosofia de sua época como sendo apenas contemplativa da vida e apontava que era necessário criticar e modificar. Educação e filosofia exigem posicionamento. A questão que surge: a respeito do quê o professor deve se posicionar então na atualidade? Resposta parcial: sempre orientado pelos Direitos Humanos, a favor do plural, do diverso, contra discurso de ódio, contra preconceito estrutural, contra autoritarismo, contra a imposição de uma única visão religiosa, em defesa do que está previsto na Constituição. Isso é garantido pela Constituição brasileira que é toda estruturada em torno dos Direitos Humanos. Um exemplo para além do professor de Filosofia: em uma aula de literatura abordando obras de Monteiro Lobato que defendia a eugenia. Obras como Urupês e o Presidente Negro são marcadas por várias passagens racistas. A um tempo atrás existiu uma discussão se essas obras deveriam ser proibidas ou modificadas. Nenhum nem outro. Aborda-se de maneira contextualizada. O(a) professor(a) contextualiza o período em que as obras foram escritas e se posiciona no sentido de demonstrar que ideias e expressões da época não encontram mais espaço na atualidade. Outro exemplo, agora na Pedagogia: já me deparei com aluna dizendo que era contra a Constituição, contra os Direitos Humanos e contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. A sala de aula é o espaço para o(a) professor(a) posicionar-se pautado nos(a) autores(a) e na lei para explicar que essa postura não condiz com a área pedagógica. Exemplo agora indo além da sala se aula: o(a) psicólogo(a) tem em seu código de ética a diretriz que não deve impor ao paciente sua visão particular de mundo ao mesmo tempo que não deve compactuar com discursos discriminatórios, homofobia, racismo etc. Poderia escrever bem mais coisas, só que o texto ficaria maior do que já está. Só para finalizar com algo que digo nas orientações do TCC: utilize vários(as) autores(as), inclusive autores(as) com ideias contrárias, mas é necessário caminhar para os autores que respaldam o seu objeto de estudo na atualidade. Como ressaltado no vídeo, cada objeto de estudo pede uma lente. Pensadores com ideias conflitantes enriquecem a construção da sua base argumentativa e mostram como se chegou aos preceitos atuais. No entanto, você precisa apresentar uma conclusão ao final do seu TCC (posicionar-se). Esse seu posicionamento não pode ser deslocado dos paradigmas atuais e deve ter fundamentação teórica.

Esse livro é muito bom, tenho uma edição muito antiga.

Filosofia está na base de todas as ciências, na base de todos os códigos de ética de todas as profissões, na base de todas as leis, em tudo o que envolve o ser humano em coletividade. Talvez o mundo precisa mesmo é perceber isso. Quando fui dar aula para uma turma de Engenharia Civil uma aluna disse que escolheu o curso para fugir de Filosofia e de Sociologia e que agora estava se deparando com as duas disciplinas logo nos dois primeiros períodos. Disse que não entendia o motivo disso. Perguntei rindo se quando ela fosse atuar profissionalmente ela estaria livre do contato humano e livre dos paradigmas sociais, culturais, educacionais etc. Se ela atuaria de maneira descontextualizada de realidade que a cerca. Aí ela indagou: uai professor!! Então em quase qualquer área eu iria estudar essas disciplinas.... respondi: "pois é!!".😂

@@professorregysrodrigues A Psicologia, antes de ser Ciência, era da base da filosofia (até Wilhelm Wundt, 1879). A Filosofia, é a primeira a tirar o véu, a sondar os quase insondáveis caminhos. A Filosofia é a busca do vir a ser da Ciência.

@@professorregysrodrigues excelente resposta 👏👏👏😂😂😂

@@joaogalvao2251 obrigado.kkkk

Muito obrigado, Bruno! Grande abraço!

@@FilosofiaVermelha Boa noite; uma pergunta que talvez você já tenha respondido no vídeo ou já respondeu em outro. Eu não vi o vídeo todo. A pergunta é: se, somente se, você é marxista, poderia eu entender que você, como tal, o é, porque você já leu todos os filósofos que se pretenderam refutar o marxismo e com isso chegou à conclusão que Marx estava certo em suas críticas, etc., e é por isso mesmo que você é marxista ou comunista ou de esquerda? Com relação ao ateísmo: se você é ateu, isso se deveu, também, não apenas pela falta de fé, mas também porque você já estudou Aristóteles e Santo Tomás tão profundamente ao ponto de racionalmente ou intelectualmente e depois de ter chocado a filosofia de Nietzsche, Marx, e filósofos do tipo com a filosofia deles dois? Até mais e fica a dica para um novo vídeo - se é que você já não o fez sobre esse assunto.

Quais filósofos, por exemplo?

Isso não é "a realidade", mas já uma interpretação da realidade.

Infelizmente é o que chama atenção no KZfaq. Este mesmo conteúdo teve outro nome no podcast.